Seu pai era um imigrante italiano e sua mãe vinha de uma tradicional família paulista. O pai, Miguel Guarnieri, era barbeiro e músico, e tocava flauta. A mãe, Gécia Camargo, tocava piano. O pequeno Mozart aprendeu música em casa.
Teve aulas de piano a partir dos dez anos de idade com Virgínio Dias. Para este professor dedicou sua primeira composição, a valsa Sonho de artista (1918). A obra foi desdenhada pelo professor, mas seu pai julgou que a obra era fruto de promissor talento, pagando sua publicação em 1920.
Em 1923, Miguel Guarnieri decidiu mudar-se com a família para a São Paulo para proporcionar melhores condições de estudo da música ao filho. Sendo uma família sem recursos financeiros, Guarnieri trabalhou junto com o pai na barbearia e trabalhou como pianista. Até 1925 manteve vários empregos, tocando em cinemas, lojas de partitura e casas de baile da cidade. Estudou piano com Ernani Braga.
Em 1925 seu pai obteve melhor emprego, o que permitiu a Guarnieri reduzir sua carga de trabalho e dedicar-se mais ao estudo da música. Passou a ter aulas de piano com Antônio de Sá Pereira, e, alguns anos depois, começou também a estudar harmonia, contraponto, orquestração e composição com o maestro Lamberto Baldi, recém chegado da Itália.
Em 1928 foi apresentado a Mário de Andrade, a quem mostrou suas obras recém compostas Canção Sertaneja e Dança Brasileira. O escritor modernista tornou-se seu mestre intelectual. Guarnieri passou a freqüentar a casa de Mário de Andrade, com quem discutia estética, ouvia obras musicais e tomava livros emprestados. Tendo cursado até então apenas dois anos do curso primário, o contato com o escritor foi muito importante para a formação intelectual de Guarnieri. O contato entre ambos tornou-se uma grande amizade e também uma parceria artística. Muitas das canções escritas por Camargo Guarnieri foram sobre textos de Mário de Andrade, incluindo a ópera Pedro Malazarte. Exercendo atividade como crítico musical na imprensa, Mário de Andrade foi um dos principais responsáveis pela aceitação e pela divulgação da obra de Camargo Guarnieri.
Em 1938 o compositor recebeu uma bolsa de estudos concedida pelo governo do estado de São Paulo para estudar em Paris. Teve aulas de contraponto e harmonia com Charles Koechlin, e de regência com François Rühlmann.
Em 1944, recebeu vários prêmios nos Estados Unidos que lhe conferiram notoriedade. Classificou-se em segundo lugar em um concurso realizado em Detroit para eleger a "Sinfonia das Américas".
Em 1950, Camargo Guarnieri publica a Carta Aberta aos Músicos e Críticos do Brasil, na qual condena a técnica dodecafônica de composição. A carta faz referências veladas a Hans-Joachim Koellreutter, líder do grupo Música Viva.
A obra musical de Camargo Guarnieri é formada por mais de 700 obras e é provavelmente o segundo compositor brasileiro mais executado no mundo, superado apenas por Villa-Lobos. Pouco antes de sua morte recebeu o prêmio "Gabriela Mistral", sob o título de "maior compositor das Américas".
Atualmente, boa parte do acervo de partituras e objetos deixados por Guarnieri encontram-se no arquivo do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo e no Centro Cultural São Paulo.
[editar] Obra
Ver lista de obras de Camargo Guarnieri
[editar] Na Cultura
* Projeto Camargo Guarnieri 3 concertos para violino e a Missão em DVD, patrocínio da Petrobras - Selo CCSP (Centro Cultural São Paulo), 2008, Lua Music 324
* Documentário Notas Soltas Sobre Um Homem Só de Carlos de Moura Ribeiro Mendes que será exibido no Festival do Rio e na 33ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo.
♪ Regente ♪ Músico Multi-Instrumentista e Vocalista ♪ Arranjador ♪ Compositor ♪
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sábado, 7 de novembro de 2009
Mozart Camargo Guarnieri
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