Eis o momento daquela célebre pergunta: como toda essa teoria sobre ritmos, harmonias, andamentos e o demônio (?) pode ser passada para o papel?
Hum... eis uma questão difícil. Há toda uma história por trás do nosso sistema de notação musical, mas não vem ao caso agora. Buscamos aqui a praticidade, não a teoria excessiva.
Como é que se representa a fala humana? Quando quero representar o som "Pa" (de Palmeiras) uso dois sinais gráficos que representam esse som, o "p" e o "a". Veja que a escrita, por si só, já é a representação de sons. E quando eu quero representar uma música? Uso um procedimento semelhante, usando símbolos para representar um som.
Para representar a fala usamos 23 letras, cada uma correspondendo a um som.
Para representar a música usamos notas musicais. Quais são elas?
semibreve = Que vale quatro tempos em compasso de denominador 4
minima = Que vale 2 tempos em compasso de denominador 4
seminima = Que vale 1 tempo em compasso de denominador 4
colcheia = Que vale 1/2 tempo em compasso de denominador 4
semicolcheia = Que vale 1/4 de tempo em compasso de denominador 4
fusa = Que vale 1/8 de tempo em compasso de denominador 4
Esses sinais assustam qualquer um, mas basta saber usá-los e o medo desaparece. Cada uma dessas notas tem seu nome próprio:
Todas elas representam sons. Qual a diferença entre ela? O valor.
Um detalhe antes de continuarmos: pouco importa se a nota está com o colchete para cima ou para baixo. Na prática, isso é apenas questão de facilitar a leitura.
7 – Valores
Quando falamos no valor de uma nota, estamos nos referindo à sua duração. Em música estamos sempre lidando com tempo (Einstein tocava violino, se é que isso é confortador...). Voltando ao assunto, é comum encontrar nos sacrossantos manuais musicais a seguinte definição: "Uma semibreve vale duas mínimas, uma mínima vale duas semínimas, etc...".
Isso quer dizer, na prática, que uma semibreve dura o mesmo tempo de duas mínimas. Uma mínima vale o mesmo tempo que duas semínimas, e assim por diante.
Ah, em música, quando falamos em tempo, podemos estar nos referindo à duas coisas: a duração (minutos, horas, segundos) ou às batidas (cada batida chama-se tempo)
Lembra aquela história de ritmo, andamento, etc? Pois bem, vamos aplicar as idéias que aprendemos. Por idiota que pareça o exercício que faremos, é útil para fixarmos conceitos.
Pegue um relógio, de preferência um que marque também os segundos. Acompanhe os segundos e bata as mãos uma vez por segundo. Está seguindo um ritmo, não está? Está. Agora, bata as mãos duas vezes por segundo. Tente bater as mãos 4 vezes por segundo.
Ótimo. O que aconteceu?
Repare que o número de batidas aumentou, mas o intervalo principal de tempo permaneceu o mesmo. E daí?
Ora, supondo que uma semibreve valha 1 segundo, (calma, logo veremos que esse valor varia de acordo com a vontade do compositor) ao bater as mãos uma vez por segundo, você descobriu uma semibreve. Ao bater duas vezes, viu a semibreve ser dividida em duas, ou seja, você bateu duas mínimas. Ao bater 4 vezes, a semibreve foi dividida em 4 – ou cada mínima foi dividia em duas.
Muito bem, agora que conhecemos as notas e seu valor, vamos ver como agrupá-las, de maneira a dar sentido a um pensamento musical. Da mesma maneira que o texto é agrupado em frases e parágrafos para se tornar compreensível, a música é dividida em compassos.
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