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segunda-feira, 19 de janeiro de 2009
Richard Wagner
Sua música instrumental do tempo de mocidade é insignificante. Reconhecendo seu talento duplo, de músico e poeta, deixou de escrever óperas comuns para dedicar-se ao novo gênero que criara, o Drama Musical. Encontrou na crítica, no público e nas casa de ópera, as mais fortes resistências e envolveu-se em polêmicas, numa situação agravada pelo exílio por motivos políticos.
Poderia facilmente salvar-se, fazendo concessões ao gosto dominante, mas preferiu ficar fiel a si próprio. Como reverso dessa força de vontade, seu caráter era desagradavelmente egoísta e vingativo. Quando finalmente conseguiu vencer, mandou construir para suas últimas obras um teatro em Bayreuth.
Desde suas primeiras óperas (Rienzi, 1839; O Navio Fantasma, 1841; Tannhäuser, 1843 - 1845; Lohengrin, 1845 - 1848) que partem do romantismo de Weber e da tradição sinfônica de Beethoven, afastou-se da concepção italiana, renunciou aos floreios vocais, impôs uma ação musical contínua e intensificou a participação orquestral, além de valorizar a importância do libreto como fundamento do drama lírico. Wagner aboliu toda a estrutura a ópera tradicional, com suas árias, duetos, etc., substituindo-a por uma seqüência dramática de cenas totalmente postas em música (durchkomponiert). Em vez de melodias, criou a melodia permanente, com base na orquestra. Escolheu, como enredos, temas de lendas medievais ou da mitologia germânica, pondo-as a serviço de suas idéias filosóficas, religiosas e políticas.
Proscrito de seu país por sua participação na revolução de 1848 em Dresden, onde era regente da corte, viajou, residiu em Zurique, em Veneza, em Paris, e redigiu suas teorias sobre a arte (A Obra de Arte do Futuro, 1850; Ópera e Drama, 1851), colocando-as paralelamente na tetralogia O Anel dos Nibelungos (1852-1874), Tristão e Isolda (1859) e Os Mestres Cantores de Nuremberg (1862-1867).
Seu encontro com Luís II da Baviera foi decisivo para a construção de um teatro, destinado às apresentações de suas próprias obras, que foi construído em Bayreuth (1872-1876). Nesta época, casa-se com Cosima, filha de Liszt. Parsifal (1877-1882) foi sua última realização dramática.
Adepto de um teatro místico, simbólico, chegou a uma fusão estreita entre texto e música, a unidade temática criada pelo leitmotiv e pela união bem-sucedida entre vozes e instrumentos. O cromatismo de Tristão e Isolda é o ponto de partida da música do século XX, influenciando compositores como R. Strauss, G. Mahler, C. Debussy e A. Schoenberg, que partiu das inovações wagnerianas para desenvolver a música dodecafônica.
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