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sábado, 24 de abril de 2010

Arco - I

1. Introdução

Um dos aspectos fundamentais da prática orquestral se refere aos naipes das cordas e suas
especificidades de execução. Os instrumentos de cordas constituem um grupo essencial na execução
do repertório orquestral de qualquer época, e as particularidades técnicas são um foco de
preocupação constante por parte de instrumentistas, professores e regentes. A direção, a
distribuição, a velocidade, o ponto de contato e o peso do arco, além do golpe de arco empregado,
são fatores determinantes na performance musical desse conjunto de instrumentos. Esses aspectos
são os que influenciam na sonoridade, na articulação, na dinâmica, na intensidade e no andamento
de uma obra musical. Nos concertos a uniformidade desses aspectos no naipe das cordas, além de
influenciar positivamente na execução, sempre desperta o interesse da platéia.
Nas orquestras juvenis esses aspectos muitas vezes constituem um problema para
instrumentistas e regentes. A formação técnica deficiente de ambas as partes, a falta de instrutores
realmente capacitados, aliados aos problemas de ordem estrutural, dificultam as atividades de um
bom número de orquestras de jovens em nosso país. Nesses casos, a ausência de uma correta
instrução principalmente por parte do regente impede a resolução de muitos problemas referentes à
realização do repertório. Muitos desses problemas são encontrados também em algumas orquestras
profissionais, reflexo, em muitos casos, das dificuldades vivenciadas nos grupos juvenis. Grande
parte das orquestras semi-profissionais em nosso país não contam com uma estrutura adequada de
instrutores ou “monitores” em cada um dos naipes das cordas e recursos financeiros para pagamento
de professores. Isso faz com que quase sempre as decisões sejam tomadas pelo regente, que, em
muitos casos, não toca um instrumento do naipe.

O notável maestro Eleazar de Carvalho (Carvalho apud Ferreira, 1993) dizia que nas
orquestras juvenis deveriam estar os melhores e mais experientes profissionais da regência, pois é lá
que o músico vivencia a experiência que será decisiva para a carreira. Mas é notório que isso não
ocorre na prática. O que se percebe é que muitos instrumentistas e regentes de coros, sem nenhuma
experiência, assumem postos de regência em orquestras e vão aprendendo na prática do dia a dia,
com prejuízo para os músicos. Isso decorre da falta de profissionais qualificados e da inexistência
de cursos de regência orquestral em grande parte do país.
Outro fator determinante nessa situação diz respeito à escassez de literatura específica
sobre o uso do arco no repertório orquestral, principalmente em língua portuguesa. Trabalhos
discutindo o idiomatismo nos instrumentos de cordas friccionadas têm sido publicados nos últimos
anos no Brasil a exemplo das abordagens sobre o contrabaixo (Borém, 1995, 2003; Borém, Vieira e
Lage, 2003; Ray, 1999, 2001 e 2006) e violino (Tokeshi, 2004). Entretanto, faltam trabalhos
abordando o idiomatismo dos instrumentos de cordas do ponto de vista da prática orquestral, tanto
dos instrumentistas quando dos regentes. No ano de 1998 foram publicados dois trabalhos
científicos que contribuíram para minimizar um pouco a ausência de informação: Mariana Isdebsky
Salles e Henrique Autran Dourado. Esses dois notáveis instrumentistas brasileiros abordam em seus
trabalhos todos os aspectos relacionados ao arco tais como sua história, terminologia,
nomenclaturas em diversos idiomas, “escolas de arco”, etc. Salles chega a propor uma classificação
dos golpes de arco com objetivo de padronizar as nomenclaturas e seu correto uso na música
brasileira. Em que pese sua importância, esses dois trabalhos abordam os assuntos do ponto de vista
do instrumentista.
Com base na experiência adquirida frente a orquestras estudantis, profissionais e semiprofissionais,
e tendo como referência teórica os dois autores citados, o objetivo do estudo é refletir
sobre os aspectos do uso do arco que são determinantes no resultado final da performance. Aspectos
esses que podem ser abordados pelos regentes de orquestras juvenis no momento do ensaio através
de instruções simples, mas que podem fazer a diferença na obtenção de resultados satisfatórios.

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Educação Musical é a educação que oportuniza ao indivíduo o acesso à música enquanto arte, linguagem e conhecimento. A educação musical, assim como a educação geral e plena do indivíduo, acontece assistematicamente na sociedade, por meio, principalmente, da industria cultural e do folclore e sistematicamente na escola ou em outras instituições de ensino.