Música no plural
Ao contrário da grande maioria dos compositores, Berlioz não compôs concertos para instrumentos específicos - piano, violino, quarteto de cordas etc. Ele sempre se dedicou a compor para orquestras inteiras. Uma de suas frases mais célebres deixava clara esta sua preferência: "Dizem que sempre escrevi para 500 músicos. Não é verdade. Às vezes contento-me com 450".
Cinco tentativas
Quando jovem, Berlioz inscreveu-se cinco vezes no Grand Prêmio de Roma, que dava direito a uma bolsa de estudos musicais naquela cidade européia. Na primeira vez, em 1825, foi sumariamente desclassificado. Dois anos depois, 1827, participou com uma cantata, Orphée Déchiré par les Bacchantes, que foi considerada "inexecutável" pelos jurados. Em 1828, ficou com o segundo lugar. Em 1829, o prêmio foi cancelado. Finalmente, no ano seguinte, com A morte de Sardanapalo, ganhou o primeiro lugar e a bolsa de estudos em Roma.
Trocado por um milionário
Amor, decididamente, não era o forte de Berlioz. Antes de casar com sua primeira esposa, Harriet Smithson, ele ficou noivo de uma pianista brilhante, Camille Mokel. Depois da temporada de estudos na Itália, Berlioz voltou decidido a pedir a mão da moça em casamento. Mas, para sua surpresa, em sua ausência, a moça decidira casar com outro, um milionário fabricante de pianos.
Música e macarrão
Depois de sua temporada em Roma, Berlioz não teria os italianos em boa conta: "Para os italianos, a música é um prazer sensual e nada mais. Sentem por esta nobre expressão da mente o mesmo respeito que sentem pela arte da cozinha. Desejam uma partitura que, como um prato de macarrão, possa ser assimilada imediatamente, sem que se vejam obrigados a pensar muito no assunto, ou até mesmo a prestar atenção", escreveu.
Blim, blom
No último movimento de sua Sinfonia fantástica, Berlioz incluiu uma profusão de sons, para retratar uma espécie de orgia sobrenatural, em que uma legião de bruxas e fantasmas passam a atormentar o protagonista da história. Entre os sons, aparecem inclusive os badalos de vários sinos. Mais tarde, tal ousadia seria saudada como vanguardista. Para os contemporêneos de Berlioz, contudo, aquilo não passava de um atentado ao bom gosto.
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