"Um pouco sobre minhas próprias composições para orquestra sinfônica"
Particularmente esse foi um desafio que eu mesmo fiz a mim. Sempre fiquei fascinado com a grandiosidade de obras como a: 9ª Sinfonia de Beethoven, A Abertura Solene de 1812 de Tchaikovsky e Guilherme Tell de Rossinni. A vida que ambas as obras possuem parece algo impossível de se reproduzir, a não ser que seja você um gênio do gabarito desses sábios, o que nem longe é meu caso. Mesmo assim fui em frente e o final é uma obra sofrida, onde o terceiro movimento me roubou uma madrugada inteira, uma manhã e meio período da tarde, para poder chegar onde queria. Mesmo tendo todo o recurso tecnológico ao meu favor: programas de edição de partituras, uma orquestra inteira em meu computador tocando ao meu jeito... A conclusão de tudo isso é que, realmente, Beethoven, Tchaikovsky, Rossinni e tantos outros, merecem todo o respeito e veneração por tudo o que fizeram.
1º Movimento - O Alvorecer na Vila
O dia na aldeia medieval de Arrés começa lento e tranquilo como habitualmente. E como é de costume em todas as manhãs, o pássaro negro pousa sobre a árvore mais frondosa da região e entoa seu canto saudando a todos os seus habitantes. A música segue em andamento moderado em tom maior com piano em cadências de resolução e fraseado minimalista. A flauta representa o canto do pássaro negro e mantém diálogo com outros pássaros representados por instrumentos como oboé.
2º Movimento - Dança e Desespero
Os habitantes da vila de Arrés promovem naquela mesma tarde um festival para celebrar a fartura da aldeia, com muita música, bebida e comida. Subitamente o céu escurece, os ventos sopram frio e trovões aterrorizantes são ouvidos por todos, que correm para abrigarem-se como podem quando os sinos da pequena igreja soam em sinal de alarme. A música de caráter céltico segue dando o tom da festança com violinos, madeiras e canto. A música em tom maior modula para tonalidade menor para gerar o suspense e clima tenso com a tormenta que se aproxima e logo depois o andamento alegro muda para um adágio dando o clima definitivo de que algo pior está para acontecer em meio ao som dos sinos e o tímpano representando o barulho dos trovões.
3º Movimento - A Fúria dos Ventos
O tornado chega a vila deixando um rastro de destruição e segue seu caminho como se nada tivesse acontecido. A música segue em tons cromáticos e tensos. Os instrumentos de sopro geram um clima à frase principal, as cordas pulsam em tom frenético enquanto as vozes oscilam em um canto messiânico. O desfecho é grandioso e definitivo assim como a passagem do tornado pela aldeia.
4º Movimento - O Canto do Pássaro Negro
Aos poucos, os habitantes vão reaparecendo um a um... desoladamente... A crença em Deus é posta em questionamento por um deles. A árvore mais frondosa foi a única que permaneceu de pé e logo o pássaro negro surge com seu canto dessa vez melancólico. A música segue com a volta ao tema do primeiro movimento agora em adágio e com a flauta surgindo apenas no final representando o pássaro.
5º Movimento - Uma Nova Visão
Em meios aos escombros, os habitantes descobrem que várias moradias estavam com a estruturas comprometidas há tempos, por serem construídas de maneira individual e por pessoas que não tinham perícia em todo o processo de construção. A visão sobre a punição de Deus, com a tempestade, passa agora a ser encarada como uma segunda chance, para que seus habitantes trabalhem juntos e refazerem uma nova vila mais sólida o que acaba acontecendo. A música segue com uma abertura do coro entoando o canto do pássaro, que é tido como exemplo de resistência por seu tamanho e vulnerabilidade. A construção segue em ritmo glorioso com o coro sendo seguidos por arpegios e marcação rítmica de tarol e tímpanos. A anunciação do fim das obras acontece com tom solene e uma chamada que marcará o início de um novo tempo para todos.
6º Movimento - Um Novo Tempo
A festa acontece de maneira grandiosa e a ideia de mutualismo agora é compartilhada por todos em prol do bem comum. A música segue em tom festivo com todos os instrumentos executando a frase musical principal juntos em modulações constantes até a resolução tônica.
♪ Regente ♪ Músico Multi-Instrumentista e Vocalista ♪ Arranjador ♪ Compositor ♪
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domingo, 25 de abril de 2010
Sinfonia nº 2 - Vozes Nordestinas - Composição: Roberto Holanda
"Um pouco sobre minhas próprias composições para orquestra sinfônica"
A força motriz para o personagem dessa obra vem, principalmente, das histórias ouvidas de minha mãe sobre meu avô materno. Nordestino forte e com força de superação incrível. E também, após começar a trabalhar com pesquisa em música nordestina na Universidade Estadual do Ceará - UECE. O aprofundamento nas obras do gênio Luiz Gonzaga, é a influência musical maior para poder retratar uma história de ficção, mas, embasada em toda a densidade lírica/musical que O Rei do Baião cantou.
1° Movimento - Preces ao Céu Matutino
O sertanejo Manuel, acorda de madrugada ajoelha-se diante a imagem de padre Cícero e faz suas preces para que seu dia na lavoura seja agraciado com a chuva, que tarda a chegar em Russas, interior do Ceará, nos anos 20 do século passado. Apaga a lamparina e beija cada um de seus 4 filhos, dentre eles o filho mais novo que sofre de raquitísmo. A música é marcado com um canto coral em mixolídio acompanhado de flautas pífaro.
2º Movimento - O Espírito Nordestino
Mesmo com um sol escaldante e o trabalho pesado na lavoura de algodão, Manuel trabalha com esperanças de dias melhores. Seu dia é encerrado com um beijo no terço sagrado que ele leva em seu bolso e pelo sinal da santa cruz em frente à paróquia, próxima de sua casa. A música segue em rítmo forte com variação de fraseado típico da música nordestina popular e termina com o soar dos sinos da igreja reproduzindo o mesmo fraseado dos violinos em adágio.
3º Movimento - A noite na Praça
Manuel aproveita para se distrair com seus filhos na praça da cidade naquela noite. Vendo a banda de música entoar alguns dobrados e versões de música de Luiz Gonzaga. Fica admirado com o som dos clarinetes e flautas. A música segue com ênfase às frases musicais comuns a bandas de música militares e juvenis. Com certas dissonâncias, causadas pela falta de perícia de seus músicos, mas, que tornam o ambiente o mais nordestino possível.
4° Movimento - A Procissão
O filho de Manuel não resite e falece naquela mesma noite na praça. Não sem antes dizer que amava seu pai. O velório é marcado por uma procissão que marca o ritual fúnebre do filho de Manuel. O corpo do menino segue o caminho ao cemitério dentro de uma rede presa a um pau de carnaúba. Tendo Manuel à frente a carregar sua dor e seguido por seus três filhos restantes. Todos são acompanhados por olhares curiosos de pessoas sentadas em suas cadeiras nas calçadas. O sino da igreja marca o pulso do caminhar da procissão. A música segue com um coro de tenores, contra-altos e sopranos, acompanhados de cordas com desfecho da flauta em fraseado típico do cancioneiro nordestino. O fraseado é contínuo, simples e profunda.
5º Movimento - Preces Atendidas
No dia seguinte, como um forte nordestino deve ser, Manuel realiza seu velho ritual. Mesmo abatido levanta-se, ora, beija agora seus três filhos e vai à lavoura. Durante todo o dia Manuel canta para seus santos com mais fé do que nunca. Faz para si mesmo a promessa que nenhum filho seu morrerá mais de fome. O sol é encoberto por nuvens cinzas e a água vem ao chão. Uma nova vida está prestes a começar... A música segue lentamente, como Manuel ao começar seus dias, e vai criando força a medida que Manuel recupera sua fé. Fechando em alegro grandioso com todo a orquestra: violinos, violoncellos, clarinetes, flautas, oboé, trompetes, trompas, trombones e percussão executam o tema principal ao mesmo tempo de forma viva e alegre.
A força motriz para o personagem dessa obra vem, principalmente, das histórias ouvidas de minha mãe sobre meu avô materno. Nordestino forte e com força de superação incrível. E também, após começar a trabalhar com pesquisa em música nordestina na Universidade Estadual do Ceará - UECE. O aprofundamento nas obras do gênio Luiz Gonzaga, é a influência musical maior para poder retratar uma história de ficção, mas, embasada em toda a densidade lírica/musical que O Rei do Baião cantou.
1° Movimento - Preces ao Céu Matutino
O sertanejo Manuel, acorda de madrugada ajoelha-se diante a imagem de padre Cícero e faz suas preces para que seu dia na lavoura seja agraciado com a chuva, que tarda a chegar em Russas, interior do Ceará, nos anos 20 do século passado. Apaga a lamparina e beija cada um de seus 4 filhos, dentre eles o filho mais novo que sofre de raquitísmo. A música é marcado com um canto coral em mixolídio acompanhado de flautas pífaro.
2º Movimento - O Espírito Nordestino
Mesmo com um sol escaldante e o trabalho pesado na lavoura de algodão, Manuel trabalha com esperanças de dias melhores. Seu dia é encerrado com um beijo no terço sagrado que ele leva em seu bolso e pelo sinal da santa cruz em frente à paróquia, próxima de sua casa. A música segue em rítmo forte com variação de fraseado típico da música nordestina popular e termina com o soar dos sinos da igreja reproduzindo o mesmo fraseado dos violinos em adágio.
3º Movimento - A noite na Praça
Manuel aproveita para se distrair com seus filhos na praça da cidade naquela noite. Vendo a banda de música entoar alguns dobrados e versões de música de Luiz Gonzaga. Fica admirado com o som dos clarinetes e flautas. A música segue com ênfase às frases musicais comuns a bandas de música militares e juvenis. Com certas dissonâncias, causadas pela falta de perícia de seus músicos, mas, que tornam o ambiente o mais nordestino possível.
4° Movimento - A Procissão
O filho de Manuel não resite e falece naquela mesma noite na praça. Não sem antes dizer que amava seu pai. O velório é marcado por uma procissão que marca o ritual fúnebre do filho de Manuel. O corpo do menino segue o caminho ao cemitério dentro de uma rede presa a um pau de carnaúba. Tendo Manuel à frente a carregar sua dor e seguido por seus três filhos restantes. Todos são acompanhados por olhares curiosos de pessoas sentadas em suas cadeiras nas calçadas. O sino da igreja marca o pulso do caminhar da procissão. A música segue com um coro de tenores, contra-altos e sopranos, acompanhados de cordas com desfecho da flauta em fraseado típico do cancioneiro nordestino. O fraseado é contínuo, simples e profunda.
5º Movimento - Preces Atendidas
No dia seguinte, como um forte nordestino deve ser, Manuel realiza seu velho ritual. Mesmo abatido levanta-se, ora, beija agora seus três filhos e vai à lavoura. Durante todo o dia Manuel canta para seus santos com mais fé do que nunca. Faz para si mesmo a promessa que nenhum filho seu morrerá mais de fome. O sol é encoberto por nuvens cinzas e a água vem ao chão. Uma nova vida está prestes a começar... A música segue lentamente, como Manuel ao começar seus dias, e vai criando força a medida que Manuel recupera sua fé. Fechando em alegro grandioso com todo a orquestra: violinos, violoncellos, clarinetes, flautas, oboé, trompetes, trompas, trombones e percussão executam o tema principal ao mesmo tempo de forma viva e alegre.
Sinfonia nº 1 - Odisséia Estelar - Composição: Roberto Holanda
"Um pouco sobre minhas próprias composições para orquestra sinfônica"
Esta sinfonia foi meu primeiro trabalho voltado para a composição orquestral feita sob encomenda para um festival de encerramento do ano do grupo de ballet em uma Escola de Artes em Fortaleza. Na ocasião foram usados os seguintes movimentos: 1º,2º, 3º e 5º. O quarto movimento foi composto depois para totalizar o libreto.
A história desenrola-se em cada movimento da seguinte maneira:
1º Movimento - A Chegada ao Lar dos Deuses
Mostra o deslumbramento da tripulação da nave Zeus ao deixarem a atmosfera terrestre e depararem-se com a grande imensidão do espaço, assim como o hipnotizante brilho das estrelas. A música segue marcada por tonalidade menor com ênfase ao coro de tenores e contra-alto e é marcada pela marcha de cunho imperial para pontuar a entrada da nave Zeus em definitivo ao espaço, o lar dos deuses.
2º Movimento - O Diálogo das Constelações
O maior encantamento da tripulação diz respeito a grande harmonia observada no universo por todos os corpos celeste que o constituem, além da dependência que cada corpo possui um do outro, para que essa harmonia seja mantida. A música segue em alegro e tonalidade maior em contra-ponto representado por diálogos em instrumentos de madeira e metal, com perguntas e respostas melódicas.
3º Movimento - Poeira Cósmica
A tripulação passa por problemas e perde um de seus componentes após terem sua nave atingida por um corpo celeste, pondo em dúvida o sucesso que a missão poderia ter, em sua volta ao planeta terra. O clima de melancolia entre os tripulantes é notório. A música é marcada por um clima tenso de mesmo calibre em tonalidade menor com ênfase para o violoncello e cravo.
4º Movimento - O Magnífico Ballet Terrestre
A terra é vista por eles como nunca antes imaginada e a mesma acaba tornando-se um exemplo à superação, pois, dentre as condições adversas nosso planeta prosperou com a vida. Os tripulantes são tomados por uma vontade de vitória fora do comum e o trabalho em equipe garante o sucesso nos reparos da nave. A música é um adágio em tom maior com a marcação harmônica de cravo e diálogo inicial entre violoncello, oboé e flauta. O desfecho é em tom glorioso com um coro completo.
5º Movimento - De Volta ao Lar
A viagem de volta é marcada com tensão pois sempre haveria possibilidade dos reparos não serem eficientes. Mas, tudo ocorre bem e na entrada em nossa atmosfera, os tripulantes olham para o espaço com uma sensação de respeito, mesmo após todos os problemas e percebem o quão pequenas são nossas vidas em virtude do Deus maior chamado "Universo". A música é iniciada em tom menor por instrumentos de cordas e coro grave. A viagem é marcada por progressão harmônicas tendo o tímpano com marcação de pulso firme. A entrada na terra ganha um ar melódico provindo do oboé e a chegada em solo é marcada pela modulação a tom maior com progressões de cadência perfeita.
Esta sinfonia foi meu primeiro trabalho voltado para a composição orquestral feita sob encomenda para um festival de encerramento do ano do grupo de ballet em uma Escola de Artes em Fortaleza. Na ocasião foram usados os seguintes movimentos: 1º,2º, 3º e 5º. O quarto movimento foi composto depois para totalizar o libreto.
A história desenrola-se em cada movimento da seguinte maneira:
1º Movimento - A Chegada ao Lar dos Deuses
Mostra o deslumbramento da tripulação da nave Zeus ao deixarem a atmosfera terrestre e depararem-se com a grande imensidão do espaço, assim como o hipnotizante brilho das estrelas. A música segue marcada por tonalidade menor com ênfase ao coro de tenores e contra-alto e é marcada pela marcha de cunho imperial para pontuar a entrada da nave Zeus em definitivo ao espaço, o lar dos deuses.
2º Movimento - O Diálogo das Constelações
O maior encantamento da tripulação diz respeito a grande harmonia observada no universo por todos os corpos celeste que o constituem, além da dependência que cada corpo possui um do outro, para que essa harmonia seja mantida. A música segue em alegro e tonalidade maior em contra-ponto representado por diálogos em instrumentos de madeira e metal, com perguntas e respostas melódicas.
3º Movimento - Poeira Cósmica
A tripulação passa por problemas e perde um de seus componentes após terem sua nave atingida por um corpo celeste, pondo em dúvida o sucesso que a missão poderia ter, em sua volta ao planeta terra. O clima de melancolia entre os tripulantes é notório. A música é marcada por um clima tenso de mesmo calibre em tonalidade menor com ênfase para o violoncello e cravo.
4º Movimento - O Magnífico Ballet Terrestre
A terra é vista por eles como nunca antes imaginada e a mesma acaba tornando-se um exemplo à superação, pois, dentre as condições adversas nosso planeta prosperou com a vida. Os tripulantes são tomados por uma vontade de vitória fora do comum e o trabalho em equipe garante o sucesso nos reparos da nave. A música é um adágio em tom maior com a marcação harmônica de cravo e diálogo inicial entre violoncello, oboé e flauta. O desfecho é em tom glorioso com um coro completo.
5º Movimento - De Volta ao Lar
A viagem de volta é marcada com tensão pois sempre haveria possibilidade dos reparos não serem eficientes. Mas, tudo ocorre bem e na entrada em nossa atmosfera, os tripulantes olham para o espaço com uma sensação de respeito, mesmo após todos os problemas e percebem o quão pequenas são nossas vidas em virtude do Deus maior chamado "Universo". A música é iniciada em tom menor por instrumentos de cordas e coro grave. A viagem é marcada por progressão harmônicas tendo o tímpano com marcação de pulso firme. A entrada na terra ganha um ar melódico provindo do oboé e a chegada em solo é marcada pela modulação a tom maior com progressões de cadência perfeita.
Curso de Música do Instituto Federal do Ceará - IFCE
O Curso Técnico em Música proporciona ao aluno dois anos de uma formação musical integral, que contempla desde toda a teoria da música à informática especificamente musical de ponta, passando por constante treinamento auditivo e vocal, pela formação estilístico-musical e prático-interpretativa ao instrumento, tanto solo quanto em conjunto, nas mais diversas formações.
O curso capacita ainda o profissional músico a atuar como fomentador, captador e articulador de eventos e trabalhos dentro da área artístico-musical geral, dando a ele condições técnicas de realização tanto de seus próprios trabalhos, como de atuar em acessórias diversas nessa área.
O estudante faz seu ingresso no Curso Técnico em Música do IFCE por meio do Exame de Seleção semestral regular da instituição ou como graduado, precedido, em qualquer desses meios de ingresso, pelo Teste de Aptidão Musical.
Duração: 2 anos
Número de Vagas: 30 por semestre, sendo 25 via Exame de Seleção + 05
para Graduados
Ingresso: por Vestibular ou como Graduado, mediante aprovação no Teste
de Aptidão Musical, nos dois casos.
O Teste de Aptidão Musical ao qual é submetido o candidato ao Curso Técnico em Música é aplicado sobre a musicalidade natural do mesmo, não exigindo conhecimentos musicais formais anteriores.
São procedidas as avaliações por três bancas que contemplam três grandes aspectos:
* Rítmico-imitativo
* Sonoro-perceptivo
* Melódico-apreciativo
A modalidade das avaliações aplicadas revela o pensamento musical natural do indivíduo e indicam seu nível de raciocínio musical e musicalidade, diferenciando o profissionalizando do diletante em música, e atribuindo uma graduação seletiva ao resultado obtido.
O Técnico em Música estará habilitado a atuar na preservação e difusão dos diversos tipos de manifestações artístico-musicais.
A criação e a interpretação musicais são atividades que integram a rotina do profissional músico. As aptidões fomentadas e desenvolvidas no curso o capacitarão a trabalhar como intérprete de repertório autoral e também como recriador de obras musicais de outros compositores - o músico técnico poderá atuar como instrumentista ou arranjador, segundo a formação técnico-interpretativa e de harmonia prática recebida.
Ele estará capacitado a avaliar os aspectos práticos e teóricos da atividade musical nos mais variados campos onde a música permeia – espaços de convívio sócio-cultural, rádio, televisão, cinema, shows, espetáculos, agências publicitárias, eventos, cerimônias, entretenimento, etc.
O Técnico em Música estará habilitado a atuar como digitalizador de textos musicais dentro da regulamentação oficial para acervos padrões de bibliotecas a nível nacional, como também para registro autoral de composições junto à Polícia Federal, utilizando-se dos recursos de informática de última geração oferecidos no curso.
Esse profissional poderá ainda atuar como produtor, fomentador e captador de recursos na execução dos mais diversos tipos de projetos artístico-musicais.
Curso de Educação Musical da Universidade Federal do Ceará - UFC
Ingresso
O Curso de Educação Musical oferece anualmente 40 vagas. A entrada de novos estudantes ocorre sempre no primeiro semestre de cada ano, através de concurso vestibular no qual as disciplinas específicas para a segunda fase são língua portuguesa e história.
Não é realizado teste específico de aptidão uma vez que o Projeto Político Pedagógico do curso tem como objetivo formar o músico-professor (agente multiplicador do conhecimento musical). Para esta formação, aprender com as dificuldades em um ambiente heterogêneo é uma importante estratégia pedagógica.
O conhecimento musical ainda é algo de difícil acesso, de maneira que um teste de aptidão muitas vezes reflete a desigualdade de oportunidades para aqueles que desejam estudar música. O empenho para superar limitações socialmente impostas não pode ser aferido em um teste de aptidão.
Objetivo do Curso
Formar o professor de música, em nível superior, com conhecimentos da pedagogia e linguagem musical, capaz de atuar de maneira crítica e reflexiva, interagindo com o meio em que atua, enquanto educador musical.
Perfil do Profissional
O Curso de Educação Musical visa formar educadores musicais que dominem os conteúdos, métodos e técnicas relativos aos processos de ensino e aprendizagem da música, que tenham conhecimento acerca da linguagem musical e que possam se expressar com desenvoltura através do instrumento musical natural do Ser Humano: a voz.
A ação do Educador em Música que será formado na UFC receberá complementação instrumental por meio da prática de flauta-doce e/ou violão e/ou teclado. O Curso de Educação Musical formará profissionais da Educação comprometidos com o fazer musical da realidade na qual estão inseridos, incentivando nestes uma postura crítica, participativa, criativa e utópica, de maneira que a música possa ser compreendida como uma atividade fundamental para o desenvolvimento do ser humano em todas as suas dimensões.
Campos de Atuação
Escolas de Ensino Fundamental e Médio, escolas livres de música, conservatórios de música, escolas especiais, Organizações Não Governamentais etc.
Cursos de Música da Universidade Estadual do Ceará - UECE
Atualmente o departamento de Música da UECE conta com os seguintes cursos: Música Lincenciatura, Bacharelados em Flauta Transversa, Piano e Saxofone e Composição.
Para o ingressar em algum dos cursos além do vestibular comum a todos os cursos, os candidatos devem prestar exame de aptdão composto de duas fases distintas.
A primeira fase consta de prova teórica/prática explorando assuntos como ditado melódico, rítmico, transposição, harmonia, história da música e percepção
Os canditatos serão promovidos a próxima fase se obtiverem no mínimo a pontuação de 4,5 na prova.
Na segunda fase do teste de aptdão, os candidatos ao curso de licenciatura plena em música deverão saber a respeito de intervalos melódicos e harmônicos; ditado rítmico e rítmico-melódico (uma voz); ditado harmônico; solfejo tonal; além de ter de executar uma peça instrumental ou vocal de livre escolha.
Vestibulandos que tem vagas de habilitação em piano devem tocar uma peça polifônica (Bach ou Scarlatti); um primeiro movimento de sonata clássica; uma peça romântica e outra brasileira.
Concorrentes ao bacharelado em música com habilitação em composição precisam apresentar uma peça ou conjunto de peças com três minutos para quaisquer tipos de instrumentos onde todas as partes estejam realizadas na partitura.
Os que pretendem estudar flauta devem executar a fantasia para flauta solo de Georg Philipp Telemann; além de um estudo de expressividade (lento / melódico); um de velocidade (legato ou staccatto); uma peça de Pixinguinha e uma de livre escolha.
Para concorrer à habilitação em saxofone, o candidato deverá executar uma peça standard de jazz e um solo escrito por Charle Parker ou John Coltrane.
O candidato aprovado no exame específico será inscrito no curso de sua primeira opção. O vestibulando que faltar a qualquer uma das provas dessa etapa e não estiver apto, será automaticamente inscrito para a segunda opção de curso indicada na ficha de inscrição.
Só então após todas essas etapas o candidato pretará o exame vestibular de primeira e segunda fase. As provas específicas da segunda fase do vestibular aos canditados do curso de música são: Redação, Língua Portuguesa, Geografia e História.
Para o ingressar em algum dos cursos além do vestibular comum a todos os cursos, os candidatos devem prestar exame de aptdão composto de duas fases distintas.
A primeira fase consta de prova teórica/prática explorando assuntos como ditado melódico, rítmico, transposição, harmonia, história da música e percepção
Os canditatos serão promovidos a próxima fase se obtiverem no mínimo a pontuação de 4,5 na prova.
Na segunda fase do teste de aptdão, os candidatos ao curso de licenciatura plena em música deverão saber a respeito de intervalos melódicos e harmônicos; ditado rítmico e rítmico-melódico (uma voz); ditado harmônico; solfejo tonal; além de ter de executar uma peça instrumental ou vocal de livre escolha.
Vestibulandos que tem vagas de habilitação em piano devem tocar uma peça polifônica (Bach ou Scarlatti); um primeiro movimento de sonata clássica; uma peça romântica e outra brasileira.
Concorrentes ao bacharelado em música com habilitação em composição precisam apresentar uma peça ou conjunto de peças com três minutos para quaisquer tipos de instrumentos onde todas as partes estejam realizadas na partitura.
Os que pretendem estudar flauta devem executar a fantasia para flauta solo de Georg Philipp Telemann; além de um estudo de expressividade (lento / melódico); um de velocidade (legato ou staccatto); uma peça de Pixinguinha e uma de livre escolha.
Para concorrer à habilitação em saxofone, o candidato deverá executar uma peça standard de jazz e um solo escrito por Charle Parker ou John Coltrane.
O candidato aprovado no exame específico será inscrito no curso de sua primeira opção. O vestibulando que faltar a qualquer uma das provas dessa etapa e não estiver apto, será automaticamente inscrito para a segunda opção de curso indicada na ficha de inscrição.
Só então após todas essas etapas o candidato pretará o exame vestibular de primeira e segunda fase. As provas específicas da segunda fase do vestibular aos canditados do curso de música são: Redação, Língua Portuguesa, Geografia e História.
Embocadura, Postura e Cuidados
O nosso objetivo é falar um pouco sobre tudo o que se refere a Flauta Transversal.
Antes de começar seu estudo, procure estar relaxado fazendo um alongamento do seu corpo, principalmente braços e cabeça. Esse simples ato ajuda a prevenir problemas como torcicolo, DORT (Tendinite), e outros incômodos à sua saúde.
Trataremos aqui dos aspectos técnicos que envolvem a arte de tocar flauta, começando pela respiração, o primeiro passo para se dominar o instrumento. Inicialmente, falaremos sobre seu mecanismo: a respiração se divide em inspiração e expiração. Durante a inspiração, o diafragma puxa o ar para os pulmões. Para se ter uma respiração silenciosa e flexível (mais rápida ou mais lenta), devemos pronunciar a vogal "Ô" como se fosse um bocejo. Assim, abrimos a garganta, abaixamos a língua e o ar passa sem obstáculos, portanto, sem barulho. A língua, além de estar abaixada, deve encostar-se aos dentes inferiores (apenas encostar, sem empurrar; se isso acontecer, haverá muita tensão, ocasionando o fechamento da garganta e, por conseqüência, do som).
Na expiração, usamos os músculos abdominais para expulsar o ar dos pulmões. No controle da velocidade em que ocorre este processo de expulsão, através dos músculos abdominais, reside o controle da dinâmica. Quanto mais ar, mais forte; quanto menos ar, mais piano. Este controle se chama "apoio" ou suporte dos músculos abdominais. Os lábios se incumbem de controlar a velocidade final do ar e, por conseguinte, a afinação.
Para se ter à sensação do mecanismo de inspiração e expiração e do apoio, podemos imitar a respiração ofegante de um cachorro (sempre pensando na vogal Ô). Progressivamente, vai-se aumentando o tempo da inspiração e da expiração, sempre mantendo a garganta aberta, expirando o ar com som de "F” (lábios mais fechados para sentir a resistência do ar sem fechar a garganta), mas com a cavidade bucal bem aberta “Ô” e inspirando o ar como um bocejo, treinando assim a sustentação e o apoio das notas.
Devemos estudar a respiração sem a flauta por uma questão de concentração. Depois de devidamente trabalhado individualmente, transferimos o domínio da respiração para o instrumento.
ü Faça também um “alongamento interno” com os exercícios de respiração.
ü Expire (pela boca) até retirar todo o ar viciado do organismo;
ü Inspire lentamente (pelo nariz) até encher totalmente os pulmões, procure encher sempre à parte “baixa” primeiro;
ü Prenda por alguns segundos (três aproximadamente);
ü Solte o ar lentamente pela boca. Não deixe escapar de uma só vez. Tente aumentar gradativamente o tempo de expiração. Se quiser, divida essa expiração em três partes, quatro, cinco e assim sucessivamente.
ü Descanse um pouco e repita o exercício no máximo cinco vezes. Caso sinta tontura, pare e descanse. Esse sintoma é normal no início.
Postura: Quando de pé, devemos pensar em uma postura relaxada, ereta, com cabeça e tronco erguidos, joelhos levemente dobrados, peso nas coxas, sensação de uma linha imaginária que vai do calcanhar, passando pelas costas e indo até a cabeça, alongando o corpo inteiro. Para deixar a cabeça na posição certa, não muito abaixada e nem muito erguida, podemos fazer um teste, cantando e sustentando a vogal "Ô" e abaixando e erguendo a cabeça sucessivamente. Devemos procurar o som mais ressonante e aberto, indicando que estamos abrindo a garganta e com a postura correta. A sensação é de alongamento da coluna cervical (região do pescoço). Os braços formam triângulos com o corpo. Se fôssemos vistos de cima, veríamos dois triângulos cujos lados seriam formados pelos braços, antebraços e corpo.
Devemos sempre pensar em relaxar os ombros. O quanto levantamos ou abaixamos os cotovelos e o quanto dobramos os pulsos devem estar relacionados com o relaxamento dos ombros e o alinhamento da flauta com relação ao corpo. Vendo um flautista de frente, a linha do instrumento deve ser paralela com a linha dos lábios. Vista de cima, a linha da flauta deve estar perpendicular à ponta do nariz do músico.
Os pés podem ficar paralelos um ao outro ou fazendo um "L", o direito sendo a base e o esquerdo à frente, levemente separados. Giramos a cabeça para esquerda em direção à estante, ao maestro e ao público.
Nosso corpo nunca ficará de frente para a estante e sim para a direita. O mesmo vale quando estamos sentados. Os pés devem tocar o chão, e a cadeira voltada para a direita para girarmos a cabeça para a esquerda. A flauta é transversal, não a tocamos como um clarinete, por exemplo. Se não prestarmos atenção a estes detalhes, pode-se desenvolver graves problemas de coluna. Devemos pensar em movimentos horizontais, seguindo as linhas das frases, para não criarmos vícios de tocar acentuando notas sem necessidade, a menos que estejam indicados acentos na partitura. Os movimentos devem estar sempre relacionados à música, como se fôssemos atores interpretando um texto.
Posição dos dedos: devemos pensar em dedos naturalmente curvados e tocando as chaves com a região da polpa. Como exceção à regra, temos o dedo indicador esquerdo, que toca a chave com a ponta. O polegar esquerdo, dependendo do tamanho da mão, toca com a polpa, mas com a parte do lado esquerdo por uma questão de comodidade. O polegar direito participa da sustentação do instrumento, curvando-se naturalmente para esquerda, posicionado entre uma região logo abaixo do indicador e na metade entre o indicador e o médio. O indicador da mão esquerda também participa da sustentação do instrumento, mas com sua parte baixa, após a segunda articulação de cima para baixo, entre a terceira e a quarta linha. Em termos de anatomia, é a parte próxima da primeira falange. É aquela região onde se formam calos.
Devemos pensar em segurar a flauta pelos lados, formando uma alavanca contra o queixo. O polegar direito empurra a flauta para frente, a parte baixa do indicador esquerdo empurra a flauta para trás, e a flauta vai direto contra o queixo. É importante notar que tanto o polegar direito como a parte baixa do indicador esquerdo devem empurrar a flauta com um certo ângulo (aproximadamente 45º em relação ao chão) para cima, para que a flauta não tenha tendência a girar para dentro (o que causaria perda de flexibilidade no som).
Devemos perceber a importância do dedo indicador da mão esquerda quanto à sustentação do instrumento e a facilidade da técnica de digitação da mão esquerda. Ele empurra a flauta contra o queixo com a parte de baixo, onde se formam calos. Assim como o polegar da mão direita, ele empurra com um certo ângulo para cima. Toca a chave com a ponta e não com a polpa. Assemelha-se à figura de um cisne.
A segunda articulação dobra, de forma a ficar perpendicular à região anterior do dedo, e a primeira articulação dobra, de modo que o dedo toca a chave com a ponta. Atenção: a terceira articulação deve dobrar de forma moderada, para que o dedo não fique nem muito alto, nem muito baixo. Com isso, se obtém maior controle da digitação da mão esquerda, facilitando passagens difíceis que envolvem esta mão. O importante é que tanto o dedo indicador da mão esquerda quanto o dedo polegar da mão direita fiquem relaxados.
Embocadura: A embocadura é uma conseqüência da forma como sopramos. Ela dá o acabamento final ao ar que produzirá o som. Se soprarmos de forma correta, com apoio, sem fechar a garganta, é quase certo que a embocadura será relaxada. Não devemos sorrir espremendo os cantos dos lábios e nem tampouco exagerar no relaxamento, enchendo as bochechas demasiadamente de ar. Deve ser relaxada e natural, quase sem modificar a forma dos lábios quando estamos com a boca fechada. Os lábios superiores ficam levemente na frente dos inferiores, para projetar o ar na quina do buraco do porta-lábio, onde o som é produzido.
Devemos pensar em usar mais os músculos vizinhos dos lábios e não somente o músculo orbicularis (lábios). Usamos o triangularis, que abaixa o canto dos lábios. Usamos o mentalis, músculo do queixo que leva o lábio inferior para frente, cobrindo mais o bocal. E usamos o caninus, músculo da "maçã" do rosto, que controla os lábios superiores, dando mais foco ao som. Com o uso destes músculos faciais, a embocadura resultante permite um som maior, mais flexível e interessante em termos de beleza e controle de timbre, dinâmica e afinação!
Uma analogia que sempre funciona é o sopro de uma vela ou várias velas de aniversário. A diferença é que o ângulo para soprar na flauta é mais para baixo. Mas a embocadura é praticamente a mesma, como se pronunciando o fonema "F" com dentes mais afastados.
Dicas para o inicio do estudo
ü Organize seu material de estudo para que possa aproveitar bem o seu tempo e trabalhar todas as dificuldades necessárias.
ü Comece, de preferência, pelos exercícios de sonoridade (nota longa) para aquecer. Em seguida os estudos técnicos (escalas, arpejos, golpes simples, duplos e triplos, etc.) e por último o repertório.
ü Lembre-se: Você pode começar com sonoridade e ir direto ao repertório, mas faça sempre um bom estudo de sonoridade. Por ser a flauta um instrumento de sopro, o que faz a diferença entre um flautista bom e um mau é o som, não se ele toca rápido ou lento. Isso é conseqüência quando se alcança uma boa qualidade sonora.
ü Durante o estudo, procure concentrar toda a sua atenção, assim você assimilará tudo o que praticou.
ü Tenha sempre à mão um lápis e borracha. Marque os trechos mais difíceis e dê maior atenção. Ao final, toque a peça ou estudo completo para entender o sentido musical das frases e manter “nos dedos” o que já foi praticado.
ü Pratique todos os dias. Mesmo que não tenha tempo para seguir todos os passos, mantenha o contato com seu instrumento. Isso evitará perda na qualidade do som.
A afinação é uma questão da superfície de reflexão sonora e da velocidade do ar que sopramos. Quanto maior a superfície de reflexão sonora, mais alta é a afinação. Quanto menor, mais baixa. Aumentamos a superfície de reflexão sonora cobrindo menos o bocal, e a diminuímos cobrindo mais. Para cobrir menos o bocal, basta girar a flauta mais para fora ou levar os lábios inferiores mais para trás; para cobrir mais, basta girar mais para dentro ou deixar os lábios inferiores mais para frente. Por exemplo, quando vamos tocar uma nota aguda e pianíssimo, a tendência é o tensionamento e conseqüente colapso dos lábios inferiores para frente. Isto faz a nota cair em afinação. Se usarmos a "psicologia invertida", podemos pensar em rolar os lábios inferiores nos dentes inferiores, o que evita levarmos os lábios inferiores tão para frente, mantendo a superfície de reflexão sonora e, por conseqüência, a afinação. Se mudarmos o ângulo como sopramos o ar, também mudamos a afinação.
Se soprarmos mais para fora do bocal, a afinação sobe, pois o ar interno da flauta diminui de tamanho, aumentando a freqüência sonora e subindo a afinação. Isto ocorre porque uma menor quantidade do ar soprado participa da coluna de ar interior, diminuindo o seu tamanho. Se soprarmos mais para dentro do bocal, a afinação desce, pois o ar interno da flauta aumenta de tamanho, diminuindo a freqüência sonora e abaixando a afinação. Isto ocorre porque uma maior quantidade do ar soprado participa da coluna de ar interior, aumentando o seu tamanho.
Enquanto os músculos abdominais controlam a quantidade de ar (através do apoio) e, por conseguinte, a dinâmica, os lábios controlam a velocidade da palheta de ar e a afinação.
Quanto ao controle de dinâmica e afinação, pensemos na analogia com a mangueira de jardim. Os músculos abdominais representam a torneira, e os lábios, o final da mangueira. Imaginemos que vamos regar uma planta à nossa frente. Para continuar regando a mesma planta com mais água (tocar a mesma nota mais forte), ao abrirmos a torneira (empurrar mais ar com abdome) temos que, ao mesmo tempo, aumentar o tamanho do buraco da mangueira por onde sai a água (relaxar mais os lábios, aumentando o tamanho do buraco dos lábios).
Caso contrário, a água ultrapassa a planta com menos água (tocar a mesma nota mais piano); ao fecharmos a torneira (empurrar menos ar com o abdome), temos que, ao mesmo tempo, diminuir o tamanho do buraco da mangueira por onde sai a água (aproximar mais os lábios sem espremê-los, diminuindo o tamanho do buraco dos lábios). Caso contrário, a água se distancia da planta, indo em nossa direção (a afinação cai). Em outras palavras, deixar os lábios relaxados, flexíveis, apenas moldando a coluna de ar, permitindo as mudanças de dinâmica sem variar a velocidade e a afinação.
Para mudarmos o timbre sem modificarmos a afinação, basta soprarmos com mais foco (som mais claro) ou menos foco (som mais escuro), sem modificar a velocidade da palheta de ar que sopramos na quina onde o som é produzido. O foco diz respeito ao formato da palheta de ar. Uma palheta mais concentrada, fina, produz som mais claro. Palheta de ar mais difusa, larga, produz som mais escuro. Depende da abertura dos lábios e do uso do ar. A abertura da cavidade bucal e a posição da língua influenciam na ressonância do som.
A articulação é determinada pelo ataque, duração e dinâmica de cada nota a ser tocada. Para tanto, fazemos uso de diferentes posições da língua durante o ataque e, principalmente, do uso da coluna de ar.
O ar é o elemento mais importante na articulação, responsável pela duração e dinâmica da mesma, pois a língua não deve cortar a coluna de ar, nem os lábios. A língua é responsável apenas pela precisão do ataque, do início da nota. Funciona como uma válvula que inicialmente fecha o caminho do ar para fora da boca e, quando colocada para trás, libera este caminho, permitindo que o som se inicie. A língua, portanto, não bate, ela sai do caminho.
Existe uma certa pressão atrás da língua, devido ao ar que está prestes a ser liberado, articulado. Esta pressão depende do apoio dos músculos abdominais, que, além disso, controlam a quantidade de ar a ser liberado (dinâmica e duração da nota). Os lábios dão o acabamento final ao ar liberado, controlando sua velocidade (afinação) e direção (foco e timbre). Vale lembrar que a língua deve estar sempre relaxada e deve-se usar movimentos mínimos.
Alguns inícios de frase, de tão sutis, pedem articulação sem língua. Usamos a articulação simples para passagens não muito rápidas, onde conseguimos articular grupos de notas sucessivamente com a mesma sílaba. Usamos a letra "T" ou "D", sendo que o "T" confere ataque mais nítido e o "D" ataque mais suave. Formamos diferentes sílabas dependendo da vogal que queremos para a passagem em questão. Ex.: Ta, Te, Ti, To, Tu ou Da, Di, Do, Du. A língua se posiciona entre os dentes para os registros médios e agudos, e logo atrás dos dentes superiores (palato duro), para o registro grave.
Usamos a articulação dupla para passagens mais rápidas, onde necessitamos alternar duas sílabas para maior comodidade e clareza de execução (letras "T-K" alternadamente ou"DG"). Se a passagem for muito rápida, é mais aconselhável usar o"D-G", que deixa a articulação mais leve e a frase mais fluente. Como a sucessão de notas já é rápida, as notas soarão naturalmente curtas. Usamos também em passagens rápidas a articulação tripla, onde há grupos de três notas sucessivas. Usamos as letras "T-K-T" ou "D-G-D". O D-G-D é mais indicado para passagens muito rápidas.
O importante é que técnica e musicalidade caminhem juntas. A técnica deve ser escrava da música, e nunca o contrário! Exatamente por isso, a técnica deve estar sob controle.
Manutenção e Cuidados com a Flauta Transversal.
Saber cuidar da flauta é um dever de todo bom flautista. Como nós, o instrumento também necessita de cuidados e carinho pois só assim nos dará aquele retorno que como músicos necessitamos. Imagine-se numa situação em que você, precisando do instrumento, não poderá usá-lo porque perdeu um parafuso, soltou uma mola ou as sapatilhas estão grudentas. Realmente não precisamos ser um técnico especializado mas precisamos sim de um mínimo de conhecimentos para que situações como as do exemplo acima possam ser solucionadas rapidamente, caso venham ocorrer.
Com estas dicas tentaremos ajudar aqueles que não tiveram a oportunidade de saber um pouco sobre estes cuidados como também complementar o conhecimento daqueles que já conhecem. É bom lembrar que com um simples cuidado na manutenção de sua flauta evita-se problemas em ocasiões inesperadas e que sabendo cuidar de sua flauta ela vai estar sempre valorizada, caso venha vendê-la para adquirir uma outra.
CUIDADOS BÁSICOS:
ü Sempre guarde o estojo com a flauta num lugar fora do alcance de crianças que não saibam como manuseá-la ou de pessoas curiosas.
ü Mantenha sua flauta longe de fontes de calor (estufas, aquecedores) e também de fontes frias (mármore, pedras). Tanto o calor quanto o frio poderão alterar as sapatilhas, prejudicando seu perfeito funcionamento.
ü NUNCA deixe a flauta dentro de porta-malas ou fechada dentro do carro. Além do calor que toma indiretamente do sol, corre o risco de ser roubada !
ü Ao terminar seus estudos diários enxugue a flauta por dentro com um pano bem absorvente(fralda) e que não solte fiapos, enrolado numa vareta de madeira ou metal, eliminando qualquer umidade que possa estragar as sapatilhas.
ü NUNCA deixe a flauta montada em cima de uma cadeira ou cama. São locais perigosos pois, sem querer, podemos assentar. Utilize uma mesa ou uma superfície plana, de preferência mais no centro, onde não tem perigo de cair.
ü Quando der um intervalo em seu estudo, deixe a flauta sobre uma superfície com as chaves paralelas à superfície (chaves para cima). Isto evita que a saliva escorra encharcando as sapatilhas.
ü Após enxugar a flauta por dentro é aconselhável utilizar uma flanela para limpá-la por fora, tirando assim as marcas da transpiração que oxidam o metal. No mecanismo, limpe as chaves uma a uma para que o seu funcionamento não seja prejudicado. Nunca use o mesmo pano para enxugar por dentro e por fora.
ü Periodicamente utilize um pincel de seda bem macio para limpar todo o mecanismo da flauta. Isto pode ser feito com ela montada e evita que a poeira vá acumulando nos eixos e mecanismos, além de mantê-la com uma excelente aparência.
CUIDADOS AO MONTAR E DESMONTAR A FLAUTA
ü Ao montar ou desmontar sua flauta, escolha sempre uma superfície plana e bem larga para colocar estojo sem perigo de cair. Se for numa mesa, coloque-o mais para o centro.
ü Evite montá-la ou desmontá-la apoiando o estojo nas pernas.
ü Afaste-se de qualquer objeto que possa bater na flauta durante a montagem.
ü Procure segurar sempre nas partes em que não tem mecanismos. Eles são muito frágeis e quando segurados ou apertados indevidamente podem trazer problemas.
ü Seqüência para montagem da flauta: primeiro segure com firmeza, com mão direita, o corpo da flauta pela parte onde vem escrito a marca. Depois, com a mão esquerda, pegue o bocal e o encaixe girando-o, bem devagar, de modo que entre com facilidade. Após isto pegue o pé, com a mão esquerda, e o encaixe com um leve giro na base do corpo da flauta. Ajuste-o com muito cuidado, pois o encaixe final do corpo é muito curto e fino.
ü Quanto ao alinhamento da flauta tomamos como referência as chaves do corpo. O bocal alinha-se o seu orifício com a chave do dó sustenido e o pé alinha-se de modo que seu eixo coincida com o meio das chaves do corpo.
ü Certifique-se de que a flauta está bem acondicionada dentro do estojo. Muitas vezes ela pode ficar sacudindo dentro do estojo o que acaba afetando seu mecanismo e também arranhado-a. Solucione isto usando uma pequena flanela para ajustar a folga.
CUIDADOS COM AS SAPATILHAS
As sapatilhas são responsáveis pela integridade do som da flauta. Qualquer problema nelas como folgas, sujeira, pequenos cortes, ressecamento, umidade excessiva, entre outros, causa conseqüências imediatas na resposta sonora da flauta. Muito embora sejam frágeis, quando bem cuidadas tem bastante durabilidade.
ü Sempre que começar seu estudo escove os dentes. A saliva pode conter resquícios de alimentos (doces, café, biscoitos, entre outros) que em contato com as sapatilhas ficam aderidos a elas. Com o passar do tempo isto causa um pequeno ruído quando em contato com a chaminé.(orifícios do tubo da flauta)
ü Para solucionar o problema apresentado acima, utilize o papel de seda (para fazer cigarros). Coloque-o entre a chave e a chaminé e pressione a chave algumas vezes até que a sujeira seja eliminada. EM CASOS MUITO CRÍTICOS aconselha-se passar um mínimo de talco na seda, com a ponta do dedo, espalhando-o muito bem e depois coloque novamente entre a chave e a chaminé, pressionando algumas vezes, como já foi explicado. Cuidado para não deixar a parte que tem cola na seda encostar nas sapatilhas.
ü NUNCA aperte as chaves de sua flauta com força. Isto é anti-natural e desgasta as sapatilhas. Uma flauta bem sapatilhada nunca necessita de força para perfeito fechamento das chaves !
ü Evite utilizar objetos com ponta para mexer ou limpar as sapatilhas. Isto, com certeza, pode cortá-la.
ü Tanto o excesso de calor como de frio podem afetar as sapatilhas. Portanto mantenha sua flauta longe destas fontes!
LUBRIFICANDO O MECANISMO DA FLAUTA
É aconselhável que periodicamente você lubrifique o mecanismo de sua flauta. O uso no dia-a-dia, após horas de estudo, naturalmente desgasta os eixos e para repor isto nada melhor do que um óleo bem fino.
ü Primeiro você deve ter um óleo bem fino e específico para o instrumento (não use Singer ou outros do gênero !)O local precisa ser bem iluminado e utilize uma superfície bem plana e larga. Pingue algumas gotas num pires e com uma agulha coloque-a no óleo do pires e depois leve esta em cada eixo. É um trabalho que precisa de tempo e paciência. O resultado é ótimo! Todo o mecanismo vai ficar mais ágil.
ü Tome cuidado para não deixar óleo cair nas sapatilhas pois isto pode danificá-la. Seja cuidadoso que tudo vai dar certo!
O BOCAL DA FLAUTA
É a parte de aspecto mais simples pois vê-se somente a embocadura (porta-lábio) com sua abertura oval, soldada ao bocal, de perfil arredondado, para permitir ao flautista apoiá-lo com firmeza sobre o queixo.
O bocal está fechado à esquerda por uma rolha. Feita por uma cortiça é furada ao meio por onde passa uma um pino rosqueado. Na extremidade direita do pino é soldado uma placa metálica e na extremidade esquerda temos um arremate em forma de um chapeuzinho. Apesar da simplicidade exterior, o bocal é um elemento muito frágil e muito importante da flauta. Todos os detalhes de sua construção (local da rolha, vedação, ângulo de solda do porta-lábio, formato do orifício, conicidade) determinam a qualidade e a precisão do som do instrumento.
CUIDADOS COM O BOCAL
ü Nunca mexa no seu porta lábio, pois qualquer alteração afeta no resultado da sonoridade da flauta. O que se pode fazer é, periodicamente, limpar sua borda interna com um cotonete.
ü O bocal tem uma rolha de regulagem que é para dar o equilíbrio na afinação. Esta rolha nunca deve estar ressecada, pois a flauta perde na sonoridade, e precisa manter sua regulagem com a medida que está na ponta de sua vareta para limpar a flauta. Portanto coloque a vareta dentro do bocal e verifique se no meio do orifício do bocal encontra-se a marca da vareta. Caso esteja, tudo bem; caso não esteja, solte um pouco o chapeuzinho do bocal e faça a regulagem.
Antes de começar seu estudo, procure estar relaxado fazendo um alongamento do seu corpo, principalmente braços e cabeça. Esse simples ato ajuda a prevenir problemas como torcicolo, DORT (Tendinite), e outros incômodos à sua saúde.
Trataremos aqui dos aspectos técnicos que envolvem a arte de tocar flauta, começando pela respiração, o primeiro passo para se dominar o instrumento. Inicialmente, falaremos sobre seu mecanismo: a respiração se divide em inspiração e expiração. Durante a inspiração, o diafragma puxa o ar para os pulmões. Para se ter uma respiração silenciosa e flexível (mais rápida ou mais lenta), devemos pronunciar a vogal "Ô" como se fosse um bocejo. Assim, abrimos a garganta, abaixamos a língua e o ar passa sem obstáculos, portanto, sem barulho. A língua, além de estar abaixada, deve encostar-se aos dentes inferiores (apenas encostar, sem empurrar; se isso acontecer, haverá muita tensão, ocasionando o fechamento da garganta e, por conseqüência, do som).
Na expiração, usamos os músculos abdominais para expulsar o ar dos pulmões. No controle da velocidade em que ocorre este processo de expulsão, através dos músculos abdominais, reside o controle da dinâmica. Quanto mais ar, mais forte; quanto menos ar, mais piano. Este controle se chama "apoio" ou suporte dos músculos abdominais. Os lábios se incumbem de controlar a velocidade final do ar e, por conseguinte, a afinação.
Para se ter à sensação do mecanismo de inspiração e expiração e do apoio, podemos imitar a respiração ofegante de um cachorro (sempre pensando na vogal Ô). Progressivamente, vai-se aumentando o tempo da inspiração e da expiração, sempre mantendo a garganta aberta, expirando o ar com som de "F” (lábios mais fechados para sentir a resistência do ar sem fechar a garganta), mas com a cavidade bucal bem aberta “Ô” e inspirando o ar como um bocejo, treinando assim a sustentação e o apoio das notas.
Devemos estudar a respiração sem a flauta por uma questão de concentração. Depois de devidamente trabalhado individualmente, transferimos o domínio da respiração para o instrumento.
ü Faça também um “alongamento interno” com os exercícios de respiração.
ü Expire (pela boca) até retirar todo o ar viciado do organismo;
ü Inspire lentamente (pelo nariz) até encher totalmente os pulmões, procure encher sempre à parte “baixa” primeiro;
ü Prenda por alguns segundos (três aproximadamente);
ü Solte o ar lentamente pela boca. Não deixe escapar de uma só vez. Tente aumentar gradativamente o tempo de expiração. Se quiser, divida essa expiração em três partes, quatro, cinco e assim sucessivamente.
ü Descanse um pouco e repita o exercício no máximo cinco vezes. Caso sinta tontura, pare e descanse. Esse sintoma é normal no início.
Postura: Quando de pé, devemos pensar em uma postura relaxada, ereta, com cabeça e tronco erguidos, joelhos levemente dobrados, peso nas coxas, sensação de uma linha imaginária que vai do calcanhar, passando pelas costas e indo até a cabeça, alongando o corpo inteiro. Para deixar a cabeça na posição certa, não muito abaixada e nem muito erguida, podemos fazer um teste, cantando e sustentando a vogal "Ô" e abaixando e erguendo a cabeça sucessivamente. Devemos procurar o som mais ressonante e aberto, indicando que estamos abrindo a garganta e com a postura correta. A sensação é de alongamento da coluna cervical (região do pescoço). Os braços formam triângulos com o corpo. Se fôssemos vistos de cima, veríamos dois triângulos cujos lados seriam formados pelos braços, antebraços e corpo.
Devemos sempre pensar em relaxar os ombros. O quanto levantamos ou abaixamos os cotovelos e o quanto dobramos os pulsos devem estar relacionados com o relaxamento dos ombros e o alinhamento da flauta com relação ao corpo. Vendo um flautista de frente, a linha do instrumento deve ser paralela com a linha dos lábios. Vista de cima, a linha da flauta deve estar perpendicular à ponta do nariz do músico.
Os pés podem ficar paralelos um ao outro ou fazendo um "L", o direito sendo a base e o esquerdo à frente, levemente separados. Giramos a cabeça para esquerda em direção à estante, ao maestro e ao público.
Nosso corpo nunca ficará de frente para a estante e sim para a direita. O mesmo vale quando estamos sentados. Os pés devem tocar o chão, e a cadeira voltada para a direita para girarmos a cabeça para a esquerda. A flauta é transversal, não a tocamos como um clarinete, por exemplo. Se não prestarmos atenção a estes detalhes, pode-se desenvolver graves problemas de coluna. Devemos pensar em movimentos horizontais, seguindo as linhas das frases, para não criarmos vícios de tocar acentuando notas sem necessidade, a menos que estejam indicados acentos na partitura. Os movimentos devem estar sempre relacionados à música, como se fôssemos atores interpretando um texto.
Posição dos dedos: devemos pensar em dedos naturalmente curvados e tocando as chaves com a região da polpa. Como exceção à regra, temos o dedo indicador esquerdo, que toca a chave com a ponta. O polegar esquerdo, dependendo do tamanho da mão, toca com a polpa, mas com a parte do lado esquerdo por uma questão de comodidade. O polegar direito participa da sustentação do instrumento, curvando-se naturalmente para esquerda, posicionado entre uma região logo abaixo do indicador e na metade entre o indicador e o médio. O indicador da mão esquerda também participa da sustentação do instrumento, mas com sua parte baixa, após a segunda articulação de cima para baixo, entre a terceira e a quarta linha. Em termos de anatomia, é a parte próxima da primeira falange. É aquela região onde se formam calos.
Devemos pensar em segurar a flauta pelos lados, formando uma alavanca contra o queixo. O polegar direito empurra a flauta para frente, a parte baixa do indicador esquerdo empurra a flauta para trás, e a flauta vai direto contra o queixo. É importante notar que tanto o polegar direito como a parte baixa do indicador esquerdo devem empurrar a flauta com um certo ângulo (aproximadamente 45º em relação ao chão) para cima, para que a flauta não tenha tendência a girar para dentro (o que causaria perda de flexibilidade no som).
Devemos perceber a importância do dedo indicador da mão esquerda quanto à sustentação do instrumento e a facilidade da técnica de digitação da mão esquerda. Ele empurra a flauta contra o queixo com a parte de baixo, onde se formam calos. Assim como o polegar da mão direita, ele empurra com um certo ângulo para cima. Toca a chave com a ponta e não com a polpa. Assemelha-se à figura de um cisne.
A segunda articulação dobra, de forma a ficar perpendicular à região anterior do dedo, e a primeira articulação dobra, de modo que o dedo toca a chave com a ponta. Atenção: a terceira articulação deve dobrar de forma moderada, para que o dedo não fique nem muito alto, nem muito baixo. Com isso, se obtém maior controle da digitação da mão esquerda, facilitando passagens difíceis que envolvem esta mão. O importante é que tanto o dedo indicador da mão esquerda quanto o dedo polegar da mão direita fiquem relaxados.
Embocadura: A embocadura é uma conseqüência da forma como sopramos. Ela dá o acabamento final ao ar que produzirá o som. Se soprarmos de forma correta, com apoio, sem fechar a garganta, é quase certo que a embocadura será relaxada. Não devemos sorrir espremendo os cantos dos lábios e nem tampouco exagerar no relaxamento, enchendo as bochechas demasiadamente de ar. Deve ser relaxada e natural, quase sem modificar a forma dos lábios quando estamos com a boca fechada. Os lábios superiores ficam levemente na frente dos inferiores, para projetar o ar na quina do buraco do porta-lábio, onde o som é produzido.
Devemos pensar em usar mais os músculos vizinhos dos lábios e não somente o músculo orbicularis (lábios). Usamos o triangularis, que abaixa o canto dos lábios. Usamos o mentalis, músculo do queixo que leva o lábio inferior para frente, cobrindo mais o bocal. E usamos o caninus, músculo da "maçã" do rosto, que controla os lábios superiores, dando mais foco ao som. Com o uso destes músculos faciais, a embocadura resultante permite um som maior, mais flexível e interessante em termos de beleza e controle de timbre, dinâmica e afinação!
Uma analogia que sempre funciona é o sopro de uma vela ou várias velas de aniversário. A diferença é que o ângulo para soprar na flauta é mais para baixo. Mas a embocadura é praticamente a mesma, como se pronunciando o fonema "F" com dentes mais afastados.
Dicas para o inicio do estudo
ü Organize seu material de estudo para que possa aproveitar bem o seu tempo e trabalhar todas as dificuldades necessárias.
ü Comece, de preferência, pelos exercícios de sonoridade (nota longa) para aquecer. Em seguida os estudos técnicos (escalas, arpejos, golpes simples, duplos e triplos, etc.) e por último o repertório.
ü Lembre-se: Você pode começar com sonoridade e ir direto ao repertório, mas faça sempre um bom estudo de sonoridade. Por ser a flauta um instrumento de sopro, o que faz a diferença entre um flautista bom e um mau é o som, não se ele toca rápido ou lento. Isso é conseqüência quando se alcança uma boa qualidade sonora.
ü Durante o estudo, procure concentrar toda a sua atenção, assim você assimilará tudo o que praticou.
ü Tenha sempre à mão um lápis e borracha. Marque os trechos mais difíceis e dê maior atenção. Ao final, toque a peça ou estudo completo para entender o sentido musical das frases e manter “nos dedos” o que já foi praticado.
ü Pratique todos os dias. Mesmo que não tenha tempo para seguir todos os passos, mantenha o contato com seu instrumento. Isso evitará perda na qualidade do som.
A afinação é uma questão da superfície de reflexão sonora e da velocidade do ar que sopramos. Quanto maior a superfície de reflexão sonora, mais alta é a afinação. Quanto menor, mais baixa. Aumentamos a superfície de reflexão sonora cobrindo menos o bocal, e a diminuímos cobrindo mais. Para cobrir menos o bocal, basta girar a flauta mais para fora ou levar os lábios inferiores mais para trás; para cobrir mais, basta girar mais para dentro ou deixar os lábios inferiores mais para frente. Por exemplo, quando vamos tocar uma nota aguda e pianíssimo, a tendência é o tensionamento e conseqüente colapso dos lábios inferiores para frente. Isto faz a nota cair em afinação. Se usarmos a "psicologia invertida", podemos pensar em rolar os lábios inferiores nos dentes inferiores, o que evita levarmos os lábios inferiores tão para frente, mantendo a superfície de reflexão sonora e, por conseqüência, a afinação. Se mudarmos o ângulo como sopramos o ar, também mudamos a afinação.
Se soprarmos mais para fora do bocal, a afinação sobe, pois o ar interno da flauta diminui de tamanho, aumentando a freqüência sonora e subindo a afinação. Isto ocorre porque uma menor quantidade do ar soprado participa da coluna de ar interior, diminuindo o seu tamanho. Se soprarmos mais para dentro do bocal, a afinação desce, pois o ar interno da flauta aumenta de tamanho, diminuindo a freqüência sonora e abaixando a afinação. Isto ocorre porque uma maior quantidade do ar soprado participa da coluna de ar interior, aumentando o seu tamanho.
Enquanto os músculos abdominais controlam a quantidade de ar (através do apoio) e, por conseguinte, a dinâmica, os lábios controlam a velocidade da palheta de ar e a afinação.
Quanto ao controle de dinâmica e afinação, pensemos na analogia com a mangueira de jardim. Os músculos abdominais representam a torneira, e os lábios, o final da mangueira. Imaginemos que vamos regar uma planta à nossa frente. Para continuar regando a mesma planta com mais água (tocar a mesma nota mais forte), ao abrirmos a torneira (empurrar mais ar com abdome) temos que, ao mesmo tempo, aumentar o tamanho do buraco da mangueira por onde sai a água (relaxar mais os lábios, aumentando o tamanho do buraco dos lábios).
Caso contrário, a água ultrapassa a planta com menos água (tocar a mesma nota mais piano); ao fecharmos a torneira (empurrar menos ar com o abdome), temos que, ao mesmo tempo, diminuir o tamanho do buraco da mangueira por onde sai a água (aproximar mais os lábios sem espremê-los, diminuindo o tamanho do buraco dos lábios). Caso contrário, a água se distancia da planta, indo em nossa direção (a afinação cai). Em outras palavras, deixar os lábios relaxados, flexíveis, apenas moldando a coluna de ar, permitindo as mudanças de dinâmica sem variar a velocidade e a afinação.
Para mudarmos o timbre sem modificarmos a afinação, basta soprarmos com mais foco (som mais claro) ou menos foco (som mais escuro), sem modificar a velocidade da palheta de ar que sopramos na quina onde o som é produzido. O foco diz respeito ao formato da palheta de ar. Uma palheta mais concentrada, fina, produz som mais claro. Palheta de ar mais difusa, larga, produz som mais escuro. Depende da abertura dos lábios e do uso do ar. A abertura da cavidade bucal e a posição da língua influenciam na ressonância do som.
A articulação é determinada pelo ataque, duração e dinâmica de cada nota a ser tocada. Para tanto, fazemos uso de diferentes posições da língua durante o ataque e, principalmente, do uso da coluna de ar.
O ar é o elemento mais importante na articulação, responsável pela duração e dinâmica da mesma, pois a língua não deve cortar a coluna de ar, nem os lábios. A língua é responsável apenas pela precisão do ataque, do início da nota. Funciona como uma válvula que inicialmente fecha o caminho do ar para fora da boca e, quando colocada para trás, libera este caminho, permitindo que o som se inicie. A língua, portanto, não bate, ela sai do caminho.
Existe uma certa pressão atrás da língua, devido ao ar que está prestes a ser liberado, articulado. Esta pressão depende do apoio dos músculos abdominais, que, além disso, controlam a quantidade de ar a ser liberado (dinâmica e duração da nota). Os lábios dão o acabamento final ao ar liberado, controlando sua velocidade (afinação) e direção (foco e timbre). Vale lembrar que a língua deve estar sempre relaxada e deve-se usar movimentos mínimos.
Alguns inícios de frase, de tão sutis, pedem articulação sem língua. Usamos a articulação simples para passagens não muito rápidas, onde conseguimos articular grupos de notas sucessivamente com a mesma sílaba. Usamos a letra "T" ou "D", sendo que o "T" confere ataque mais nítido e o "D" ataque mais suave. Formamos diferentes sílabas dependendo da vogal que queremos para a passagem em questão. Ex.: Ta, Te, Ti, To, Tu ou Da, Di, Do, Du. A língua se posiciona entre os dentes para os registros médios e agudos, e logo atrás dos dentes superiores (palato duro), para o registro grave.
Usamos a articulação dupla para passagens mais rápidas, onde necessitamos alternar duas sílabas para maior comodidade e clareza de execução (letras "T-K" alternadamente ou"DG"). Se a passagem for muito rápida, é mais aconselhável usar o"D-G", que deixa a articulação mais leve e a frase mais fluente. Como a sucessão de notas já é rápida, as notas soarão naturalmente curtas. Usamos também em passagens rápidas a articulação tripla, onde há grupos de três notas sucessivas. Usamos as letras "T-K-T" ou "D-G-D". O D-G-D é mais indicado para passagens muito rápidas.
O importante é que técnica e musicalidade caminhem juntas. A técnica deve ser escrava da música, e nunca o contrário! Exatamente por isso, a técnica deve estar sob controle.
Manutenção e Cuidados com a Flauta Transversal.
Saber cuidar da flauta é um dever de todo bom flautista. Como nós, o instrumento também necessita de cuidados e carinho pois só assim nos dará aquele retorno que como músicos necessitamos. Imagine-se numa situação em que você, precisando do instrumento, não poderá usá-lo porque perdeu um parafuso, soltou uma mola ou as sapatilhas estão grudentas. Realmente não precisamos ser um técnico especializado mas precisamos sim de um mínimo de conhecimentos para que situações como as do exemplo acima possam ser solucionadas rapidamente, caso venham ocorrer.
Com estas dicas tentaremos ajudar aqueles que não tiveram a oportunidade de saber um pouco sobre estes cuidados como também complementar o conhecimento daqueles que já conhecem. É bom lembrar que com um simples cuidado na manutenção de sua flauta evita-se problemas em ocasiões inesperadas e que sabendo cuidar de sua flauta ela vai estar sempre valorizada, caso venha vendê-la para adquirir uma outra.
CUIDADOS BÁSICOS:
ü Sempre guarde o estojo com a flauta num lugar fora do alcance de crianças que não saibam como manuseá-la ou de pessoas curiosas.
ü Mantenha sua flauta longe de fontes de calor (estufas, aquecedores) e também de fontes frias (mármore, pedras). Tanto o calor quanto o frio poderão alterar as sapatilhas, prejudicando seu perfeito funcionamento.
ü NUNCA deixe a flauta dentro de porta-malas ou fechada dentro do carro. Além do calor que toma indiretamente do sol, corre o risco de ser roubada !
ü Ao terminar seus estudos diários enxugue a flauta por dentro com um pano bem absorvente(fralda) e que não solte fiapos, enrolado numa vareta de madeira ou metal, eliminando qualquer umidade que possa estragar as sapatilhas.
ü NUNCA deixe a flauta montada em cima de uma cadeira ou cama. São locais perigosos pois, sem querer, podemos assentar. Utilize uma mesa ou uma superfície plana, de preferência mais no centro, onde não tem perigo de cair.
ü Quando der um intervalo em seu estudo, deixe a flauta sobre uma superfície com as chaves paralelas à superfície (chaves para cima). Isto evita que a saliva escorra encharcando as sapatilhas.
ü Após enxugar a flauta por dentro é aconselhável utilizar uma flanela para limpá-la por fora, tirando assim as marcas da transpiração que oxidam o metal. No mecanismo, limpe as chaves uma a uma para que o seu funcionamento não seja prejudicado. Nunca use o mesmo pano para enxugar por dentro e por fora.
ü Periodicamente utilize um pincel de seda bem macio para limpar todo o mecanismo da flauta. Isto pode ser feito com ela montada e evita que a poeira vá acumulando nos eixos e mecanismos, além de mantê-la com uma excelente aparência.
CUIDADOS AO MONTAR E DESMONTAR A FLAUTA
ü Ao montar ou desmontar sua flauta, escolha sempre uma superfície plana e bem larga para colocar estojo sem perigo de cair. Se for numa mesa, coloque-o mais para o centro.
ü Evite montá-la ou desmontá-la apoiando o estojo nas pernas.
ü Afaste-se de qualquer objeto que possa bater na flauta durante a montagem.
ü Procure segurar sempre nas partes em que não tem mecanismos. Eles são muito frágeis e quando segurados ou apertados indevidamente podem trazer problemas.
ü Seqüência para montagem da flauta: primeiro segure com firmeza, com mão direita, o corpo da flauta pela parte onde vem escrito a marca. Depois, com a mão esquerda, pegue o bocal e o encaixe girando-o, bem devagar, de modo que entre com facilidade. Após isto pegue o pé, com a mão esquerda, e o encaixe com um leve giro na base do corpo da flauta. Ajuste-o com muito cuidado, pois o encaixe final do corpo é muito curto e fino.
ü Quanto ao alinhamento da flauta tomamos como referência as chaves do corpo. O bocal alinha-se o seu orifício com a chave do dó sustenido e o pé alinha-se de modo que seu eixo coincida com o meio das chaves do corpo.
ü Certifique-se de que a flauta está bem acondicionada dentro do estojo. Muitas vezes ela pode ficar sacudindo dentro do estojo o que acaba afetando seu mecanismo e também arranhado-a. Solucione isto usando uma pequena flanela para ajustar a folga.
CUIDADOS COM AS SAPATILHAS
As sapatilhas são responsáveis pela integridade do som da flauta. Qualquer problema nelas como folgas, sujeira, pequenos cortes, ressecamento, umidade excessiva, entre outros, causa conseqüências imediatas na resposta sonora da flauta. Muito embora sejam frágeis, quando bem cuidadas tem bastante durabilidade.
ü Sempre que começar seu estudo escove os dentes. A saliva pode conter resquícios de alimentos (doces, café, biscoitos, entre outros) que em contato com as sapatilhas ficam aderidos a elas. Com o passar do tempo isto causa um pequeno ruído quando em contato com a chaminé.(orifícios do tubo da flauta)
ü Para solucionar o problema apresentado acima, utilize o papel de seda (para fazer cigarros). Coloque-o entre a chave e a chaminé e pressione a chave algumas vezes até que a sujeira seja eliminada. EM CASOS MUITO CRÍTICOS aconselha-se passar um mínimo de talco na seda, com a ponta do dedo, espalhando-o muito bem e depois coloque novamente entre a chave e a chaminé, pressionando algumas vezes, como já foi explicado. Cuidado para não deixar a parte que tem cola na seda encostar nas sapatilhas.
ü NUNCA aperte as chaves de sua flauta com força. Isto é anti-natural e desgasta as sapatilhas. Uma flauta bem sapatilhada nunca necessita de força para perfeito fechamento das chaves !
ü Evite utilizar objetos com ponta para mexer ou limpar as sapatilhas. Isto, com certeza, pode cortá-la.
ü Tanto o excesso de calor como de frio podem afetar as sapatilhas. Portanto mantenha sua flauta longe destas fontes!
LUBRIFICANDO O MECANISMO DA FLAUTA
É aconselhável que periodicamente você lubrifique o mecanismo de sua flauta. O uso no dia-a-dia, após horas de estudo, naturalmente desgasta os eixos e para repor isto nada melhor do que um óleo bem fino.
ü Primeiro você deve ter um óleo bem fino e específico para o instrumento (não use Singer ou outros do gênero !)O local precisa ser bem iluminado e utilize uma superfície bem plana e larga. Pingue algumas gotas num pires e com uma agulha coloque-a no óleo do pires e depois leve esta em cada eixo. É um trabalho que precisa de tempo e paciência. O resultado é ótimo! Todo o mecanismo vai ficar mais ágil.
ü Tome cuidado para não deixar óleo cair nas sapatilhas pois isto pode danificá-la. Seja cuidadoso que tudo vai dar certo!
O BOCAL DA FLAUTA
É a parte de aspecto mais simples pois vê-se somente a embocadura (porta-lábio) com sua abertura oval, soldada ao bocal, de perfil arredondado, para permitir ao flautista apoiá-lo com firmeza sobre o queixo.
O bocal está fechado à esquerda por uma rolha. Feita por uma cortiça é furada ao meio por onde passa uma um pino rosqueado. Na extremidade direita do pino é soldado uma placa metálica e na extremidade esquerda temos um arremate em forma de um chapeuzinho. Apesar da simplicidade exterior, o bocal é um elemento muito frágil e muito importante da flauta. Todos os detalhes de sua construção (local da rolha, vedação, ângulo de solda do porta-lábio, formato do orifício, conicidade) determinam a qualidade e a precisão do som do instrumento.
CUIDADOS COM O BOCAL
ü Nunca mexa no seu porta lábio, pois qualquer alteração afeta no resultado da sonoridade da flauta. O que se pode fazer é, periodicamente, limpar sua borda interna com um cotonete.
ü O bocal tem uma rolha de regulagem que é para dar o equilíbrio na afinação. Esta rolha nunca deve estar ressecada, pois a flauta perde na sonoridade, e precisa manter sua regulagem com a medida que está na ponta de sua vareta para limpar a flauta. Portanto coloque a vareta dentro do bocal e verifique se no meio do orifício do bocal encontra-se a marca da vareta. Caso esteja, tudo bem; caso não esteja, solte um pouco o chapeuzinho do bocal e faça a regulagem.
sábado, 24 de abril de 2010
Afinação - IV
A INFLUÊNCIA DA BOQUILHA E DO BARRILETE NA
ENTONAÇÃO
Sem dúvida, a boquilha é o componente do clarinete que exerce o maior grau de variação
na entonação do instrumento.Existe uma pequena variação entre o volume mínimo e
máximo da boquilha, que criam faixas modais e afinação fundamental.Dr Gibson
estabelece que este volume ideal é de 13,5cm3.Quando o volume da boquilha sai fora
desta faixa, o instrumento tocará tendencionado ao sustenido com pequeno volume ou ao
bemol com um grande volume.A relação entre o volume e o recorte inferior é uma
relação inversa que também existe no diâmetro da boquilha e na câmara da nota.Os
fabricantes de boquilhas proporcionam uma variedade de tonalidades, somente
utilizando-se desta equação, desenvolvendo sua própria tonalidade, porém o volume do
cilindro não pode exceder a 2/3 do volume total sem comprometer a faixa modal.
A entonação de uma boquilha projetada corretamente pode ser compromissada pelo estilo
da face que ela utiliza.Faces curtas e fechadas tendencionam o instrumento ao sustenido,
enquanto que faces abertas e longas tendencionam para bemol.Este conhecimento pode
ser usado para corrigir problemas inerentes de boquilhas mal projetadas.Uma boquilha
com afinação baixa pode ser encurtada pelo final da sua junta, porém a característica do
som irá mudar.Eu tenho obtido sucesso na correção de boquilhas que possuem afinação
alta, com adição de um anel de afinação de 0,5 mm colocado do lado da junta do
barrilete.Algumas irregularidades de entonação podem ser balanceadas com um barrilete
correto.De fato, o barrilete pode ser considerado como parte do sistema da boquilha.
No projeto dos primeiros clarinetes a boquilha e o barrilete eram peça única. Isto ficou
claro para os fabricantes modernos que, caso as boquilhas quebrem, é muito mais simples
trocar somente a boquilha do que o conjunto.
A separação da boquilha e do barrilete se tornou comum nos projetos em meados do
século XVIII, agora no século XXI, são oferecidas aos clarinetistas inúmeras
combinações de boquilhas e barriletes que fazem a cabeça entrar em parafuso.O barrilete
não é mais somente um elemento de entonação, mas também de afinação.
Uma boquilha com projeto correto, normalmente requer um barrilete de 66,0 mm (Buffet
R13 Bb) para a afinação de A= 440-441.Um barrilete de 67,0 ou 65,0 mm são
aceitáveis.Um clarinete Buffet em A, geralmente requer um barrilete de 65,0 mm, porém
66,0 mm ou 64,0 mm também são aceitáveis.Se você precisar usar um barrilete fora
destes limites o problema poderá ser: a) a boquilha, b) o clarinete ou c) a pessoa que toca.
Os barriletes, independentemente da forma externa, podem ser classificados em duas
categorias: cônicos e não cônicos.O projeto do clarinete Buffet R13 necessita de um
diâmetro “bore size” de 14,95 mm com uma redução de conicidade não linear.Isto
transforma a dimensão do lado da boquilha de 14,96 mm. A razão é para compensar a
afinação baixa no terceiro modo (notas acima de C3, registro altíssimo) Este projeto necessita de boquilhas de pequeno diâmetro tais como as que são fornecidas junto com os
clarinetes Buffet.
Por muitas razões muitos músicos nos Estados Unidos preferem boquilhas similares ao
projeto de Frank Kaspar. Esta boquilha de grande diâmetro acoplada a um barrilete não
cônico cria dois problemas de entonação.O terceiro modo tende ao sustenido e as notas
“throat tones” tendem a bemóis.Neste caso os barriletes de conicidade reversa de Hans
Moennig, são bem vindos.Os barriletes de conicidade reversa são maiores no lado da
boquilha.Barriletes Moennig fabricados pela Buffet possuem 14,96 mm do lado da
boquilha e reduzem para 14,7 mm do lado da espiga.
A inovação de Moennig para os clarinetistas americanos não é uma idéia nova.ela já era
usada pelos clarinetistas alemães anos atrás,porém nós precisávamos dar um crédito ao
Sr,Moennig para a introdução do uso deste barrilete no país.
Os clarinetes profissionais utilizados em grande quantidade nos Estados Unidos até 1960
eram fabricados pela Selmer e possuíam um grande “bore size”.Depois a Buffet começou
a dominar este mercado e os músicos não queriam desistir das suas boquilhas de grande
diâmetro projetadas para os clarinetes Selmer.O barrilete de Moennig veio solucionar este
problema.
Esta redução severa no diâmetro pela conicidade possui vários efeitos positivos. O
terceiro modo não tende ao sustenido e as décimas segundas próximas à boquilha
possuem orifício pequeno. As notas “throat tones” tendem ao sustenido e possui o melhor
foco.O choque criado pelo degrau na junção da boquilha e do barrilete pode adicionar
uma resistência favorável que incrementa a resposta e centraliza a nota.
TOQUES FINAIS SOBRE ENTONAÇÃO
Afinadores eletrônicos tem se tornado tão barato e atrativos, que dificilmente um músico
não consegue tocar sem antes ver a “profusão de luzes coloridas que eles produzem”.Não
há dúvida que a informação fornecida por eles são extremamente úteis, ajudando na
performance e no treinamento do ouvido, contudo eles simplesmente não podem
substituir um apurado ouvido humano. Afinadores eletrônicos são calibrados para
mostrar sua afinação em função de uma escala temperada.Eles são um bom ponto de
partida, porém nós não tocamos temperadamente quando em conjunto.Um músico pode
ser capaz de tocar perfeitamente na afinação com seu afinador em casa e achar que os
outros estão fora da afinação do conjunto. A afinação em conjunto é baseada na geração
orgânica da série de sobre tons e é chamada de entonação justa. A atenção para a própria
entonação com o conjunto é matéria que se aprende somente com experiência e estudo.Tendo esta informação em mente, é importante para o conhecimento que, o retrabalho de
afinação do clarinete é sempre uma matéria de compromisso.Há sempre necessidade de
se aceitar alguns pontos de imperfeição da natureza do seu instrumento e aprender a
afinar durante a execução para ter um resultado musical mais satisfatório, porém este é
um outro artigo a ser desenvolvido no futuro.
ENTONAÇÃO
Sem dúvida, a boquilha é o componente do clarinete que exerce o maior grau de variação
na entonação do instrumento.Existe uma pequena variação entre o volume mínimo e
máximo da boquilha, que criam faixas modais e afinação fundamental.Dr Gibson
estabelece que este volume ideal é de 13,5cm3.Quando o volume da boquilha sai fora
desta faixa, o instrumento tocará tendencionado ao sustenido com pequeno volume ou ao
bemol com um grande volume.A relação entre o volume e o recorte inferior é uma
relação inversa que também existe no diâmetro da boquilha e na câmara da nota.Os
fabricantes de boquilhas proporcionam uma variedade de tonalidades, somente
utilizando-se desta equação, desenvolvendo sua própria tonalidade, porém o volume do
cilindro não pode exceder a 2/3 do volume total sem comprometer a faixa modal.
A entonação de uma boquilha projetada corretamente pode ser compromissada pelo estilo
da face que ela utiliza.Faces curtas e fechadas tendencionam o instrumento ao sustenido,
enquanto que faces abertas e longas tendencionam para bemol.Este conhecimento pode
ser usado para corrigir problemas inerentes de boquilhas mal projetadas.Uma boquilha
com afinação baixa pode ser encurtada pelo final da sua junta, porém a característica do
som irá mudar.Eu tenho obtido sucesso na correção de boquilhas que possuem afinação
alta, com adição de um anel de afinação de 0,5 mm colocado do lado da junta do
barrilete.Algumas irregularidades de entonação podem ser balanceadas com um barrilete
correto.De fato, o barrilete pode ser considerado como parte do sistema da boquilha.
No projeto dos primeiros clarinetes a boquilha e o barrilete eram peça única. Isto ficou
claro para os fabricantes modernos que, caso as boquilhas quebrem, é muito mais simples
trocar somente a boquilha do que o conjunto.
A separação da boquilha e do barrilete se tornou comum nos projetos em meados do
século XVIII, agora no século XXI, são oferecidas aos clarinetistas inúmeras
combinações de boquilhas e barriletes que fazem a cabeça entrar em parafuso.O barrilete
não é mais somente um elemento de entonação, mas também de afinação.
Uma boquilha com projeto correto, normalmente requer um barrilete de 66,0 mm (Buffet
R13 Bb) para a afinação de A= 440-441.Um barrilete de 67,0 ou 65,0 mm são
aceitáveis.Um clarinete Buffet em A, geralmente requer um barrilete de 65,0 mm, porém
66,0 mm ou 64,0 mm também são aceitáveis.Se você precisar usar um barrilete fora
destes limites o problema poderá ser: a) a boquilha, b) o clarinete ou c) a pessoa que toca.
Os barriletes, independentemente da forma externa, podem ser classificados em duas
categorias: cônicos e não cônicos.O projeto do clarinete Buffet R13 necessita de um
diâmetro “bore size” de 14,95 mm com uma redução de conicidade não linear.Isto
transforma a dimensão do lado da boquilha de 14,96 mm. A razão é para compensar a
afinação baixa no terceiro modo (notas acima de C3, registro altíssimo) Este projeto necessita de boquilhas de pequeno diâmetro tais como as que são fornecidas junto com os
clarinetes Buffet.
Por muitas razões muitos músicos nos Estados Unidos preferem boquilhas similares ao
projeto de Frank Kaspar. Esta boquilha de grande diâmetro acoplada a um barrilete não
cônico cria dois problemas de entonação.O terceiro modo tende ao sustenido e as notas
“throat tones” tendem a bemóis.Neste caso os barriletes de conicidade reversa de Hans
Moennig, são bem vindos.Os barriletes de conicidade reversa são maiores no lado da
boquilha.Barriletes Moennig fabricados pela Buffet possuem 14,96 mm do lado da
boquilha e reduzem para 14,7 mm do lado da espiga.
A inovação de Moennig para os clarinetistas americanos não é uma idéia nova.ela já era
usada pelos clarinetistas alemães anos atrás,porém nós precisávamos dar um crédito ao
Sr,Moennig para a introdução do uso deste barrilete no país.
Os clarinetes profissionais utilizados em grande quantidade nos Estados Unidos até 1960
eram fabricados pela Selmer e possuíam um grande “bore size”.Depois a Buffet começou
a dominar este mercado e os músicos não queriam desistir das suas boquilhas de grande
diâmetro projetadas para os clarinetes Selmer.O barrilete de Moennig veio solucionar este
problema.
Esta redução severa no diâmetro pela conicidade possui vários efeitos positivos. O
terceiro modo não tende ao sustenido e as décimas segundas próximas à boquilha
possuem orifício pequeno. As notas “throat tones” tendem ao sustenido e possui o melhor
foco.O choque criado pelo degrau na junção da boquilha e do barrilete pode adicionar
uma resistência favorável que incrementa a resposta e centraliza a nota.
TOQUES FINAIS SOBRE ENTONAÇÃO
Afinadores eletrônicos tem se tornado tão barato e atrativos, que dificilmente um músico
não consegue tocar sem antes ver a “profusão de luzes coloridas que eles produzem”.Não
há dúvida que a informação fornecida por eles são extremamente úteis, ajudando na
performance e no treinamento do ouvido, contudo eles simplesmente não podem
substituir um apurado ouvido humano. Afinadores eletrônicos são calibrados para
mostrar sua afinação em função de uma escala temperada.Eles são um bom ponto de
partida, porém nós não tocamos temperadamente quando em conjunto.Um músico pode
ser capaz de tocar perfeitamente na afinação com seu afinador em casa e achar que os
outros estão fora da afinação do conjunto. A afinação em conjunto é baseada na geração
orgânica da série de sobre tons e é chamada de entonação justa. A atenção para a própria
entonação com o conjunto é matéria que se aprende somente com experiência e estudo.Tendo esta informação em mente, é importante para o conhecimento que, o retrabalho de
afinação do clarinete é sempre uma matéria de compromisso.Há sempre necessidade de
se aceitar alguns pontos de imperfeição da natureza do seu instrumento e aprender a
afinar durante a execução para ter um resultado musical mais satisfatório, porém este é
um outro artigo a ser desenvolvido no futuro.
Afinação - III
II. Subindo a Afinação – Recortar ou Reesculpir os Orifícios das Notas
Tem dois termos que são freqüentemente usados, aleatoriamente, para descrever o
método de ajustar uma tonalidade para subir a afinação. Elas são o recorte e fresamento.
Fresamento significa furar ou escariar.Quando os clarinetes são feitos na fábrica, alguns
orifícios devem ser modelados com uma variação da conicidade para corrigir a afinação e
a entonação.Geralmente, clarinetes de grande diâmetro interno, tais como o Selmer Série
9 , possuem os furos das notas grandes , sem o recorte inferior . Isto produz um som
profundamente sonoro, porém, as décimas segundas são erráticas, usualmente tendem a
serem altas quando se toca em pianíssimo no registro Chalumeau. Com a introdução do
modelo R 13 pela Buffet, em meados de 1950, foi redirecionado para um pequeno
diâmetro de furo, com dois chanfros, porém, altamente fresado ou recortado por dentro
para produzir melhores décimas segundas.
O Dr Lee Gibson escreveu um artigo, na revista The Clarinete, vol.12, n°3 . Ele fornece
uma boa descrição sobre o recorte interno e seus efeitos na afinação. Eu acredito que
muitos destes parâmetros são primordialmente teóricos.Todos os meus conceitos são
derivados de um trabalho empírico.Para esta discussão é muito importante notar o
propósito do recorte interno no orifício na nota.Basicamente, ele serve para: a) subir a
afinação da nota fundamental. b) melhorar a entonação.Quando o furo da nota possui o
recorte interno, a nota tende a um sustenido. Gibson dita que a décima segunda será
abaixada.Na minha experiência ela pode sofrer uma variação mais estreita na faixa da
décima segunda, porém as afinações da décima segundas e da décima sétima, sobem
também.
Eu gostaria de frisar a importância de certas precauções quando usar este procedimento.
Na minha experiência de qualidade profissional requerem o recorte inferior somente nos
orifícios mais próximos da boquilha.Melhoras nesta área podem e devem ser feitas,
trabalhando somente no barrilete (veja a sessão de boquilhas e barriletes).Erros no recorte
inferior podem arruinar um instrumento. Um recorte excessivo pode causar um
abafamento na nota ou sua instabilidade.Quando um orifício de nota foi fresado
excessivamente, é também difícil localizar o centro da afinação; a nota fica como se fosse
“selvagem” para o músico. As seguintes sugestões são feitas no contexto do retoque. Se
você sente que há um problema acústico maior com o orifício da nota no seu clarinete, eu
sugiro que você trabalhe com um lutier (músico artesão) qualificado.
O método que eu uso para subir a afinação, não é estritamente o recorte interno, porque
geralmente ele não envolve o corte do perímetro todo do orifício da nota no corpo. Eu
uso uma lima suíça de pequeno diâmetro para ajustar o recorte existente na porção do
recorte interno.
Antes de cortar o orifício da nota, esteja certo que a afinação da nota baixa não pode ser
corrigida levantando mais a sapatilha ou simplesmente limpando o orifício.Também
muitos clarinetes tendem a ser baixos na área das notas “throat tones” “E” e “F”. A afinação desta área desce quando o barrilete é puxado mais que 0,5 mm. O espaço criado
causa um aumento localizado no diâmetro do tubo.O uso de anéis de afinação é altamente
recomendado para evitar este problema.
No caso dos orifícios das notas eu trabalho com o recorte baseado no desenho original de
fábrica. Eu usualmente trabalho na região superior do perímetro, do lado da
boquilha.Quando eu trabalho em orifícios que não tenham um recorte interno prévio, eu
começo pelo perímetro superior. Se depois de remover uma quantidade de material, a
nota não alterar suficientemente, eu removo a mesma quantidade do perímetro interno.
Eu continuo este processo até que eu consiga o grau desejado de melhoria. Este método
encorajará um corte mais uniforme na parte do recorte interno.
Para ajustar o orifício da nota use uma lima redonda, um pouco mais fina que o diâmetro
interno do que o orifício. Utilizando a iluminação interna, posicione a lima como
apresentado no Exemplo 5. Mova a lima de modo que ela corte somente quando puxada
para fora do instrumento.Este método permite um maior controle e sensibilidade da força,
propiciando a saída da serragem para fora do orifício.Mais uma vez evite irregularidades,
como cortes profundos. Trabalhe vagarosamente!Uma vez que a madeira é removida é
muito difícil repará-la.
As notas “throat tones” E – F tendem a ser baixas na maioria dos clarinetes. Eu acredito
que uma tolerância de 10 centésimos entre as décimas segundas é aceitável. Se você
precisar ajustar estes orifícios, lembre-se que você estará subindo a afinação de B1 e C2
uma décima segunda acima.O furo que emite F1 também atua no terceiro modo (o
registro altíssimo).Se este orifício for muito aumentado o registro altíssimo ficará
instável.O orifício que emite G1 é uma nota totalmente independente e pode ser ajustada
sem muito medo.
A nota A1 é produzida por ambos os orifícios de G#1 e A1. Subindo a afinação de G#1,
também subirá de A1. A afinação da “Throat tone” Bb1 é função do orifício de A1 e do
tubo da chave de registro. Se você subir a afinação de A1, você também subirá a afinação
de Bb1.
III.Ajuste do Tubo de Vazão
As funções do tubo de vazão “pip” são como chave de registro e orifício de nota Bb1.
Muitos clarinetes em A, especialmente a série R13, possuem esta nota tendencionada
para bemol. O tubo de registro pode ser encurtado para melhorar esta nota, porém
existem muitas considerações antes de executar este procedimento.
Um tubo curto subirá a afinação do registro superior do clarim (mão esquerda).As notas
G2 –B2, serão tendencionadas para sustenido, em muitos clarinetes em A e em alguns
Bb.
Um tubo curto, também subirá a afinação de B1 (B natural). Nos clarinetes em A , padrão
Buffet, que possuem um comprimento de 14,7 mm de tubo, eu encurto 5,00mm.Encurtar
o tubo de um clarinete em A, produz um efeito positivo de minimizar a sub nota que
incomoda em alguns clarinetes em A2.Quando o tubo se torna curto demais, existe uma
perda do foco nas notas Bb1-D2.Uma coisa leva á outra!
ENTONAÇÃO
Quando uma clarinete possui uma nota que é muito apagada, abafada ou muito brilhante,
pequenos ajustes no formato do orifício da nota na parte do recorte interno, pode ser
alterado para melhorar a qualidade. Isso é o que nós chamamos de entonação. Para
muitos este detalhe se enquadra na categoria “não faça isto em casa”. Eu explicarei
algumas de minhas técnicas e soluções, porém use estas informações cuidadosamente.
Muitos músicos reclamam que uma nota é abafada.Normalmente, isto é causado pela
altura incorreta da sapatilha. Um pequeno ajuste, elevando a altura da sapatilha, sobre o
orifício da nota solucionará o problema.A utilização de sapatilhas de cortiça tem sido
muito comum na parte superior dos clarinetes, porém, uma tensão deve ser dada a forma
e ao tamanho da sapatilha, que pode causar ruído de vento.Nós podemos ouvir este ruído
na execução da nota e também a sua redução de volume.As sapatilhas de cortiça são
freqüentemente deixadas com cantos abruptos, os quais causam turbulência quando o ar
passa através do orifício da nota.Depois de instalar uma sapatilha de cortiça eu removo a
chave e arredondo os cantos vivos com uma lixa de n° 400. Sapatilhas de cortiça na
chave de registro deve fechar totalmente o orifício e mantê-los fechado para uma
entonação apropriada no registro superior do clarim.Sapatilhas de cortiça nas chaves C#1
/G#2 deve permanecer fechadas.
Em alguns clarinetes a nota “throat tones” E1 é soprada contra a sapatilha e produz um
ruído muito alto. Se a altura da sapatilha é máxima e a nota continua ruidosa o orifício da
nota deve ser re-trabalhado severamente recorte inferior.Usualmente esta solução não
corrige o ruído, porém ele pode ser minimizado. A circunferência inteira do recorte
inferior deve ser aumentada, porém isto de vê ser feito somente com uma ferramenta
especial.Muitos orifícios pequenos de notas dos clarinetes profissionais não são
cilíndricos. Eles são maiores na abertura e menores na região do espaço interno, onde o
recorte inferior começa.Esta redução no orifício da nota causa um efeito Venture,
aumentando a velocidade do ar, porém o orifício de nota que tem um recorte inferior
muito grande, produz uma forte corrente de ar contra a sapatilha causando ruído.Como
músico e representante da Buffet por muitos anos, eu sempre evitei adquirir instrumentos
com estes problemas, apesar de serem muito bons em outros aspectos.
Quando eu afino grandes orifícios de notas baixas (clarinetes baixos) utilizando
Durepoxi, a nota tende a ficar restrita. Eu resolvo este problema aumentando o lado
inferior do orifício de nota, abrilhantando assim a sonoridade da nota.Quando fizer isto, é
importante manter o ângulo de corte o mais próximo da vertical, evitando cortar na parte
do assento da sapatilha.
Notas G abafadas no registro chalumeau são comuns nos clarinetes em A. Para evitar
trabalhar no lado de dentro do orifício da nota, que é um trabalho muito difícil e pode
ainda piorar o problema, se a altura da sapatilha estiver correta eu recorto as asas em
torno do orifício da nota.
campana é colocada, o degrau criado provoca uma redução do diâmetro do tubo,
abafando a nota G. Eu tenho obtido um bom resultado alterando o diâmetro final da
campana para evitar este degrau, porém isto pode afetar a estabilidade do registro
superior do clarim.Note que este ajuste deve ser feito concentricamente.Para melhorar,
pode-se simplesmente girar a campana até encontrar uma posição que minimize o
problema.
Ocasionalmente, a nota “pula” fora da escala porque ela está muito brilhante e soa muito
forte quando comparada às notas vizinhas. Freqüentemente, as notas que são
problemáticas são F2 e E2 no registro clarim e suas primas no registro altíssimo D3 e
C#3. Elas são facilmente corrigidas, porém você vai necessitar de uma ferramenta
especial.Eu uso uma ferramenta esférica da Dremel para retificar a face do orifício da
nota.A porção do recorte inferior destes orifícios de nota nos clarinetes Buffet é em forma de
cúpula não cônica.Para melhorar a nota, a parte do recorte inferior mais próxima do lado
da campana deve ser levemente aumentada.Pelo fato de não existirem chaves que
precisem ser removidas, eu trabalho nestes orifícios vagarosamente.Faço pequenas
escoriações aplicando uma pressão de baixo para cima e testo a nota.É fácil executar este
trabalho sendo um músico, que almeja uma melhoria nestas notas. Este método de re
trabalho no orifício da nota possui outros efeitos positivos.Uma resistência é criada que
permite uma estabilidade no registro altíssimo e a nota aflora com um som envolvente.
Tem dois termos que são freqüentemente usados, aleatoriamente, para descrever o
método de ajustar uma tonalidade para subir a afinação. Elas são o recorte e fresamento.
Fresamento significa furar ou escariar.Quando os clarinetes são feitos na fábrica, alguns
orifícios devem ser modelados com uma variação da conicidade para corrigir a afinação e
a entonação.Geralmente, clarinetes de grande diâmetro interno, tais como o Selmer Série
9 , possuem os furos das notas grandes , sem o recorte inferior . Isto produz um som
profundamente sonoro, porém, as décimas segundas são erráticas, usualmente tendem a
serem altas quando se toca em pianíssimo no registro Chalumeau. Com a introdução do
modelo R 13 pela Buffet, em meados de 1950, foi redirecionado para um pequeno
diâmetro de furo, com dois chanfros, porém, altamente fresado ou recortado por dentro
para produzir melhores décimas segundas.
O Dr Lee Gibson escreveu um artigo, na revista The Clarinete, vol.12, n°3 . Ele fornece
uma boa descrição sobre o recorte interno e seus efeitos na afinação. Eu acredito que
muitos destes parâmetros são primordialmente teóricos.Todos os meus conceitos são
derivados de um trabalho empírico.Para esta discussão é muito importante notar o
propósito do recorte interno no orifício na nota.Basicamente, ele serve para: a) subir a
afinação da nota fundamental. b) melhorar a entonação.Quando o furo da nota possui o
recorte interno, a nota tende a um sustenido. Gibson dita que a décima segunda será
abaixada.Na minha experiência ela pode sofrer uma variação mais estreita na faixa da
décima segunda, porém as afinações da décima segundas e da décima sétima, sobem
também.
Eu gostaria de frisar a importância de certas precauções quando usar este procedimento.
Na minha experiência de qualidade profissional requerem o recorte inferior somente nos
orifícios mais próximos da boquilha.Melhoras nesta área podem e devem ser feitas,
trabalhando somente no barrilete (veja a sessão de boquilhas e barriletes).Erros no recorte
inferior podem arruinar um instrumento. Um recorte excessivo pode causar um
abafamento na nota ou sua instabilidade.Quando um orifício de nota foi fresado
excessivamente, é também difícil localizar o centro da afinação; a nota fica como se fosse
“selvagem” para o músico. As seguintes sugestões são feitas no contexto do retoque. Se
você sente que há um problema acústico maior com o orifício da nota no seu clarinete, eu
sugiro que você trabalhe com um lutier (músico artesão) qualificado.
O método que eu uso para subir a afinação, não é estritamente o recorte interno, porque
geralmente ele não envolve o corte do perímetro todo do orifício da nota no corpo. Eu
uso uma lima suíça de pequeno diâmetro para ajustar o recorte existente na porção do
recorte interno.
Antes de cortar o orifício da nota, esteja certo que a afinação da nota baixa não pode ser
corrigida levantando mais a sapatilha ou simplesmente limpando o orifício.Também
muitos clarinetes tendem a ser baixos na área das notas “throat tones” “E” e “F”. A afinação desta área desce quando o barrilete é puxado mais que 0,5 mm. O espaço criado
causa um aumento localizado no diâmetro do tubo.O uso de anéis de afinação é altamente
recomendado para evitar este problema.
No caso dos orifícios das notas eu trabalho com o recorte baseado no desenho original de
fábrica. Eu usualmente trabalho na região superior do perímetro, do lado da
boquilha.Quando eu trabalho em orifícios que não tenham um recorte interno prévio, eu
começo pelo perímetro superior. Se depois de remover uma quantidade de material, a
nota não alterar suficientemente, eu removo a mesma quantidade do perímetro interno.
Eu continuo este processo até que eu consiga o grau desejado de melhoria. Este método
encorajará um corte mais uniforme na parte do recorte interno.
Para ajustar o orifício da nota use uma lima redonda, um pouco mais fina que o diâmetro
interno do que o orifício. Utilizando a iluminação interna, posicione a lima como
apresentado no Exemplo 5. Mova a lima de modo que ela corte somente quando puxada
para fora do instrumento.Este método permite um maior controle e sensibilidade da força,
propiciando a saída da serragem para fora do orifício.Mais uma vez evite irregularidades,
como cortes profundos. Trabalhe vagarosamente!Uma vez que a madeira é removida é
muito difícil repará-la.
As notas “throat tones” E – F tendem a ser baixas na maioria dos clarinetes. Eu acredito
que uma tolerância de 10 centésimos entre as décimas segundas é aceitável. Se você
precisar ajustar estes orifícios, lembre-se que você estará subindo a afinação de B1 e C2
uma décima segunda acima.O furo que emite F1 também atua no terceiro modo (o
registro altíssimo).Se este orifício for muito aumentado o registro altíssimo ficará
instável.O orifício que emite G1 é uma nota totalmente independente e pode ser ajustada
sem muito medo.
A nota A1 é produzida por ambos os orifícios de G#1 e A1. Subindo a afinação de G#1,
também subirá de A1. A afinação da “Throat tone” Bb1 é função do orifício de A1 e do
tubo da chave de registro. Se você subir a afinação de A1, você também subirá a afinação
de Bb1.
III.Ajuste do Tubo de Vazão
As funções do tubo de vazão “pip” são como chave de registro e orifício de nota Bb1.
Muitos clarinetes em A, especialmente a série R13, possuem esta nota tendencionada
para bemol. O tubo de registro pode ser encurtado para melhorar esta nota, porém
existem muitas considerações antes de executar este procedimento.
Um tubo curto subirá a afinação do registro superior do clarim (mão esquerda).As notas
G2 –B2, serão tendencionadas para sustenido, em muitos clarinetes em A e em alguns
Bb.
Um tubo curto, também subirá a afinação de B1 (B natural). Nos clarinetes em A , padrão
Buffet, que possuem um comprimento de 14,7 mm de tubo, eu encurto 5,00mm.Encurtar
o tubo de um clarinete em A, produz um efeito positivo de minimizar a sub nota que
incomoda em alguns clarinetes em A2.Quando o tubo se torna curto demais, existe uma
perda do foco nas notas Bb1-D2.Uma coisa leva á outra!
ENTONAÇÃO
Quando uma clarinete possui uma nota que é muito apagada, abafada ou muito brilhante,
pequenos ajustes no formato do orifício da nota na parte do recorte interno, pode ser
alterado para melhorar a qualidade. Isso é o que nós chamamos de entonação. Para
muitos este detalhe se enquadra na categoria “não faça isto em casa”. Eu explicarei
algumas de minhas técnicas e soluções, porém use estas informações cuidadosamente.
Muitos músicos reclamam que uma nota é abafada.Normalmente, isto é causado pela
altura incorreta da sapatilha. Um pequeno ajuste, elevando a altura da sapatilha, sobre o
orifício da nota solucionará o problema.A utilização de sapatilhas de cortiça tem sido
muito comum na parte superior dos clarinetes, porém, uma tensão deve ser dada a forma
e ao tamanho da sapatilha, que pode causar ruído de vento.Nós podemos ouvir este ruído
na execução da nota e também a sua redução de volume.As sapatilhas de cortiça são
freqüentemente deixadas com cantos abruptos, os quais causam turbulência quando o ar
passa através do orifício da nota.Depois de instalar uma sapatilha de cortiça eu removo a
chave e arredondo os cantos vivos com uma lixa de n° 400. Sapatilhas de cortiça na
chave de registro deve fechar totalmente o orifício e mantê-los fechado para uma
entonação apropriada no registro superior do clarim.Sapatilhas de cortiça nas chaves C#1
/G#2 deve permanecer fechadas.
Em alguns clarinetes a nota “throat tones” E1 é soprada contra a sapatilha e produz um
ruído muito alto. Se a altura da sapatilha é máxima e a nota continua ruidosa o orifício da
nota deve ser re-trabalhado severamente recorte inferior.Usualmente esta solução não
corrige o ruído, porém ele pode ser minimizado. A circunferência inteira do recorte
inferior deve ser aumentada, porém isto de vê ser feito somente com uma ferramenta
especial.Muitos orifícios pequenos de notas dos clarinetes profissionais não são
cilíndricos. Eles são maiores na abertura e menores na região do espaço interno, onde o
recorte inferior começa.Esta redução no orifício da nota causa um efeito Venture,
aumentando a velocidade do ar, porém o orifício de nota que tem um recorte inferior
muito grande, produz uma forte corrente de ar contra a sapatilha causando ruído.Como
músico e representante da Buffet por muitos anos, eu sempre evitei adquirir instrumentos
com estes problemas, apesar de serem muito bons em outros aspectos.
Quando eu afino grandes orifícios de notas baixas (clarinetes baixos) utilizando
Durepoxi, a nota tende a ficar restrita. Eu resolvo este problema aumentando o lado
inferior do orifício de nota, abrilhantando assim a sonoridade da nota.Quando fizer isto, é
importante manter o ângulo de corte o mais próximo da vertical, evitando cortar na parte
do assento da sapatilha.
Notas G abafadas no registro chalumeau são comuns nos clarinetes em A. Para evitar
trabalhar no lado de dentro do orifício da nota, que é um trabalho muito difícil e pode
ainda piorar o problema, se a altura da sapatilha estiver correta eu recorto as asas em
torno do orifício da nota.
campana é colocada, o degrau criado provoca uma redução do diâmetro do tubo,
abafando a nota G. Eu tenho obtido um bom resultado alterando o diâmetro final da
campana para evitar este degrau, porém isto pode afetar a estabilidade do registro
superior do clarim.Note que este ajuste deve ser feito concentricamente.Para melhorar,
pode-se simplesmente girar a campana até encontrar uma posição que minimize o
problema.
Ocasionalmente, a nota “pula” fora da escala porque ela está muito brilhante e soa muito
forte quando comparada às notas vizinhas. Freqüentemente, as notas que são
problemáticas são F2 e E2 no registro clarim e suas primas no registro altíssimo D3 e
C#3. Elas são facilmente corrigidas, porém você vai necessitar de uma ferramenta
especial.Eu uso uma ferramenta esférica da Dremel para retificar a face do orifício da
nota.A porção do recorte inferior destes orifícios de nota nos clarinetes Buffet é em forma de
cúpula não cônica.Para melhorar a nota, a parte do recorte inferior mais próxima do lado
da campana deve ser levemente aumentada.Pelo fato de não existirem chaves que
precisem ser removidas, eu trabalho nestes orifícios vagarosamente.Faço pequenas
escoriações aplicando uma pressão de baixo para cima e testo a nota.É fácil executar este
trabalho sendo um músico, que almeja uma melhoria nestas notas. Este método de re
trabalho no orifício da nota possui outros efeitos positivos.Uma resistência é criada que
permite uma estabilidade no registro altíssimo e a nota aflora com um som envolvente.
Afinação - II
I. Abaixando a afinação
Agora que um método sistemático para afinação foi estabelecido, nós podemos discutir
técnicas específicas para abaixar e acertar a afinação. Embora pode ser parecer óbvio,
vale a pena mencionar que a afinação de uma nota é determinada pelo furo que emite a
nota Algumas notas (F1#, G1, A1, Bb1 laterais) são produzidas por dois furos e são mais
sensíveis pelo fato de estarem mais próximas da boquilha, (B2 excepcionalmente alto em
clarinetes R-13 Eb e deve ser ajustado pelo preenchimento do furo imediatamente abaixo
do indicador esquerdo e também o próximo furo abaixo).
Muitos ajustes de afinação estarão relacionados às alturas das chaves e podem ser feitos
abaixando uma sapatilha ou adicionando um material na lateral superior do furo abaixo
dela. Para abaixar uma sapatilha, na maioria casos, poderá ser feito adicionando cortiça
na alavanca. Se você precisar curvar uma chave e não está familiarizado com as técnicas,
eu sugiro deixar o trabalho para um técnico qualificado. Abaixar uma sapatilha irá
somente abaixar a afinação em alguns centésimos o que poderá ser insuficiente. Eu
prefiro sapatilha o mais baixo possível sem que restrinja a qualidade da nota Uma vez
que a altura tenha sido determinada o ajuste da afinação deve ser completado dentro do
furo.
Uma sapatilha que é freqüentemente ignorada como uma solução para abaixar todo o
registro clarim a sapatilha da chave de registro. Esta sapatilha poderá ser ajustada para
uma abertura de 1mm sem que faça o Bb terrivelmente ruidoso e irá abaixar A2 –C3 a
uns cinco centésimos.
Uma área que é freqüentemente alta na maioria dos clarinetes Buffet R-13 são as notas
mais baixas do clarim, C2-E2. Eu uso um anel de afinação de 0.5mm entre as juntas das
espigas para abaixar a afinação nesta área Algumas notas (D2 e C2#) poderão ainda ter
necessidade de retrabalho no orifício.
Trabalhar dentro de um orifício requer muito cuidado e paciência. Uma valiosa ajuda
para este trabalho é uma iluminação interna do orifício. Estas podem ser feitas de modo
simples e barato, ou adquiridas no comércio. Uma luz situada no orifício irá iluminar o
trabalho claramente e a área e ajudando nitidamente o acurado trabalho. Desleixar irá
refletir distintamente no seu resultado. O timbre e estabilidade de uma nota são afetados
por qualquer saliência, acabamento das beiradas ou uma excentricidade pronunciada na
forma do orifício. Para ter maior efeito em abaixar a afinação, todo trabalho deve ser
concentrado na metade dos furos mais próximos à boquilha. Em algumas instâncias, em
clarones devido ao grande diâmetro dos furos, eu preencho de material todo o espaço do
perímetro Isto tem um maior efeito à décima segunda nota que a fundamental.
O mais comum método para abaixar a afinação é a utilização de fita isolante de boa
qualidade. Embora esse método é uma maneira rápida de resolver o problema, possui
várias desvantagens; a) a fita perde as qualidades do adesivo devido a oleosidade dos
dedos e a umidade e poderá soltar em um momento impróprio b) a fita permite somente
um ajuste para afinação.
Grandes orifícios (caso de clarones) requererem uma grande quantidade de material para
alterar a nota, e a cortiça é o material mais adequado. (eu prefiro usar várias camadas de
Epóxi). Lâminas de cortiça estão disponíveis no comércio, em espessuras de 1/64
polegada, 1/32 polegada, e 1/16 polegada. Para a maioria dos grandes orifícios, uso 1/16.
Siga as sugestões dos ajustes feitos por lâmina de cortiça, aplique cola contato de um lado
da cortiça e dentro do orifício. Permita que a cola seque um pouco até tornar-se pegajosa
antes de alinhar a cortiça no furo. Com a cortiça no seu lugar, desbaste suavemente dando
continuidade com o arco da circunferência do orifício. Se a nota abaixou demais desbaste
mais um pouco da cortiça para ajustar. Qualquer protuberância de cortiça que fique fora
do orifício pode ser aparada usando uma lamina de barbear. Quando o ajuste for
satisfatório aplique uma ou duas camadas de esmalte de unha para proteger da umidade e
refletir o som na sua superfície.
Para abaixar a afinação, especialmente em pequenos furos, eu uso Durepoxi, o melhor
material disponível. Ele possui a vantagem de uma boa aderência e pode ser facilmente limado, uma vez que esteja colada (aproximadamente 30 a 40 minutos). Esse material
escoa e apresenta uma superfície dura e uniforme. Esse tipo de preenchimento possui um
tempo de adesão de aproximadamente 5 minutos, sendo melhor trabalhar somente em um
ou dois orifícios no máximo. Eu prefiro este método e nunca terminei um trabalho usando
fita adesiva, exceto quando alguém quer experimentar antes de alterar o orifício.
Com uma pequena lâmpada no orifício para iluminar a área de trabalho, limpe o orifício
da nota com uma escova e álcool. Segure a junta verticalmente (boquilha para baixo).
Usando uma pequena ferramenta, tal como, um clip de papel, cuidadosamente, preencha
metade do orifício do lado mais próximo a boquilha com Durepoxi. Utilize mais material
que o necessário, aproximadamente 1/8 do furo para permitir o acerto da forma. O
material deve cobrir aproximadamente 180 graus do furo. Não deixe o material escorrer
para o recorte interno do furo. Imediatamente, remova qualquer excesso sobre o assento.
Deixe secar Ana posição vertical por aproximadamente, 40 minutos.Uma vez que o material estiver seco, este pode ser limado, com uma lima redonda de
pequeno diâmetro (tipo “limas suíças”).Mantenha o mesmo canto vivo entorno da
circunferência do furo. Eu sempre deixo a nota um pouquinho mais baixa em afinação,
porque sendo necessário , ainda posso fazer um pequeno ajuste , quando for tocar em
conjunto .
Agora que um método sistemático para afinação foi estabelecido, nós podemos discutir
técnicas específicas para abaixar e acertar a afinação. Embora pode ser parecer óbvio,
vale a pena mencionar que a afinação de uma nota é determinada pelo furo que emite a
nota Algumas notas (F1#, G1, A1, Bb1 laterais) são produzidas por dois furos e são mais
sensíveis pelo fato de estarem mais próximas da boquilha, (B2 excepcionalmente alto em
clarinetes R-13 Eb e deve ser ajustado pelo preenchimento do furo imediatamente abaixo
do indicador esquerdo e também o próximo furo abaixo).
Muitos ajustes de afinação estarão relacionados às alturas das chaves e podem ser feitos
abaixando uma sapatilha ou adicionando um material na lateral superior do furo abaixo
dela. Para abaixar uma sapatilha, na maioria casos, poderá ser feito adicionando cortiça
na alavanca. Se você precisar curvar uma chave e não está familiarizado com as técnicas,
eu sugiro deixar o trabalho para um técnico qualificado. Abaixar uma sapatilha irá
somente abaixar a afinação em alguns centésimos o que poderá ser insuficiente. Eu
prefiro sapatilha o mais baixo possível sem que restrinja a qualidade da nota Uma vez
que a altura tenha sido determinada o ajuste da afinação deve ser completado dentro do
furo.
Uma sapatilha que é freqüentemente ignorada como uma solução para abaixar todo o
registro clarim a sapatilha da chave de registro. Esta sapatilha poderá ser ajustada para
uma abertura de 1mm sem que faça o Bb terrivelmente ruidoso e irá abaixar A2 –C3 a
uns cinco centésimos.
Uma área que é freqüentemente alta na maioria dos clarinetes Buffet R-13 são as notas
mais baixas do clarim, C2-E2. Eu uso um anel de afinação de 0.5mm entre as juntas das
espigas para abaixar a afinação nesta área Algumas notas (D2 e C2#) poderão ainda ter
necessidade de retrabalho no orifício.
Trabalhar dentro de um orifício requer muito cuidado e paciência. Uma valiosa ajuda
para este trabalho é uma iluminação interna do orifício. Estas podem ser feitas de modo
simples e barato, ou adquiridas no comércio. Uma luz situada no orifício irá iluminar o
trabalho claramente e a área e ajudando nitidamente o acurado trabalho. Desleixar irá
refletir distintamente no seu resultado. O timbre e estabilidade de uma nota são afetados
por qualquer saliência, acabamento das beiradas ou uma excentricidade pronunciada na
forma do orifício. Para ter maior efeito em abaixar a afinação, todo trabalho deve ser
concentrado na metade dos furos mais próximos à boquilha. Em algumas instâncias, em
clarones devido ao grande diâmetro dos furos, eu preencho de material todo o espaço do
perímetro Isto tem um maior efeito à décima segunda nota que a fundamental.
O mais comum método para abaixar a afinação é a utilização de fita isolante de boa
qualidade. Embora esse método é uma maneira rápida de resolver o problema, possui
várias desvantagens; a) a fita perde as qualidades do adesivo devido a oleosidade dos
dedos e a umidade e poderá soltar em um momento impróprio b) a fita permite somente
um ajuste para afinação.
Grandes orifícios (caso de clarones) requererem uma grande quantidade de material para
alterar a nota, e a cortiça é o material mais adequado. (eu prefiro usar várias camadas de
Epóxi). Lâminas de cortiça estão disponíveis no comércio, em espessuras de 1/64
polegada, 1/32 polegada, e 1/16 polegada. Para a maioria dos grandes orifícios, uso 1/16.
Siga as sugestões dos ajustes feitos por lâmina de cortiça, aplique cola contato de um lado
da cortiça e dentro do orifício. Permita que a cola seque um pouco até tornar-se pegajosa
antes de alinhar a cortiça no furo. Com a cortiça no seu lugar, desbaste suavemente dando
continuidade com o arco da circunferência do orifício. Se a nota abaixou demais desbaste
mais um pouco da cortiça para ajustar. Qualquer protuberância de cortiça que fique fora
do orifício pode ser aparada usando uma lamina de barbear. Quando o ajuste for
satisfatório aplique uma ou duas camadas de esmalte de unha para proteger da umidade e
refletir o som na sua superfície.
Para abaixar a afinação, especialmente em pequenos furos, eu uso Durepoxi, o melhor
material disponível. Ele possui a vantagem de uma boa aderência e pode ser facilmente limado, uma vez que esteja colada (aproximadamente 30 a 40 minutos). Esse material
escoa e apresenta uma superfície dura e uniforme. Esse tipo de preenchimento possui um
tempo de adesão de aproximadamente 5 minutos, sendo melhor trabalhar somente em um
ou dois orifícios no máximo. Eu prefiro este método e nunca terminei um trabalho usando
fita adesiva, exceto quando alguém quer experimentar antes de alterar o orifício.
Com uma pequena lâmpada no orifício para iluminar a área de trabalho, limpe o orifício
da nota com uma escova e álcool. Segure a junta verticalmente (boquilha para baixo).
Usando uma pequena ferramenta, tal como, um clip de papel, cuidadosamente, preencha
metade do orifício do lado mais próximo a boquilha com Durepoxi. Utilize mais material
que o necessário, aproximadamente 1/8 do furo para permitir o acerto da forma. O
material deve cobrir aproximadamente 180 graus do furo. Não deixe o material escorrer
para o recorte interno do furo. Imediatamente, remova qualquer excesso sobre o assento.
Deixe secar Ana posição vertical por aproximadamente, 40 minutos.Uma vez que o material estiver seco, este pode ser limado, com uma lima redonda de
pequeno diâmetro (tipo “limas suíças”).Mantenha o mesmo canto vivo entorno da
circunferência do furo. Eu sempre deixo a nota um pouquinho mais baixa em afinação,
porque sendo necessário , ainda posso fazer um pequeno ajuste , quando for tocar em
conjunto .
Afinação - I
AFINANDO O CLARINETE
Atualmente a maior adequação com normas e competição por empregos, a entonação
tornou-se a maior preocupação dos músicos. Embora a obsessão por dispositivos
afinadores acaba deixando muitos neuróticos, a proliferação de afinadores baratos
disponibiliza para nós um maior conhecimento das deficiências dos nossos instrumentos.
Apesar desta sofisticação tecnológica, os músicos deixam em última análise que seus
ouvidos arbitrem na questão sobre afinação. Essa ambigüidade entre a ciência e músicos,
refere-se à produção de instrumentos destinados a espaços específicos de trabalho onde a
afinação física de instrumento musical seja enquadrada na categoria subjetiva da arte,
quando muito. Como tal, um artista deve lutar pela completa maestria do instrumento,
Deve ter uma compreensão da sua fenomenologia acústica e assumir uma função ativa
fazendo modificações para adequar às suas necessidades possuindo uma identidade
própria.
Além das variáveis de embocadura, boquilha e palhetas, o clarinetista tem que se
preocupar em combater as aberrações das escalas do instrumento balanceando-as. A
charada que massacra os fabricantes de clarinete durante séculos é o compromisso
posição tubo de vazão do Bb. Qualquer modo fundamental do clarinete pode ser excitado
em vibrar na sua segunda nota (intervalo de décima segunda) pela vazão da coluna de ar a
uma posição aproximadamente de uma terça parte da distância da boquilha à primeira
nota do tom fundamental. Se a abertura é situada muita fora desta posição ideal a nota
décima segunda irá sofrer uma elevação. De uma forma simplista, esta é uma razão da
ocorrência de variação da afinação da décima segunda do clarinete. O ideal (mas
impraticável) seria que toda nota fundamental deveria possuir um respectivo tubo de
vazão para ativar uma correta décima segunda. O registro do tubo de vazão possui um
compromisso a mais porque possibilita a execução para o Bb1. Um orifício grande
bastante para produzir um Bb1 real poderia ser também grande exageradamente para
produzir a décima segunda. Conseqüentemente temos um diâmetro inadequado para Bb1,
sem duvida a pior nota do clarinete Felizmente, o projeto do diâmetro interno do clarinete
foi melhorado muito nos últimos cinqüenta anos para corrigir sérios problemas acústicos
encontrados em muitos instrumentos antigos. Um pouco investigação na natureza da
acústica do instrumento e do desenho do clarinete atual irá impor um respeito maior para
os clarinetes contemporâneos, imperfeitos como são ainda, mas uma melhora significante
em relação ao projeto dos clarinetes renascentistas Todas a variações de vazão do sistema
possui compromissos. Estes compromissos, ditados pelos fabricantes, não são sempre os
que os artistas gostariam de ter como única opção.
A intenção deste documento é oferecer um método sistemático, proporcionando
procedimentos para se fazer ajustes sutis para individualizar o instrumento de acordo com
a necessidade de cada músico. Portanto, é importante para reconhecer de início que, dada
ao compromisso da afinação e geometria do clarinete, as aberrações podem somente ser
alteradas e nem sempre todas perfeitamente corrigidas.
Para evitar confusão, me refiro as notas em “afinação de clarinete” e uso a notação
convencional de oitava. (os tons abaixo de C1 são simplesmente E, F, G e assim por
diante).
Antes de ir adiante temos que estabelecer algumas diretrizes para assegurar um resultado
consistente durante o processo de afinação:
I. Quando testar a afinação propriamente o instrumento deverá estar “quente”. Trabalhe
em um espaço familiar (preferivelmente seu estúdio) Ter a certeza que o local é adequado
e a temperatura por volta 22 a 25 graus Celsius.
II. Use um afinador de qualidade isto é com escala em centésimos. Eu ainda uso um
Korg AT-12 com ponteiro, mas o pequeno Korg CA-20 também é adequado.
III. Toque a nota no nível em que está acostumado a tocar.Eu sempre afino meus
instrumentos em A= 441, pelo fato de quase nunca ter tocado em uma orquestra que
adotasse A =440.
Atualmente a maior adequação com normas e competição por empregos, a entonação
tornou-se a maior preocupação dos músicos. Embora a obsessão por dispositivos
afinadores acaba deixando muitos neuróticos, a proliferação de afinadores baratos
disponibiliza para nós um maior conhecimento das deficiências dos nossos instrumentos.
Apesar desta sofisticação tecnológica, os músicos deixam em última análise que seus
ouvidos arbitrem na questão sobre afinação. Essa ambigüidade entre a ciência e músicos,
refere-se à produção de instrumentos destinados a espaços específicos de trabalho onde a
afinação física de instrumento musical seja enquadrada na categoria subjetiva da arte,
quando muito. Como tal, um artista deve lutar pela completa maestria do instrumento,
Deve ter uma compreensão da sua fenomenologia acústica e assumir uma função ativa
fazendo modificações para adequar às suas necessidades possuindo uma identidade
própria.
Além das variáveis de embocadura, boquilha e palhetas, o clarinetista tem que se
preocupar em combater as aberrações das escalas do instrumento balanceando-as. A
charada que massacra os fabricantes de clarinete durante séculos é o compromisso
posição tubo de vazão do Bb. Qualquer modo fundamental do clarinete pode ser excitado
em vibrar na sua segunda nota (intervalo de décima segunda) pela vazão da coluna de ar a
uma posição aproximadamente de uma terça parte da distância da boquilha à primeira
nota do tom fundamental. Se a abertura é situada muita fora desta posição ideal a nota
décima segunda irá sofrer uma elevação. De uma forma simplista, esta é uma razão da
ocorrência de variação da afinação da décima segunda do clarinete. O ideal (mas
impraticável) seria que toda nota fundamental deveria possuir um respectivo tubo de
vazão para ativar uma correta décima segunda. O registro do tubo de vazão possui um
compromisso a mais porque possibilita a execução para o Bb1. Um orifício grande
bastante para produzir um Bb1 real poderia ser também grande exageradamente para
produzir a décima segunda. Conseqüentemente temos um diâmetro inadequado para Bb1,
sem duvida a pior nota do clarinete Felizmente, o projeto do diâmetro interno do clarinete
foi melhorado muito nos últimos cinqüenta anos para corrigir sérios problemas acústicos
encontrados em muitos instrumentos antigos. Um pouco investigação na natureza da
acústica do instrumento e do desenho do clarinete atual irá impor um respeito maior para
os clarinetes contemporâneos, imperfeitos como são ainda, mas uma melhora significante
em relação ao projeto dos clarinetes renascentistas Todas a variações de vazão do sistema
possui compromissos. Estes compromissos, ditados pelos fabricantes, não são sempre os
que os artistas gostariam de ter como única opção.
A intenção deste documento é oferecer um método sistemático, proporcionando
procedimentos para se fazer ajustes sutis para individualizar o instrumento de acordo com
a necessidade de cada músico. Portanto, é importante para reconhecer de início que, dada
ao compromisso da afinação e geometria do clarinete, as aberrações podem somente ser
alteradas e nem sempre todas perfeitamente corrigidas.
Para evitar confusão, me refiro as notas em “afinação de clarinete” e uso a notação
convencional de oitava. (os tons abaixo de C1 são simplesmente E, F, G e assim por
diante).
Antes de ir adiante temos que estabelecer algumas diretrizes para assegurar um resultado
consistente durante o processo de afinação:
I. Quando testar a afinação propriamente o instrumento deverá estar “quente”. Trabalhe
em um espaço familiar (preferivelmente seu estúdio) Ter a certeza que o local é adequado
e a temperatura por volta 22 a 25 graus Celsius.
II. Use um afinador de qualidade isto é com escala em centésimos. Eu ainda uso um
Korg AT-12 com ponteiro, mas o pequeno Korg CA-20 também é adequado.
III. Toque a nota no nível em que está acostumado a tocar.Eu sempre afino meus
instrumentos em A= 441, pelo fato de quase nunca ter tocado em uma orquestra que
adotasse A =440.
Embocadura e Postura
As Diferentes Embocaduras do Sax
Vamos falar nesta Dica Técnica de um dos assuntos mais polêmicos para os saxofonistas: a tal da "embocadura certa". Cada músico possui boca, arcada dentária, cavidade bucal e lábios diferentes, além da variedade de boquilhas e palhetas. Tudo isso influencia nas embocaduras. Tentamos encaixar a boquilha em nossa boca e, dependendo de nossos lábios, arcada dentária e cavidade bucal, vamos ter respostas diferentes, de acordo com a posição da boquilha na boca.
Há várias maneiras de se colocar a boquilha na boca. Essa maneira específica é por nós chamada de embocadura. Existem vários tipos de embocaduras, como também há diferentes boquilhas e palhetas. Temos que formar um conjunto equilibrado e único para nosso próprio uso. O mesmo conjunto (embocadura, boquilha e palheta) não funciona bem com outro saxofonista e vice-versa, justamente pela diversificação de lábios, arcadas dentárias e cavidade bucal.
A confusão sobre qual a melhor palheta, boquilha ou embocadura a ser usada pelo saxofonista é também comum em outros instrumentos de sopro, como o clarinete, flauta transversal, trompete, trombone, oboé, etc. Isso porque somos diferentes e temos respostas diferentes ao que somos expostos.
Podemos classificar a embocadura do sax em dois grupos básicos: alguns saxofonistas adotam o apoio dos dentes superiores na boquilha e outros não, sendo que cada um dos estilos tem suas próprias variantes.
Não estou afirmando que devemos ter maneiras diferentes de fazer a embocadura, mas sim falando que, em minha experiência como professor aqui e fora do Brasil, pude observar as diversas embocaduras adotadas pelos saxofonistas, profissionais ou amadores, e cada tipo tem suas qualidades.
A diferença básica entre os dois tipos de embocadura é: O apoio dos dentes superiores na boquilha
Uma corrente de saxofonistas adota e usa o apoio dos dentes. Outros, em vez de usar o dente, utilizam o lábio para dar firmeza à embocadura, o que não acontece, pois o lábio não tem a consistência de um dente.
Você deve estar se perguntando: qual é a melhor embocadura? Se você tem essa dúvida, é porque ainda está usando o lábio. Quem usa o apoio dos dentes não tem essa dúvida!
A confusão começou há muito tempo, quando o Brasil era escasso em métodos e bons professores. Havia (e existe até hoje) um método importado que eu não vou citar, é claro , um dos mais conhecido para saxofone, adotado pelas escolas , conservatórios e igrejas evangélicas. Sua explicação de como se fazer a embocadura é um absurdo, uma aberração musical, embora tenha exercícios escritos que são gostosos de executar.
Quantos músicos tiveram arruinada a sua carreira pelo uso deste "método" de se fazer a embocadura sem o uso dos dentes superiores no apoio da boquilha? Ele indica somente o apoio dos lábios superiores e inferiores voltados para dentro, seguido de um golpe seco com a língua para fazer vibrar a palheta e produzir o som com a sílaba "tu
Professores que confiaram nesse método não tiveram e nunca teriam a intenção de ensinar errado. Simplesmente, eles não conhecem outra maneira de fazer embocadura, e isso é muito triste.
Que fique claro que minha intenção é ajudar a mudar esse quadro em nosso país. Para isso, precisamos se conscientizar do problema e, principalmente, como tratá-lo. Posso afirmar, porém, que é crescente o número de saxofonistas que adotam e mudam sua embocadura para o apoio dos dentes. Prova disso são os novos saxofonistas evangélicos, com destaque em bandas gospel, todos eles donos de uma ótima técnica e sonoridade.
O uso dos lábios é aconselhável somente para quem não tem os dentes superiores ou possui algum tipo de ponte móvel ou algum outro problema com a raiz do dente. Consulte um dentista e mostre o seu problema em relação à boquilha. Se necessário, peça ao seu professor para conversar com o dentista para expor como é feito esse apoio dos dentes na boquilha ou mostre esta matéria com os desenhos das embocaduras, pois isto pode ajudá-lo a encontrar uma solução para seu problema. Não é necessário morder a boquilha e, mesmo que você use uma dentadura, ponte móvel ou dente postiço, isso não é impedimento para o uso da embocadura de apoio com os dentes. Esse apoio só deverá ser evitado caso venha trazer algum dano à sua saúde. Sem esses sintomas, você deve usar o apoio dos dentes superiores na boquilha.
Caso venha sentir algum tipo de dor, consulte seu dentista pois isso não é normal, e você pode estar com algum problema.
Repare que vários saxofonistas conhecidos têm a boquilha mais para a esquerda ou direita e não necessariamente no centro, onde sentem mais firmeza no apoio dos dentes. Muitas vezes, essa sensação é ocasionada pela diferença de altura entre os dentes frontais superiores.
Uma seção de limagem no dentista, para tirar a diferença de altura, pode ser a solução para apoiar a boquilha em ambos. Contudo, é sabido que usá-la mais para um lado ou para o outro não traz conseqüências para o saxofonista. O que não pode acontecer é o saxofonista ficar trocando de lado a toda hora. Devemos encontrar o melhor apoio, aquele com o qual você se sinta confortável. Assim, seu organismo cuidará de desenvolver os músculos mais usados na embocadura
Quando somente usamos os lábios para segurar a boquilha em nossa boca, sem o uso dos dentes superiores, a afinação fica seriamente comprometida em passagens rápidas ou de intervalos distantes, e o músico não tem domínio dos graves e tampouco dos agudos, pois não trabalha os harmônicos, que necessitam da precisão de abertura feita com o apoio dos dentes (tanto para os graves como para os agudos). Desse modo, a sonoridade é pequena e a resistência superbaixa. Se, ainda assim, o músico tira um som bonito, não se engane! O efeito dura pouco, pois o lábio não tem resistência para manter o som ou segurar a afinação.
Repare naquelas boquilhas de massa ou metal em que, no lugar de contato da boquilha com o dente, existe outro material (geralmente uma resina protética). Isso evita que o atrito do dente com a boquilha origine um furo no local de apoio. As boquilhas de massa que seguem essa corrente de embocadura têm uma resina diferente, de vez em quando com cor diferente também, que garante a vida útil do acessório. O processo é o mesmo para as boquilhas de metal, caso contrário o atrito entre o metal e o dente destruiria o dente. Nesse caso, é melhor substituir a resina da boquilha do que perder o dente; o desgaste do dente em contato com o metal pode chegar até a raiz e danificá-lo.
Não tenha medo de mudar ou experimentar. Você só vai crescer se tentar novos caminhos. Sei que, no começo, saxofonistas que usam somente o lábio têm receio de colocar os dentes superiores na boquilha. Geralmente, sentem cócegas ou arrepios. Pode-se colocar um pedaço de papel contact ou couro colado sobre a parte de apoio dos dentes, ou comprar em casas especializadas adesivos para este fim.
Assim, criamos um tipo de amortecedor da vibração da boquilha. Depois, com o tempo, você se acostuma e poderá até tirá-lo.
Sinto que ao colocar um contact ou couro na boquilha, alteramos o som dela para "mais aveludado". Outra dica interessante é colocar um pedacinho de pelica nos dentes inferiores, caso seus dentes sejam do tipo serrilha. Sem o atrito do lábio inferior com os dentes inferiores, você vai tocar por várias horas. Isso é comum entre os saxofonistas mais experientes que no carnaval trabalham durante vários dias e horas e em condições que os obrigam a tocar muito forte.
Devido ao fato de o contato do dente não estar sendo total, é preciso apoiá-lo com uma pequena pressão para baixo. Neste caso, a altura da correia é fundamental. Se ela estiver alta, forçará o contato da boquilha com o dente, tirando todo o peso do sax sob o maxilar inferior e deixando-o livre para ter a precisão no controle de vibratos, harmônicos e todos os matizes do som.
Mas, se apoiar o dente na boquilha e manter a correia baixa, com o tempo ou durante uma execução, você poderá transferir por descuido o peso do sax para o maxilar inferior, ficando impedido de executar múltiplas funções. Isso é fatal. De nada adianta apoiar corretamente os dentes e usar a correia baixa, pois assim você perderá o apoio dos dentes superiores na boquilha, além de estrangular toda a passagem de ar e diminuir o espaço entre a boquilha e a palheta, devido ao próprio peso do sax, que tem seu apoio mais no lábio inferior do que nos dentes superiores.
Encontrando a altura certa da correia
Coloque-se em pé com a coluna ereta. É preciso fazer com que o sax - preso na correia e na posição de tocar - venha em direção aos dentes superiores e não à altura do queixo. Caso isso aconteça, não abaixe a cabeça para fazer a embocadura, nem projete a coluna para frente a fim de alcançar a boquilha. Lembre-se de levantar a correia, fazendo com que a boquilha encaixe embaixo dos dentes superiores, mantendo uma pequena pressão. Você terá sua garganta livre e aberta para a passagem do ar, e estará evitando o peso do sax sobre o maxilar inferior, o que tira seus movimentos e controle. O maxilar inferior é uma das peças mais importantes desse conjunto. Ele é responsável pelas impostações dos graves e projeções dos agudos, vibrato e inflexões tonais.
Teste do tudel
Embora simples, este teste é muito eficaz para saber se estamos com o apoio correto dos dentes. Para isso, basta pedir que alguém balance o tudel enquanto você toca: se sua cabeça acompanhar o movimento do tudel como se fosse uma única peça, você estará com a embocadura certa. Porém, se balançarem o tudel ao tocar, a boquilha deslizar pelos seus dentes, desafinar ou perder o som, é sinal de que está faltando o apoio dos dentes. Quem deve estar fazendo o papel de fixação é o lábio - e o lábio é mole, não fixa nada. Isso deve estar acontecendo por causa da correia baixa. Levante-a e ganhe firmeza no seu som.
Como saber se sua embocadura está firme
Toque uma música, escala cromática e uma nota longa. Enquanto isso, faça um grande círculo com o sax. A cabeça deve acompanhar o movimento junto com o tronco. Com o corpo e a cabeça se movendo de um lado para o outro, se você não perder a sonoridade nem tiver alterações no som, então podemos dizer que você está com a embocadura usada pelos grandes saxofonista. É lógico que ela dá trabalho para ser entendida, mas a diferença está justamente aí! É que ela dá "muito trabalho" para quem a usa, principalmente trabalho em shows, trabalho em orquestras de bailes, trabalho em gravações, em acompanhamento de artistas, em escolas...
Como saber se estamos tocando com a embocadura relaxada
É muito fácil: basta tocar a nota DO sem a chave de agudos ou registro (aquela que usa somente a mão esquerda). Quando ela estiver soando, você então aperta o maxilar contra a palheta e a sua nota DO vai virar um DO #. Caso isso não ocorra, é porque você está com a embocadura tensa.Toque a nota relaxando o maxilar, para fazer com que ela desça meio tom. Esta deverá ser a sua posição de embocadura. Você deve afinar as outras notas da escala em relação a esta nota relaxada, mantendo a afinação entre elas sem tensionar o maxilar. Desse modo, terá muito mais campo dinâmico e de inflexões tonais. Não se esqueça de nunca "bater'' a língua para começar o som no sax. Você deve colocar o ar em movimento espiral por dentro do saxofone emitindo a sílaba HOO (assim batizada pelo mestre Demétrio Lima, que é expert no assunto), utilizando somente o diafragma que colocará em movimento o ar parado, criando uma correnteza que projetará o seu som e na qual poderá articulá-lo à vontade, sem o perigo de engarrafá-lo dentro do sax.
Vamos falar nesta Dica Técnica de um dos assuntos mais polêmicos para os saxofonistas: a tal da "embocadura certa". Cada músico possui boca, arcada dentária, cavidade bucal e lábios diferentes, além da variedade de boquilhas e palhetas. Tudo isso influencia nas embocaduras. Tentamos encaixar a boquilha em nossa boca e, dependendo de nossos lábios, arcada dentária e cavidade bucal, vamos ter respostas diferentes, de acordo com a posição da boquilha na boca.
Há várias maneiras de se colocar a boquilha na boca. Essa maneira específica é por nós chamada de embocadura. Existem vários tipos de embocaduras, como também há diferentes boquilhas e palhetas. Temos que formar um conjunto equilibrado e único para nosso próprio uso. O mesmo conjunto (embocadura, boquilha e palheta) não funciona bem com outro saxofonista e vice-versa, justamente pela diversificação de lábios, arcadas dentárias e cavidade bucal.
A confusão sobre qual a melhor palheta, boquilha ou embocadura a ser usada pelo saxofonista é também comum em outros instrumentos de sopro, como o clarinete, flauta transversal, trompete, trombone, oboé, etc. Isso porque somos diferentes e temos respostas diferentes ao que somos expostos.
Podemos classificar a embocadura do sax em dois grupos básicos: alguns saxofonistas adotam o apoio dos dentes superiores na boquilha e outros não, sendo que cada um dos estilos tem suas próprias variantes.
Não estou afirmando que devemos ter maneiras diferentes de fazer a embocadura, mas sim falando que, em minha experiência como professor aqui e fora do Brasil, pude observar as diversas embocaduras adotadas pelos saxofonistas, profissionais ou amadores, e cada tipo tem suas qualidades.
A diferença básica entre os dois tipos de embocadura é: O apoio dos dentes superiores na boquilha
Uma corrente de saxofonistas adota e usa o apoio dos dentes. Outros, em vez de usar o dente, utilizam o lábio para dar firmeza à embocadura, o que não acontece, pois o lábio não tem a consistência de um dente.
Você deve estar se perguntando: qual é a melhor embocadura? Se você tem essa dúvida, é porque ainda está usando o lábio. Quem usa o apoio dos dentes não tem essa dúvida!
A confusão começou há muito tempo, quando o Brasil era escasso em métodos e bons professores. Havia (e existe até hoje) um método importado que eu não vou citar, é claro , um dos mais conhecido para saxofone, adotado pelas escolas , conservatórios e igrejas evangélicas. Sua explicação de como se fazer a embocadura é um absurdo, uma aberração musical, embora tenha exercícios escritos que são gostosos de executar.
Quantos músicos tiveram arruinada a sua carreira pelo uso deste "método" de se fazer a embocadura sem o uso dos dentes superiores no apoio da boquilha? Ele indica somente o apoio dos lábios superiores e inferiores voltados para dentro, seguido de um golpe seco com a língua para fazer vibrar a palheta e produzir o som com a sílaba "tu
Professores que confiaram nesse método não tiveram e nunca teriam a intenção de ensinar errado. Simplesmente, eles não conhecem outra maneira de fazer embocadura, e isso é muito triste.
Que fique claro que minha intenção é ajudar a mudar esse quadro em nosso país. Para isso, precisamos se conscientizar do problema e, principalmente, como tratá-lo. Posso afirmar, porém, que é crescente o número de saxofonistas que adotam e mudam sua embocadura para o apoio dos dentes. Prova disso são os novos saxofonistas evangélicos, com destaque em bandas gospel, todos eles donos de uma ótima técnica e sonoridade.
O uso dos lábios é aconselhável somente para quem não tem os dentes superiores ou possui algum tipo de ponte móvel ou algum outro problema com a raiz do dente. Consulte um dentista e mostre o seu problema em relação à boquilha. Se necessário, peça ao seu professor para conversar com o dentista para expor como é feito esse apoio dos dentes na boquilha ou mostre esta matéria com os desenhos das embocaduras, pois isto pode ajudá-lo a encontrar uma solução para seu problema. Não é necessário morder a boquilha e, mesmo que você use uma dentadura, ponte móvel ou dente postiço, isso não é impedimento para o uso da embocadura de apoio com os dentes. Esse apoio só deverá ser evitado caso venha trazer algum dano à sua saúde. Sem esses sintomas, você deve usar o apoio dos dentes superiores na boquilha.
Caso venha sentir algum tipo de dor, consulte seu dentista pois isso não é normal, e você pode estar com algum problema.
Repare que vários saxofonistas conhecidos têm a boquilha mais para a esquerda ou direita e não necessariamente no centro, onde sentem mais firmeza no apoio dos dentes. Muitas vezes, essa sensação é ocasionada pela diferença de altura entre os dentes frontais superiores.
Uma seção de limagem no dentista, para tirar a diferença de altura, pode ser a solução para apoiar a boquilha em ambos. Contudo, é sabido que usá-la mais para um lado ou para o outro não traz conseqüências para o saxofonista. O que não pode acontecer é o saxofonista ficar trocando de lado a toda hora. Devemos encontrar o melhor apoio, aquele com o qual você se sinta confortável. Assim, seu organismo cuidará de desenvolver os músculos mais usados na embocadura
Quando somente usamos os lábios para segurar a boquilha em nossa boca, sem o uso dos dentes superiores, a afinação fica seriamente comprometida em passagens rápidas ou de intervalos distantes, e o músico não tem domínio dos graves e tampouco dos agudos, pois não trabalha os harmônicos, que necessitam da precisão de abertura feita com o apoio dos dentes (tanto para os graves como para os agudos). Desse modo, a sonoridade é pequena e a resistência superbaixa. Se, ainda assim, o músico tira um som bonito, não se engane! O efeito dura pouco, pois o lábio não tem resistência para manter o som ou segurar a afinação.
Repare naquelas boquilhas de massa ou metal em que, no lugar de contato da boquilha com o dente, existe outro material (geralmente uma resina protética). Isso evita que o atrito do dente com a boquilha origine um furo no local de apoio. As boquilhas de massa que seguem essa corrente de embocadura têm uma resina diferente, de vez em quando com cor diferente também, que garante a vida útil do acessório. O processo é o mesmo para as boquilhas de metal, caso contrário o atrito entre o metal e o dente destruiria o dente. Nesse caso, é melhor substituir a resina da boquilha do que perder o dente; o desgaste do dente em contato com o metal pode chegar até a raiz e danificá-lo.
Não tenha medo de mudar ou experimentar. Você só vai crescer se tentar novos caminhos. Sei que, no começo, saxofonistas que usam somente o lábio têm receio de colocar os dentes superiores na boquilha. Geralmente, sentem cócegas ou arrepios. Pode-se colocar um pedaço de papel contact ou couro colado sobre a parte de apoio dos dentes, ou comprar em casas especializadas adesivos para este fim.
Assim, criamos um tipo de amortecedor da vibração da boquilha. Depois, com o tempo, você se acostuma e poderá até tirá-lo.
Sinto que ao colocar um contact ou couro na boquilha, alteramos o som dela para "mais aveludado". Outra dica interessante é colocar um pedacinho de pelica nos dentes inferiores, caso seus dentes sejam do tipo serrilha. Sem o atrito do lábio inferior com os dentes inferiores, você vai tocar por várias horas. Isso é comum entre os saxofonistas mais experientes que no carnaval trabalham durante vários dias e horas e em condições que os obrigam a tocar muito forte.
Devido ao fato de o contato do dente não estar sendo total, é preciso apoiá-lo com uma pequena pressão para baixo. Neste caso, a altura da correia é fundamental. Se ela estiver alta, forçará o contato da boquilha com o dente, tirando todo o peso do sax sob o maxilar inferior e deixando-o livre para ter a precisão no controle de vibratos, harmônicos e todos os matizes do som.
Mas, se apoiar o dente na boquilha e manter a correia baixa, com o tempo ou durante uma execução, você poderá transferir por descuido o peso do sax para o maxilar inferior, ficando impedido de executar múltiplas funções. Isso é fatal. De nada adianta apoiar corretamente os dentes e usar a correia baixa, pois assim você perderá o apoio dos dentes superiores na boquilha, além de estrangular toda a passagem de ar e diminuir o espaço entre a boquilha e a palheta, devido ao próprio peso do sax, que tem seu apoio mais no lábio inferior do que nos dentes superiores.
Encontrando a altura certa da correia
Coloque-se em pé com a coluna ereta. É preciso fazer com que o sax - preso na correia e na posição de tocar - venha em direção aos dentes superiores e não à altura do queixo. Caso isso aconteça, não abaixe a cabeça para fazer a embocadura, nem projete a coluna para frente a fim de alcançar a boquilha. Lembre-se de levantar a correia, fazendo com que a boquilha encaixe embaixo dos dentes superiores, mantendo uma pequena pressão. Você terá sua garganta livre e aberta para a passagem do ar, e estará evitando o peso do sax sobre o maxilar inferior, o que tira seus movimentos e controle. O maxilar inferior é uma das peças mais importantes desse conjunto. Ele é responsável pelas impostações dos graves e projeções dos agudos, vibrato e inflexões tonais.
Teste do tudel
Embora simples, este teste é muito eficaz para saber se estamos com o apoio correto dos dentes. Para isso, basta pedir que alguém balance o tudel enquanto você toca: se sua cabeça acompanhar o movimento do tudel como se fosse uma única peça, você estará com a embocadura certa. Porém, se balançarem o tudel ao tocar, a boquilha deslizar pelos seus dentes, desafinar ou perder o som, é sinal de que está faltando o apoio dos dentes. Quem deve estar fazendo o papel de fixação é o lábio - e o lábio é mole, não fixa nada. Isso deve estar acontecendo por causa da correia baixa. Levante-a e ganhe firmeza no seu som.
Como saber se sua embocadura está firme
Toque uma música, escala cromática e uma nota longa. Enquanto isso, faça um grande círculo com o sax. A cabeça deve acompanhar o movimento junto com o tronco. Com o corpo e a cabeça se movendo de um lado para o outro, se você não perder a sonoridade nem tiver alterações no som, então podemos dizer que você está com a embocadura usada pelos grandes saxofonista. É lógico que ela dá trabalho para ser entendida, mas a diferença está justamente aí! É que ela dá "muito trabalho" para quem a usa, principalmente trabalho em shows, trabalho em orquestras de bailes, trabalho em gravações, em acompanhamento de artistas, em escolas...
Como saber se estamos tocando com a embocadura relaxada
É muito fácil: basta tocar a nota DO sem a chave de agudos ou registro (aquela que usa somente a mão esquerda). Quando ela estiver soando, você então aperta o maxilar contra a palheta e a sua nota DO vai virar um DO #. Caso isso não ocorra, é porque você está com a embocadura tensa.Toque a nota relaxando o maxilar, para fazer com que ela desça meio tom. Esta deverá ser a sua posição de embocadura. Você deve afinar as outras notas da escala em relação a esta nota relaxada, mantendo a afinação entre elas sem tensionar o maxilar. Desse modo, terá muito mais campo dinâmico e de inflexões tonais. Não se esqueça de nunca "bater'' a língua para começar o som no sax. Você deve colocar o ar em movimento espiral por dentro do saxofone emitindo a sílaba HOO (assim batizada pelo mestre Demétrio Lima, que é expert no assunto), utilizando somente o diafragma que colocará em movimento o ar parado, criando uma correnteza que projetará o seu som e na qual poderá articulá-lo à vontade, sem o perigo de engarrafá-lo dentro do sax.
Arco - III
3. Principais golpes de arco aplicados ao repertório orquestral
Existe uma grande quantidade de golpes de arco na execução dos instrumentos de cordas.
Alguns deles são específicos para o repertório solo e sua aplicação ao repertório orquestral quando
ocorre, é muito rara. Em relação às nomenclaturas, não há um consenso por parte de professores,
instrumentistas e maestros, devido às várias “escolas de arco” existentes. Em alguns casos,
instruções simples e objetivas do maestro tais como “mais curto”, “menos curto”, “na corda”, “fora
da corda”, podem resultar em melhor e mais rápida compreensão por parte dos músicos, tornando a
comunicação e o trabalho mais eficiente.
Os golpes mais utilizados, com base na classificação proposta por Salles (1998):
Legato: É uma sucessão de duas ou mais notas numa mesma direção do arco, sem
interrupção do som. Não possui ponto de contato predeterminado, e o maior desafio é combinar
digitação, mudança de corda e troca de direção.
Detaché: Golpe mais comum do repertório orquestral, cada nota corresponde a um novo
movimento de arco, de direção contrária ao seu precedente. Pode ser executado com todo o arco ou,
como é mais comum, na metade superior, e pode dar origem a outros golpes através do aumento de
pressão, forma de ataque e quantidade de arco gasta. Quanto mais rápida a velocidade do
movimento musical, menor será a parcela do arco usada.
Portato: Derivado do detaché, situa-se entre o stacatto e o legato. Executado numa única
arcada, cada nota é separada uma da outra por uma pausa quase imperceptível.
Martelé: Executado na corda, as notas são separadas por pausas e precedida de um grande
acento inicial. Uso mais freqüente na região superior do arco.
Spiccato: Golpes separados um do outro, onde cada nota corresponde a um movimento do
arco. Executado de forma que o arco faça o movimento de um semicírculo, partindo fora da corda,
tocando-a e abandonando-a, voltando à posição fora da corda. É executado na região onde o arco se
equilibra na metade inferior. Indicado para trechos não muito rápidos.
Sautillé: Executado a partir da corda, o arco salta pos si mesmo, sem o controle individual
de cada nota. Necessita de andamento rápido para viabilidade de sua execução. Normalmente é
executado no meio do arco.
Ricochet: Várias notas executadas numa mesma arcada, para cima ou para baixo, através
de um único impulso. O arco salta por si só, em movimento de ricochete. O impulso é dado na
primeira nota, quando o arco é jogado na corda.
Conclusão
A partir das reflexões e sugestões acima, apontamos para a necessidade um estudo
aprofundado das questões abordadas. Concluímos que o conhecimento amplo dos aspectos
relacionados à técnica dos instrumentos é de suma importância para o planejamento dos arcos e
arcadas em uma obra musical. Reafirmamos a importância do assunto para os regentes de
orquestras em geral, mas especialmente para aqueles que lidam com orquestras de jovens e
estudantes. O maestro deve interferir na tomada de decisões pertinentes a aquilo que pode
influenciar positiva ou negativamente em seu trabalho. Ele é o principal responsável pelos
resultados obtidos. Em seu trabalho diário, pode contribuir eficazmente para o crescimento técnico
e musical de seus músicos, tornando-os aptos a realizarem corretamente suas atividades
profissionais
Existe uma grande quantidade de golpes de arco na execução dos instrumentos de cordas.
Alguns deles são específicos para o repertório solo e sua aplicação ao repertório orquestral quando
ocorre, é muito rara. Em relação às nomenclaturas, não há um consenso por parte de professores,
instrumentistas e maestros, devido às várias “escolas de arco” existentes. Em alguns casos,
instruções simples e objetivas do maestro tais como “mais curto”, “menos curto”, “na corda”, “fora
da corda”, podem resultar em melhor e mais rápida compreensão por parte dos músicos, tornando a
comunicação e o trabalho mais eficiente.
Os golpes mais utilizados, com base na classificação proposta por Salles (1998):
Legato: É uma sucessão de duas ou mais notas numa mesma direção do arco, sem
interrupção do som. Não possui ponto de contato predeterminado, e o maior desafio é combinar
digitação, mudança de corda e troca de direção.
Detaché: Golpe mais comum do repertório orquestral, cada nota corresponde a um novo
movimento de arco, de direção contrária ao seu precedente. Pode ser executado com todo o arco ou,
como é mais comum, na metade superior, e pode dar origem a outros golpes através do aumento de
pressão, forma de ataque e quantidade de arco gasta. Quanto mais rápida a velocidade do
movimento musical, menor será a parcela do arco usada.
Portato: Derivado do detaché, situa-se entre o stacatto e o legato. Executado numa única
arcada, cada nota é separada uma da outra por uma pausa quase imperceptível.
Martelé: Executado na corda, as notas são separadas por pausas e precedida de um grande
acento inicial. Uso mais freqüente na região superior do arco.
Spiccato: Golpes separados um do outro, onde cada nota corresponde a um movimento do
arco. Executado de forma que o arco faça o movimento de um semicírculo, partindo fora da corda,
tocando-a e abandonando-a, voltando à posição fora da corda. É executado na região onde o arco se
equilibra na metade inferior. Indicado para trechos não muito rápidos.
Sautillé: Executado a partir da corda, o arco salta pos si mesmo, sem o controle individual
de cada nota. Necessita de andamento rápido para viabilidade de sua execução. Normalmente é
executado no meio do arco.
Ricochet: Várias notas executadas numa mesma arcada, para cima ou para baixo, através
de um único impulso. O arco salta por si só, em movimento de ricochete. O impulso é dado na
primeira nota, quando o arco é jogado na corda.
Conclusão
A partir das reflexões e sugestões acima, apontamos para a necessidade um estudo
aprofundado das questões abordadas. Concluímos que o conhecimento amplo dos aspectos
relacionados à técnica dos instrumentos é de suma importância para o planejamento dos arcos e
arcadas em uma obra musical. Reafirmamos a importância do assunto para os regentes de
orquestras em geral, mas especialmente para aqueles que lidam com orquestras de jovens e
estudantes. O maestro deve interferir na tomada de decisões pertinentes a aquilo que pode
influenciar positiva ou negativamente em seu trabalho. Ele é o principal responsável pelos
resultados obtidos. Em seu trabalho diário, pode contribuir eficazmente para o crescimento técnico
e musical de seus músicos, tornando-os aptos a realizarem corretamente suas atividades
profissionais
Arco - II
2. Aspectos básicos do arco e sua relação com o instrumento
A mão direita do instrumentista de cordas concentra grande parte dos problemas na
execução do repertório orquestral. O arco é a principal ferramenta de trabalho na obtenção da
sonoridade. É quase como um segundo instrumento, como diriam alguns. O conhecimento dos
processos envolvidos na produção do som deve ser objeto de atenção e estudo por parte dos
regentes de orquestras. Em sua formação acadêmica o estudo de um instrumento do naipe das
cordas, até o nível de ingressar em uma orquestra, é de fundamental importância para o regente.
Com isso ele poderá desenvolver um trabalho mais eficiente orientando corretamente esse grupo
que é considerado a “alma da orquestra”.
Salles (1998) afirma que “marcações de arcadas devem ser feitas exclusivamente pelo
intérprete e/ou spalla. Maestros não devem impor arbitrariamente suas próprias arcadas á
orquestra”. Essa concepção ilustra bem o papel do spalla em uma orquestra. Ele deve conhecer as
capacidades e as limitações do seu naipe, além de possuir notável preparo técnico e liderança. Em
uma orquestra profissional, a marcação de arcos bem como a definição do golpe de arco a ser usado
não deve ser objeto de preocupação por parte do regente. Ele deve comunicar suas intenções
musicais, a sonoridade desejada. Cabe ao spalla interpretar tecnicamente a intenção e tomar
decisões junto aos chefes de naipe das cordas. Mas em muitas situações as orquestras juvenis não
contam com spallas e chefes de naipe com capacidades para tomar essas decisões, ou nelas não
existe consenso, resultando em problemas no momento da performance. Cremos que, nesses casos a
interferência sábia do maestro poderia ser benéfica para o grupo. Com sua liderança, com amplo
conhecimento das intenções musicais da partitura e domínio sobre os aspectos técnicos dos instrumentos, ele poderia instruir corretamente a orquestra, sendo seu argumento fator determinante
na tomada de decisões. Esses aspectos técnicos serão analisados a seguir.
2.1 O Conceito de Arcada
Salles (1998) define arcada como o “ato de ir e vir, a direção do movimento do arco. Pode
ser para cima, ou seja, começando o movimento na ponta em direção ao talão e indicado com o
sinal , ou para baixo, do talão à ponta, indicado com o sinal ”. Já Dourado (1999) argumenta que
arcada “diz respeito ao conjunto de sinais gráficos, como ligaduras de arco, pontos e sinais de
direção que, combinados, representam a maneira de se executar determinado trecho musical”. Salles
(1998) argumenta ainda que uma orquestra, na prática, marcar arcada significa definir se cada nota
é executada para cima, para baixo, ou ligada. Para efeitos práticos, nesse trabalho adotaremos o
conceito de arcada de acordo com esta última concepção.
Em grande parte do repertório os compositores indicam as frases musicais através de
ligaduras, em muitos casos, longas. Essas ligaduras de frase não devem ser confundidas com
arcadas. Para definir a quantidade de notas executadas num movimento do arco, bem como o
movimento inicial (para cima , ou para baixo ) é necessário levar em conta algumas
considerações tais como estilo, andamento, dinâmica e intensidade do som, número de
instrumentistas por parte, além do nível dos executantes. É necessário também levar em
consideração as especificidades do arco de cada instrumento que compõem o naipe. Por exemplo: a
quantidade de arco gasta em um determinado trecho musical é muito maior no contrabaixo em
relação ao violino. A espessura das cordas do contrabaixo requer mais peso e pressão para a
produção do som, consequentemente, há um maior dispêndio do arco.
Uma passagem musical, em andamento lento com intensidade fortíssima exigirá maior
troca da direção do arco ( , ) que uma passagem em andamento mais rápido com intensidade em
piano. Da mesma forma, notas sustentadas exigirão mais trocas da direção de arco em uma
orquestra menos experiente, do que em uma mais experiente, devido ao menor ou maior controle do
arco por parte dos executantes. Há que se considerar também em relação à dinâmica que uma
arcada começando do talão em direção à ponta produzirá um efeito de crescendo, e que o inverso
provocará um decrescendo. Na verdade um bom músico precisa ser capaz de efetuar crescendos e
decrescendos em ambas as direções. Por fim, salientamos o procedimento que vem sendo praticado
há séculos: arcada para baixo no primeiro tempo do compasso, arco para cima nos tempos fracos e
nas anacruses.
2.2 Peso do arco e peso do braço:
uma questão de equilíbrio
Outro fator importante que influencia na obtenção da sonoridade diz respeito ao peso do
arco e do braço. Eles influenciam principalmente na intensidade do som. Uma nota que começa no
talão é sensivelmente mais intensa e “pesada” que uma nota que começa na ponta do arco. Isso
ocorre devido à lei da gravidade e ao fato de que o peso do arco e do braço é muito maior no talão.
Dessa forma, para sustentar uma nota sem alteração de intensidade usando toda região do arco é
necessário equilibrar o peso do arco com o peso do arco. Esse equilíbrio do peso do arco nos
violinos e violas é exercido pelos dedos indicador e mínimo. Sendo assim, para se conseguir uma
nota com intensidade forte começando no talão, sem o decrescendo natural do arco para baixo, é
essencial um incremento da força exercida pelos dedos e pelo braço sobre o arco, à medida que este
se aproxima da ponta. Ao contrário, uma nota em intensidade piano começando na ponta sem o
natural crescendo, é indispensável diminuir a pressão dos dedos e o peso do braço sobre o arco, à
medida que esse se aproxima do talão. Isso é o que ocorre naturalmente, mas, em algumas
situações, determinados trechos musicais necessitam que sejam executados contrariando a ordem
“natural” expressa acima. Os instrumentistas precisam, então, se empenhar em conseguir igualar os
efeitos sonoros conseguidos no talão e na ponta, através do equilíbrio entre o peso do arco e do
braço.
2.3 Velocidade e peso
A velocidade do arco e o peso empregado no momento da execução exercem um papel
preponderante na qualidade sonora das cordas. Esses dois aspectos, de forma combinada,
influenciam na articulação, dinâmica e intensidade sonora, na obtenção de efeitos especiais e na
escolha do golpe de arco a ser utilizado.
Articulação: a velocidade do arco é menor no legato e maior nos diferentes tipos de
stacatto (quanto mais curta a nota maior a velocidade). Isso não é uma regra, pois a situação pode se
inverter dependendo do contexto musical. O peso do próprio arco e o controle desse peso exercido
pelo braço são fatores decisivos nos diversos golpes de arco (estilo).
Dinâmica: a velocidade do arco, bem como a pressão exercida sobre ela “dita” as diversas
matizes de intensidade e dinâmica sonora. Quanto mais forte for uma nota, maior a velocidade e
peso. Para o crescendo é necessário um aumento gradual da velocidade e do peso, e no decrescendo
faz-se o oposto. Para os efeitos de , e , a velocidade e o peso diminuem de forma
abrupta.
Efeitos sonoros: na obtenção de um som flautado e de harmônicos, a velocidade do arco é
sensivelmente rápida, porém sua pressão sobre a corda é mínima.
2.4 Ponto de Contato
O ponto de contato diz respeito ao quadrante do instrumento: o espaço compreendido entre
a ponte (cavalete) e o início do espelho. É dentro desse espaço que o arco entra em contato com as
cordas. È decisivo em relação à cor sonora e, principalmente, na intensidade do som. Quanto mais
próximo do cavalete for o contato do arco com as cordas mais som se obterá. Pode se realizar um
crescendo mudando gradativamente o ponto de contato em direção ao cavalete. Tocando mais
próximo do espelho, se obterá uma sonoridade menor, mais velada. Obtêm-se também efeitos
especiais, principalmente de mudança da cor sonora, mudando o local do contato tais como sulla
tastiera (arco posicionado sobre o espelho) e sul ponticello (arco posicionado bem próximo ao
cavalete). O primeiro produz um timbre mais doce e suave, ao passo que o segundo produz um som
fino, anasalado.
Entende-se também por ponto de contato a região do arco que toca a corda no momento da
execução. O arco poderá, para efeito de estudo, se dividir em duas, três ou mais partes. Para
simplificar a instrução no momento do ensaio normalmente se refere à divisão em duas ou três
partes do arco em expressões como: metade superior, metade inferior, meio, ponta, talão, etc. A
região a ser utilizada influencia na sonoridade e é determinante para a execução dos vários golpes
de arco.
Em um naipe de cordas é importante que exista uma uniformidade em relação a essas
regiões. Certa margem de variação é aceitável, em que pesem as configurações físicas do arco
como: tamanho, qualidade e peso da madeira, ponto de equilíbrio, etc.
A mão direita do instrumentista de cordas concentra grande parte dos problemas na
execução do repertório orquestral. O arco é a principal ferramenta de trabalho na obtenção da
sonoridade. É quase como um segundo instrumento, como diriam alguns. O conhecimento dos
processos envolvidos na produção do som deve ser objeto de atenção e estudo por parte dos
regentes de orquestras. Em sua formação acadêmica o estudo de um instrumento do naipe das
cordas, até o nível de ingressar em uma orquestra, é de fundamental importância para o regente.
Com isso ele poderá desenvolver um trabalho mais eficiente orientando corretamente esse grupo
que é considerado a “alma da orquestra”.
Salles (1998) afirma que “marcações de arcadas devem ser feitas exclusivamente pelo
intérprete e/ou spalla. Maestros não devem impor arbitrariamente suas próprias arcadas á
orquestra”. Essa concepção ilustra bem o papel do spalla em uma orquestra. Ele deve conhecer as
capacidades e as limitações do seu naipe, além de possuir notável preparo técnico e liderança. Em
uma orquestra profissional, a marcação de arcos bem como a definição do golpe de arco a ser usado
não deve ser objeto de preocupação por parte do regente. Ele deve comunicar suas intenções
musicais, a sonoridade desejada. Cabe ao spalla interpretar tecnicamente a intenção e tomar
decisões junto aos chefes de naipe das cordas. Mas em muitas situações as orquestras juvenis não
contam com spallas e chefes de naipe com capacidades para tomar essas decisões, ou nelas não
existe consenso, resultando em problemas no momento da performance. Cremos que, nesses casos a
interferência sábia do maestro poderia ser benéfica para o grupo. Com sua liderança, com amplo
conhecimento das intenções musicais da partitura e domínio sobre os aspectos técnicos dos instrumentos, ele poderia instruir corretamente a orquestra, sendo seu argumento fator determinante
na tomada de decisões. Esses aspectos técnicos serão analisados a seguir.
2.1 O Conceito de Arcada
Salles (1998) define arcada como o “ato de ir e vir, a direção do movimento do arco. Pode
ser para cima, ou seja, começando o movimento na ponta em direção ao talão e indicado com o
sinal , ou para baixo, do talão à ponta, indicado com o sinal ”. Já Dourado (1999) argumenta que
arcada “diz respeito ao conjunto de sinais gráficos, como ligaduras de arco, pontos e sinais de
direção que, combinados, representam a maneira de se executar determinado trecho musical”. Salles
(1998) argumenta ainda que uma orquestra, na prática, marcar arcada significa definir se cada nota
é executada para cima, para baixo, ou ligada. Para efeitos práticos, nesse trabalho adotaremos o
conceito de arcada de acordo com esta última concepção.
Em grande parte do repertório os compositores indicam as frases musicais através de
ligaduras, em muitos casos, longas. Essas ligaduras de frase não devem ser confundidas com
arcadas. Para definir a quantidade de notas executadas num movimento do arco, bem como o
movimento inicial (para cima , ou para baixo ) é necessário levar em conta algumas
considerações tais como estilo, andamento, dinâmica e intensidade do som, número de
instrumentistas por parte, além do nível dos executantes. É necessário também levar em
consideração as especificidades do arco de cada instrumento que compõem o naipe. Por exemplo: a
quantidade de arco gasta em um determinado trecho musical é muito maior no contrabaixo em
relação ao violino. A espessura das cordas do contrabaixo requer mais peso e pressão para a
produção do som, consequentemente, há um maior dispêndio do arco.
Uma passagem musical, em andamento lento com intensidade fortíssima exigirá maior
troca da direção do arco ( , ) que uma passagem em andamento mais rápido com intensidade em
piano. Da mesma forma, notas sustentadas exigirão mais trocas da direção de arco em uma
orquestra menos experiente, do que em uma mais experiente, devido ao menor ou maior controle do
arco por parte dos executantes. Há que se considerar também em relação à dinâmica que uma
arcada começando do talão em direção à ponta produzirá um efeito de crescendo, e que o inverso
provocará um decrescendo. Na verdade um bom músico precisa ser capaz de efetuar crescendos e
decrescendos em ambas as direções. Por fim, salientamos o procedimento que vem sendo praticado
há séculos: arcada para baixo no primeiro tempo do compasso, arco para cima nos tempos fracos e
nas anacruses.
2.2 Peso do arco e peso do braço:
uma questão de equilíbrio
Outro fator importante que influencia na obtenção da sonoridade diz respeito ao peso do
arco e do braço. Eles influenciam principalmente na intensidade do som. Uma nota que começa no
talão é sensivelmente mais intensa e “pesada” que uma nota que começa na ponta do arco. Isso
ocorre devido à lei da gravidade e ao fato de que o peso do arco e do braço é muito maior no talão.
Dessa forma, para sustentar uma nota sem alteração de intensidade usando toda região do arco é
necessário equilibrar o peso do arco com o peso do arco. Esse equilíbrio do peso do arco nos
violinos e violas é exercido pelos dedos indicador e mínimo. Sendo assim, para se conseguir uma
nota com intensidade forte começando no talão, sem o decrescendo natural do arco para baixo, é
essencial um incremento da força exercida pelos dedos e pelo braço sobre o arco, à medida que este
se aproxima da ponta. Ao contrário, uma nota em intensidade piano começando na ponta sem o
natural crescendo, é indispensável diminuir a pressão dos dedos e o peso do braço sobre o arco, à
medida que esse se aproxima do talão. Isso é o que ocorre naturalmente, mas, em algumas
situações, determinados trechos musicais necessitam que sejam executados contrariando a ordem
“natural” expressa acima. Os instrumentistas precisam, então, se empenhar em conseguir igualar os
efeitos sonoros conseguidos no talão e na ponta, através do equilíbrio entre o peso do arco e do
braço.
2.3 Velocidade e peso
A velocidade do arco e o peso empregado no momento da execução exercem um papel
preponderante na qualidade sonora das cordas. Esses dois aspectos, de forma combinada,
influenciam na articulação, dinâmica e intensidade sonora, na obtenção de efeitos especiais e na
escolha do golpe de arco a ser utilizado.
Articulação: a velocidade do arco é menor no legato e maior nos diferentes tipos de
stacatto (quanto mais curta a nota maior a velocidade). Isso não é uma regra, pois a situação pode se
inverter dependendo do contexto musical. O peso do próprio arco e o controle desse peso exercido
pelo braço são fatores decisivos nos diversos golpes de arco (estilo).
Dinâmica: a velocidade do arco, bem como a pressão exercida sobre ela “dita” as diversas
matizes de intensidade e dinâmica sonora. Quanto mais forte for uma nota, maior a velocidade e
peso. Para o crescendo é necessário um aumento gradual da velocidade e do peso, e no decrescendo
faz-se o oposto. Para os efeitos de , e , a velocidade e o peso diminuem de forma
abrupta.
Efeitos sonoros: na obtenção de um som flautado e de harmônicos, a velocidade do arco é
sensivelmente rápida, porém sua pressão sobre a corda é mínima.
2.4 Ponto de Contato
O ponto de contato diz respeito ao quadrante do instrumento: o espaço compreendido entre
a ponte (cavalete) e o início do espelho. É dentro desse espaço que o arco entra em contato com as
cordas. È decisivo em relação à cor sonora e, principalmente, na intensidade do som. Quanto mais
próximo do cavalete for o contato do arco com as cordas mais som se obterá. Pode se realizar um
crescendo mudando gradativamente o ponto de contato em direção ao cavalete. Tocando mais
próximo do espelho, se obterá uma sonoridade menor, mais velada. Obtêm-se também efeitos
especiais, principalmente de mudança da cor sonora, mudando o local do contato tais como sulla
tastiera (arco posicionado sobre o espelho) e sul ponticello (arco posicionado bem próximo ao
cavalete). O primeiro produz um timbre mais doce e suave, ao passo que o segundo produz um som
fino, anasalado.
Entende-se também por ponto de contato a região do arco que toca a corda no momento da
execução. O arco poderá, para efeito de estudo, se dividir em duas, três ou mais partes. Para
simplificar a instrução no momento do ensaio normalmente se refere à divisão em duas ou três
partes do arco em expressões como: metade superior, metade inferior, meio, ponta, talão, etc. A
região a ser utilizada influencia na sonoridade e é determinante para a execução dos vários golpes
de arco.
Em um naipe de cordas é importante que exista uma uniformidade em relação a essas
regiões. Certa margem de variação é aceitável, em que pesem as configurações físicas do arco
como: tamanho, qualidade e peso da madeira, ponto de equilíbrio, etc.
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