*Rasuras de Beethoven, ao tentar tirar a dedicatória na partitura de sua 3º sinfonia a Napoleão Bonaparte.
Os primeiros registros da Terceira Sinfonia (Opus 55) de Ludwig Van Beethoven surgiram em Viena no verão de 180
Os primeiros registros da Terceira Sinfonia (Opus 55) de Ludwig Van Beethoven surgiram em Viena no verão de 180
2.
Na época, o nome de Napoleão Bonaparte já se fazia ouvir em toda a
Europa. Na imaginação popular, ele encarnava o gênio militar e político
que traria os ideais de liberdade, igualdade e fraternidade propagados
pela Revolução Francesa. Em meio a essa aura de heroísmo, Beethoven
decidiu batizar de Bonaparte sua ainda inacabada obra. Ele queria
enaltecer a nobreza de espírito e a integridade de caráter, qualidades
que, para o compositor, de 31 anos, eram essenciais em um líder. Aliás,
quase todas suas obras possuíam uma dedicatória, o que garantia a
benevolência do homenageado e talvez algum dinheiro extra. A diferença é
que essa histórica sinfonia seria para um patrono vivo.
Em 1804, Napoleão se proclamou imperador da França e a admiração do compositor foi substituída por uma profunda aversão. Beethoven chegou até a declarar publicamente: “Bonaparte não é mais que um homem vulgar. Só quer satisfazer sua ambição e desprezará os direitos humanos para ser apenas um tirano”. De acordo com Aylton Escobar, regente, compositor e professor do departamento de música da Escola de Comunicação e artes da Universidade de São Paulo, só a partir de 1806.
Quando Beethoven finalizou a obra, os trechos da Terceira Sinfonia passaram a levar definitivamente o nome de Eroica. Não se sabe aonde foi parar o manuscrito original. "Uma cópia, talvez a que o compositor queria ter enviado ao imperador, foi vendida em leilão após a morte dele", conta o regente. "No título, lê-se em italiano: ‘Grande sinfonia, intitulada Bonaparte pelo senhor Ludwig Van Beethoven, opus 55’. Na mesma capa, outra mão escreveu ‘Sinfonia 3’. Com outra caligrafia, está grafado em alemão: ‘Agosto de 1804’. Além dessas, o próprio Beethoven assinou: ‘26 de setembro (provavelmente a data de uma das execuções da sinfonia) escrita sobre Bonaparte’. O trecho está rasurado”.
Dividida em quatro movimentos, a Eroica é um marco não só por seus 50 minutos de execução, mas pela riqueza arquitetônica dos acordes. Beethoven não queria limitar a obra a um momento histórico. “Não é certo dizer que um movimento representa a chegada das tropas na batalha. Eroica emociona sem precisar de subterfúgios. A natureza humanitária de Beethoven a inspirou”, pontua Escobar. “Ele é o verdadeiro herói da sinfonia.”
Em 1804, Napoleão se proclamou imperador da França e a admiração do compositor foi substituída por uma profunda aversão. Beethoven chegou até a declarar publicamente: “Bonaparte não é mais que um homem vulgar. Só quer satisfazer sua ambição e desprezará os direitos humanos para ser apenas um tirano”. De acordo com Aylton Escobar, regente, compositor e professor do departamento de música da Escola de Comunicação e artes da Universidade de São Paulo, só a partir de 1806.
Quando Beethoven finalizou a obra, os trechos da Terceira Sinfonia passaram a levar definitivamente o nome de Eroica. Não se sabe aonde foi parar o manuscrito original. "Uma cópia, talvez a que o compositor queria ter enviado ao imperador, foi vendida em leilão após a morte dele", conta o regente. "No título, lê-se em italiano: ‘Grande sinfonia, intitulada Bonaparte pelo senhor Ludwig Van Beethoven, opus 55’. Na mesma capa, outra mão escreveu ‘Sinfonia 3’. Com outra caligrafia, está grafado em alemão: ‘Agosto de 1804’. Além dessas, o próprio Beethoven assinou: ‘26 de setembro (provavelmente a data de uma das execuções da sinfonia) escrita sobre Bonaparte’. O trecho está rasurado”.
Dividida em quatro movimentos, a Eroica é um marco não só por seus 50 minutos de execução, mas pela riqueza arquitetônica dos acordes. Beethoven não queria limitar a obra a um momento histórico. “Não é certo dizer que um movimento representa a chegada das tropas na batalha. Eroica emociona sem precisar de subterfúgios. A natureza humanitária de Beethoven a inspirou”, pontua Escobar. “Ele é o verdadeiro herói da sinfonia.”