De olhos bem abertos
Em 1825, já completamente surdo, Beethoven foi assistir a um ensaio fechado de um grupo que iria executar o seu Quarteto em mi bemol maior op. 127. Um dos violinistas, Joseph Böhm, registrou o episódio: "O infeliz estava tão surdo que não podia ouvir o som celestial das suas próprias composições". Para espanto de todos, porém, Beethoven chamou a atenção do grupo para os menores erros de execução. "Seus olhos seguiam os arcos, e assim ele era capaz de notar as menores flutuações no tempo ou no ritmo, e corrigi-las na hora", anotou Böhn.
A verdadeira fortuna de Beethoven
Conta-se que um dia Beethoven foi visitar o irmão mais novo, Johann, que a essa altura era um homem rico. Na entrada da mansão, um criado ofereceu-lhe, numa salva de prata, um cartão de visitas onde estava escrito: "Johann van Beethoven, proprietário de terras". O compositor pegou o cartão e, instantes depois, devolveu-o ao criado, após escrever no verso do papel a seguinte anotação: "Ludwig van Beethoven, proprietário de um cérebro".
O amor de Beethoven no cinema
Após a morte de Beethoven, foi encontrada em seus papéis particulares uma carta de amor, escrita a lápis, sem qualquer indicação sobre sua destinatária. "Meu anjo, meu tudo, meu eu…", dizia a carta, redigida em tom de lamento. "Esqueceu de que você não é inteiramente minha e de que eu não sou inteiramente seu? Oh, Deus!", gemia Beethoven. Até hoje os biógrafos discutem a identidade da musa secreta. A história rendeu um filme, Minha amada imortal (Immortal Beloved), de 1994, dirigido por Bernard Rose, com Gary Oldman na pele de Beethoven.
Péssimo pai
Quando Karl, irmão do compositor, morreu em 1815, Beethoven tomou para si a tarefa de criar o sobrinho, que tinha o mesmo nome do pai. Durante meses a fio, o músico travou nos tribunais uma batalha judicial para se tornar tutor da criança, retirando-a das mãos da mãe, a quem julgava uma mulher imoral. Finalmente, após obter ganho de causa, levou o menino para morar com ele. Mas Beethoven acabou revelando-se um tirano no papel de pai adotivo. Após tentar o suicídio, Karl engajou-se no exército austríaco e tratou de sumir da vida do compositor.
Fama eterna
A Nona sinfonia de Beethoven é, sem dúvida, uma das músicas mais conhecidas do mundo. Executada pela primeira vez em 1824, ela já foi incluída na trilha sonora de vários filmes, inclusive no controvertido Laranja Mecânica, de Stanley Kubrick. Outra composição muito famosa de Beethoven é a Quinta sinfonia. Nos anos 70, a obra ganhou uma versão eletrônica que virou hit nas discotecas da época. No mundo da propaganda, a Quinta (a do "tchan, tchan, tchan, tchan") já foi usada até para vender aparelhos de barbear.
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