Clarinetista mestre-cuca
Além da música, a comida era uma das duas grandes paixões na vida do rechonchudo Gioacchino Rossini. Criou-se inclusive um extenso anedotário sobre o quanto a segunda teria interferido na primeira. Conta-se, por exemplo, que havia uma motivação de fundo gastronômico para o fato de, na maioria de suas óperas, a apresentação da segunda clarineta ficar reservada apenas para o primeiro ato. Segundo consta, um dos clarinetistas preferidos de Rossini era um exímio cozinheiro. Assim, durante o intervalo, ele poderia ir para a cozinha preparar o jantar que o compositor desfrutaria após o espetáculo.
Rossini no prato
Conhecido como um grande gourmet, o compositor criou um prato chamado Tournedos Rossini, que até hoje consta no cardápio da cozinha internacional. Servido originalmente no Café Anglais, localizado no Boulevard des Italiens, em Paris, trata-se de um medalhão de filé coberto por uma camada de foie gras e trufas laminadas. O chef do restaurante teria ficado irritado com a interferência de Rossini, que insistira em preparar o próprio prato à mesa, mandando vir os ingredientes, um a um, da cozinha. "Se não está gostando, vire as costas", teria dito Rossini ao chef.
Um molho com gosto de Wagner
Rossini passou boa parte de sua vida negando a autoria de uma frase sobre o compositor alemão Richard Wagner, atribuída a ele pela imprensa parisiense da época. Segundo a lenda, numa mesa rodeados de amigos, Rossini teria comparado um turbot à l'Allemande, molho fortemente condimentado, à obra de Wagner. "Isso parece a música de Wagner: tem um molho forte, mas não tem nenhuma substância, nenhuma melodia". O próprio Rossini fez uma visita a Wagner para desmentir pessoalmente a pilhéria.
Coelhinho de madame
Famoso pelas suas pilhérias, Rossini foi abordado certa vez por uma senhora da alta sociedade parisiense, que lhe indagou como deveria se dirigir a ele: "grande mestre", "gênio divino" ou "príncipe da música"? Rossini riu e respondeu: "Preferia que a madame me tratasse por 'meu coelhinho' ".
Gato na ópera
A primeira apresentação de O barbeiro de Sevilha, em 1816, na Itália, foi um fracasso histórico. O público vaiou a ópera do começo ao fim. Para piorar a situação, um gato resolveu entrar no palco em meio a uma das árias. O bichano pulou no colo de um dos atores e só a muito custo foi expulso do palco, após ameaçar arranhar duas atrizes com mordidas e unhadas.
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