Quando os portugueses embarcaram aqui, já encontraram os índios e sua música, mas a rigor considera-se o início da música popular a partir do ano de 1550. Francisco de Vacas, morador da Capitania do Espírito Santo, foi nomeado provedor da Fazenda e juiz da Alfândega em 1550.Nascido em Portugal em 1530, morreu por volta do ano de 1590. Vacas foi considerado "o primeiro músico de renome e da maior importância na evolução da música popular brasileira". Ele foi citado por Duarte da Costa, em 1555, como "cantor eclesiástico e metido em confusões policiais, tendo inclusive agredido um aluno..."Era bandurrista , viola renascentista, em forma de oito, com cravelha própria.
Portugal deu ao Brasil, o sistema harmônica tonal, desconhecido dos índios , e as primeiras danças européias ( a dança de roda infantil, o reisado e o bumba-meu-boi, entre elas ). Além de ter trazido para cá os instrumentos como a flauta, o cavaquinho e o violão.
Trouxe também para cá o negro da África a partir de 1538. Com os negros, vieram novas danças ( jongo, lundu, batuque e diversas outras ) e a polirritmia. Aos outros instrumentos se somou o agogô, o ganzá, o agê , o xerê e outros.
Mas foram os jesuítas, os verdadeiros responsáveis pela mistura de influências, através da catequese da Companhia de Jesus. Ainda nesta mistura há outras influências como o espanhol ( repertório gaúcho ) e do francês ( cantos infantis ).
CHORO
A partir do século XVIII, os modinheiros encantavam a corte com sua melodias suaves e sentimentais. A modinha, de origem portuguesa , foi abrasileirada por gente como o mulato Domingos Caldas Barbosa, o maestro Carlos Gomes, Xisto Bahia, o padre negro José Maurício e , mais tarde Catulo da Paixão. A partir de 1870, nas reuniões musicais, os violões e cavaquinhos começaram a dar um tom abrasileirado às influências européias.
E surge o choro, como gênero. Os principais artistas desta fase de implantação e consolidação do choro como linguagem musical foram os cariocas JOAQUIM ANTONIO CALADO ( Flor Amorosa ), ERNESTO NAZARETH ( Oden, Apanhei-te Cavaquinho ) e Chiquinha Gonzaga ( Atraente, Lua Branca ).
Costumes Paulistas, Rugendas, 1824
Outros instrumentistas vieram se juntar a eles no início do século XX, tais como o virtuose da flauta PATAPIO SILVA, o mestre de banda ANACLETO DE MEDEIROS , o pianista paulista ZEQUINHA DE ABREU ( Tico - tico no Fubá ) e o violonista e compositor JOÃO PERNAMBUCO ( Sons de Carrilhões E surge o choro, como gênero.
Os principais artistas desta fase de implantação e consolidação do choro como linguagem musical foram os cariocas JOAQUIM ANTONIO CALADO ( Flor Amorosa ), ERNESTO NAZARETH ( Oden, Apanhei-te Cavaquinho ) e CHIQUINHA GONZAGA ( Atraente, Lua Branca ).
Outros instrumentistas vieram se juntar a eles no início do século XX, tais como o virtuose da flauta PATAPIO SILVA, o mestre de banda ANACLETO DE MEDEIROS , o pianista paulista ZEQUINHA DE ABREU ( Tico - tico no Fubá ) e o violonista e compositor JOÃO PERNAMBUCO ( Sons de Carrilhões . PIXINGUINHA que era tenor, compositor, arranjador, saxofonista e flautista. Aos 20 anos, PIXINGUINHA já era autor de Rosa e Sofres porque Queres. Suas músicas,entre centenas: Carinhoso, Lamentos, 1X0, Ainda me recordo, Naquele tempo, Vou vivendo e Marreco quer água.
Surgem outros nomes como:
Turunas Pernambucanos, Bonfiglio de Oliveira ( pistão ), Luiz Americano ( clarinete ) , Abel Ferreira ( saxofone ), Altamiro Carrilho ( flauta transversal ), Waldir Azevedo ( cavaquinho ) , Garoto ( multi - instrumentista ), Luperce Miranda ( bandolim ), Jacob do Bandolim ( bandolim ), etc.
Donga, João da Baiana e Pixinguinha
Os grupos de choro tinham uma estrutura harmônica típica de suporte, o que chamamos de regional: um cavaquinho no centro, um ou dois violões de base e um de sete cordas, um pandeiro e um ou dois instrumentos solistas.
Os mais famosos grupos foram os de Benedito Lacerda e Pixinguinha. Também o ÉPOCA DE OURO ( com Jacob do Bandolim ) e o de Claudionor Cruz.
Foi também nos anos 30 que surgiu, em João Pessoa, a Orquestra Tabajara, de Severino Araújo. Uma orquestra de sonoridade jazzística que misturava uma típica big-band de textura americanizada ( foxes e baladas ) com o choro, sambas e frevos.
O choro ficou esquecido nas décadas de 50 e 70. Mas, a partir de 1975 o choro reviveu, surgindo novos grupos.
SAMBA
Maxixe: A dança proibida
O samba é a própria identidade nacional brasileira. Desde 1870, o cruzamento de influências entre o lundu ( origem africana ), a polca, a habanera, o maxixe e o tango começou a produzir um tipo de música que tendia ritmicamente para o samba.
Lundu dançado pelos negrosRugendas, 1835
Nos fins do século XIX, costumava-se designar como samba as festas de dança de negros escravos. Foi nessa época que começaram a se tornar tradicionais as reuniões nas casas das velhas baianas que haviam emigrado para o Distrito Federal
E destas festas surgem os maiores talentos musicais da época: HEITOR DOS PRAZERES, PIXINGUINHA, DONGA, JOSÉ BARBOSA DA SILVA, JOÃO DA BAIANA e muitos outros.
Surgem novos nomes com os progressos do rádio e do disco. Além de Ismael Silva, Nilton Bastos, Armando Marçal surge FRANCISCO ALVES, como o mais importante cantor da época. Chamado "O REI DA VOZ ", foi durante duas décadas uma espécie de Gardel brasileiro. Sua morte num acidente automobilístico comoveu o país, nos anos 50.
Nos anos 30 surgem nomes como Henrique Foréis ( o Almirante ), Carlos Alberto Braga ( João de Barro ) e Noel Rosa, um menino com o queixo defeituoso e que largou da medicina para se tornar um dos maiores sambistas de todos os tempos. Rádio, música, samba e violão não eram atividades de gente decente, daí os apelidos.
Capa do primeiro samba gravado por Donga
Noel de Medeiros Rosa ( 1910 / 1937 ) deixou mais de 250 músicas em somente 7 anos como compositor. Começou a gravar aos 19 anos e morreu de tuberculose aos 26 anos.
Ary Barroso e Carmem Miranda
De um encontro entre Noel e Ismael surge uma nova forma de fazer samba, que misturava o morro e a cidade. Noel contribuiu para uma estruturação do que podemos chamar de samba urbano, que influenciaria compositores como Ary Barroso ( Minas ), Dorival Caymmi ( Bahia ) e mais tarde Chico Buarque, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
Do Estácio surgem nomes como Ataulfo Alves, Wilson Batista e Geraldo Pereira.
Dos anos 30 aos anos 50, o samba experimentou outras nuances,com os nomes de Ary Barroso ( AQUARELA DO BRASIL ) e Dorival Caymmi e Moreira da Silva com o Samba-de-breque, propositalmente concebido com alguns "buracos " a serem preenchidos por um tipo malandro de improviso. A maior parte dos compositores não gravavam suas próprias músicas, ficando a cargo de cantos e intérpretes a divulgação de suas músicas. Temos então nomes como : MÁRIO REIS, ORLANDO SILVA, SILVIO CALDAS, CYRO MONTEIRO, ROBERTO SILVA, JAMELÃO, ARACY DE ALMEIDA, CARMEM MIRANDA E ELISETE CARDOSO.
No final dos anos 50, o samba já surge com uma nova vertente que é a BOSSA - NOVA . Neste período a juventude brasileira embarcou em duas viagens: uma na direção do ROCK e outra na direção do JAZZ e das preocupações existenciais e sociais. Nomes como Carlos Lyra e Sergio Ricardo entenderam que era preciso abrir um canal que ligasse a Bossa Nova ao samba. Esta ligação já começara a existir com CARTOLA, um dos fundadores da Mangueira, a mais tradicional de todas as escolas de samba cariocas. Com Cartola, outros veteranos, como Nelson Cavaquinho, voltam à cena.
No bar simples, no centro do Rio, com a boa cozinha de dona Zica, esposa de Cartola e os sambas de Cartola, surge o ZICARTOLA, espaço que proporcionou o aparecimento de uma nova geração de sambistas. Estes aproximaram o samba de acordes dissonantes e alterados, com sofisticações harmônicas influenciadas pelo Jazz norte-americano. Surgem nomes como Paulinho da Viola, Elton Medeiros , Martinho da Vila e Zé Keti.
Em 1964, Armando Costa, Vianninha e Paulo Pontes reuniram num único palco o espetáculo OPINIÃO, com a cantora NARA LEÃO, musa da Bossa Nova, o sambista Zé Keti e o maranhense João do Vale. Mais tarde Nara foi substituída pela estreante Maria Bethania ( irmã de Caetano Veloso ).
Nos anos 70, em meio a festivais de MPB, os talentos do Zicartola consolidaram suas carreiras. Novos nomes surgem beneficiados pela mídia: João Nogueira, Paulo César Pinheiro, Candeia, Nelson Sargento e Monarco. E novos intérpretes: Beth Carvalho, Alcione e os já falecidos Roberto Ribeiro e Clara Nunes.
BOSSA NOVA
CHEGA DE SAUDADE , João Gilberto, 1958. Foi considerado o início da Bossa Nova. Mas, muitas influências ocorreram para o despontar deste grande movimento. Por exemplo: o arranjo de Radamés Gnatalli para o samba COPACABANA, gravado por Dick Farney. As composições de Garoto, Johnny Alf e Dorival Caymmi. Os violões de Laurindo de Almeida e Valzinho. O elepê Canção de Amor Demais, de Elizeth Cardoso, com músicas de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Foi no ano de 1957 e foi nele que se ouviu pela primeira vez a batida diferente do violão de João Gilberto.
A vida no Rio se deslocava para o beira mar, de Copacabana e Ipanema. E uma nova geração de autores e intérpretes reunia-se nos night-clubs de inspiração americana. DICK FARNEY, LÚCIO ALVES, JOHNNY ALF, JOÃO DONATO, MAYSA, RIBAMAR, SYLVIA TELLES , ANTONIO MARIA, TITO MADI, DOLORES DURAN, NORA NEY E DÓRIS MONTEIRO.
Depois do 78 rpm CHEGA DE SAUDADE, João Gilberto gravou 3 elepês que definiriam o receituário estético do movimento. Segundo Caetano Veloso, aprendemos ali a "pra sempre ser desafinados".
João Gilberto
Antonio Carlos Jobim
Neste primeiro momento, Bossa Nova eram os compositores Carlos Lyra, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Luiz Bonfá, Ronaldo Bôscoli, Marcos e Paulo Sergio Valle, Sergio Ricardo e Durval Ferreira, os cantores João Gilberto, Sylvia Telles e Nara Leão e Astrud Gilberto e músicos como Luizinho Eça , Tenório Jr. e Maurício Einhorm. Mas, logo surgiram novos nomes como: Johnny Alf, Leny Andrade, Jorge Ben, Wilson Simonal, Paulinho Nogueira, Quarteto Novo ( de Hermeto Paschoal ), os Cariocas, Sergio Mendes , o coreógrafo americano Lennie Dale e o modinheiro e comediante Juca Chaves. Outros talentos se somaram: Aloysio de Oliveira lançou os primeiros trabalhos de Edu Lobo, Baden Powell, Nana Caymmi e Maria Bethania. Surge em 1966, Chico Buarque de Holanda.
O surgimento de Elis Regina e a proliferação de trios à semelhança de Tamba ( piano, baixo e bateria ), com Luiz Eça, Bebeto e Ohana, depois Helcio Milito, como o Zimbo Trio ( Amilson Godoy, Rubens Barsotti e Luiz Chaves ), Sambalanço ( liderado por Cesar Camargo Mariano ), Bossa Três e dezenas de outros, abriram as portas da televisão para a Bossa Nova. Os programas O FINO DA BOSSA e DOIS NA BOSSA confirmavam o acerto da parceria TV - BOSSA NOVA, que desaguaria no período dos festivais de MPB, onde se afirmaram nomes como MIILTON NASCIMENTO, GERALDO VANDRÉ, CAETANO VELOSO, GILBERTO GIL, DORI CAYMMI, GONZAGUINHA, EGBERTO GISMONTI, IVAN LINS, SERGIO SAMPAIO, RAUL SEIXAS, ALDIR BLANC, MARIA ALCINA, GUTEMBERG GUARABIRA, JARDS MACALÉ, CAPINAN, NELSON MOTTA, TOQUINHO, PAULINHO DA VIOLA E DANILO CAYMMI, entre tantos compositores e intérpretes.
TROPICALISMO
O Tropicalismo surgiu como uma ruptura contra a Bossa Nova, tanto quanto esta rompeu com a estrutura do samba de morro. Entre 1967 e 1970, o Tropicalismo traz irreverência e informalidade, mas com uma teoria de fundo: a possibilidade de incorporação de tudo que era e foi considerado de mau-gosto, resgatando-o e transformando- o . Num primeiro momento, abaixo o banquinho e o violão. Depois, Caetano Veloso e Gilberto Gil, os principais nomes deste movimento, muitas vezes se apresentaram desta forma, estendendo um tapete vermelho para João Gilberto passar.
Bethânia e Caetano
A teoria se apoiava em Oswald de Andrade, no MANIFESTO PAU BRASIL, na Semana Modenista de 1922 e na influência dos irmãos Campos, Augusto e Haroldo , mais Décio Pignatary e o maestro Rogério Duprat. O grupo baiano se completava com Capinam, Gal Costa, Tomzé, Torquato Neto, Julio Medaglia, Nara Leão, Macalé e os Mutantes, o grupo de Rita Lee.
Gal Costa
Os tropicalistas queriam convencer os intelectuais brasileiros de que CHACRINHA, o velho guerreiro, líder de audiência da televisão naquele período, era o próprio substrato da nacionalidade brasileira e que não fazia sentido a Bossa Nova não ouvir Roberto Carlos. Trocou-se o violão pelas guitarras e as roupas sociais por batas africanas coloridíssimas. Tudo isso ocorria num clima de repressão política severa em 1968. Caetano e Gil foram presos e ficaram dois anos no exílio, em Londres.
Caetano nasceu em Santo Amaro da Purificação, Bahia em 1942. Após um período em Salvador, desembarcou no Rio, em 65, adicionando a música É DE MANHÃ , ao repertório de Maria Bethania, no show Opinião. Em 67, no Festival da Record, supreende o país com a colagem poética de ALEGRIA ALEGRIA ( "o sol nas bancas de revista/ me enche de alegria e preguiça/ quem lê tanta notícia?/ eu vou/ por entre fotos e nomes/ sem livros e sem fuzil/ sem fome, sem telefone/ no coração do Brasil" ). No ano anterior, tinha sido o melhor letrista com a bem comportada BOA PALAVRA.
Gil também é de 42. Suas primeiras canções têm sabor nordestino e usam temáticas de músicas de protesto ( Roda, Procissão, etc ). Em São Paulo busca espaço para mostrar seu violão no reduto da Bossa Nova. É quando Elis Regina e Jair Rodrigues conhecem e gravam LOUVAÇÃO , em 1965, que sua carreira começa oficialmente. Em 67, no mesmo festival de ALEGRIA ALEGRIA, Gil juntou-se aos MUTANTES e subiu ao palco com DOMINGO NO PARQUE, crônica sangrenta de 2 operários em torno do mesmo amor.
Chacrinha e Caetano Veloso
Foi em 1968, na eliminatória paulista do Festival Internacional da Canção, que tanto Gil, quanto Caetano resolvem tornar evidentes suas propostas de ruptura. Gil cantou QUESTÃO DE ORDEM e foi vaiado e desclassificado. Caetano entrou com É PROIBIDO PROIBIR, alusão ao movimento estudantil na França. Não conseguiu levar a música até o fim. Soterrado de vaias, trocou os versos por um discurso: "Nós tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas. E vocês? Se vocês em política forem como são em estética, estamos feitos. E, quanto ao júri, é muito simpático mas é incompente". Gil fez sua música AQUELE ABRAÇO, antes de ir para o exílio.
PANORAMA ATUAL E NOVAS TENDÊNCIAS
Incorformados com as guerras, os jovens criaram a partir dos anos 50 o rock'n roll; música dos brancos revoltados influenciados pela rítmica negro-americana. Em 1958 surgem os irmãos Celly e Tony Campello, os primeiros roqueiros que abrasileiraram os hits do gênero dos EUA.
Em 1960 surge Roberto Carlos e seu parceiro Erasmo Carlos, reproduzindo de forma empobrecida, a baladização do rock'n roll norte-americano, influenciados pelo grupo inglês The Beatles. Roberto declarava-se alheio à política, absolutamente individualista e alienado do momento de forte poderio e repressão militar. Com o sucesso de seu programa JOVEM GUARDA DA TV-RECORD,as vendas de discos de iê-iê-iê, os esforços conjuntos dos produtores de discos, rádio, cinema e TV, oportunamente Roberto Carlos conseguiu promoção global.
Personificando o estereótipo do ídolo de uma massa de jovens, ainda não politizada, e que veio a calhar para os objetivos do novo poder militar instaurado recentemente em 1964. A oposição da massa estudantil universitária, conscientizada e politicamente ativa precisava ser contida.
A indústria do som estimulada pelas novidades dos festivais de rock ao ar livre direcionou seus investimentos para a área do instrumental eletrônico e para os equipamentos sonoros. Os efeitos de ocupação dos meios de comunicação pelas modas musicais produzidas fora, tornaram-se mais fortes ainda após os festivais de rock feitos no Brasil, a partir de 1985. Dominado o mercado brasileiro por ritmos e estilos internacionais , aparecem o reggae e o funk da virada das décadas de 1960-70, o heavy-metal, o punk e
o new wave dos anos 70, e, já na década de 1980, o tecno-pop, o break, o rap e o hip hop. Com exceção dos gêneros chamados sertanejos, as músicas de época, como as de Natal, São João e de Carnaval, e sambas urbanos da periferia, chamados de pagode ou eventuais explosões de um ou outro gênero de música brasileira genuína, as criações da década de 1980, principalmente durante o carnaval baiano, vem comprovar a penetração de ritmos internacionais no cenário nacional ;os ritmos caribenhos como o merengue , a salsa e o reggae, e mesmo a lambada, a dança da galinha ou do pezinho.
O tropicalismo teve papel importante, aceitando a JOVEM GUARDA na mesa de debates. Roberto e Erasmo Carlos, Wanderléa e outros artistas puderam, enfim, ser admirados longe dos preconceitos da classe pensante. Influenciada pelo tropicalismo, a geração que se lançou depois incluía Fagner, Alceu Valença, Elba Ramalho, Zizi Possi, Fafá de Belém, Luiz Melodia, Suely Costa, Simone,Zé Ramalho,
Geraldo Azevedo, Fátima Guedes, Xangai e Elomar, entre outros.
A música instrumental, com o aval americano a nomes como Laurindo de Almeida, Bola Sete, Raul de Souza, Eumir Deodato, Donato, Sivuca, Hermeto Paschoal, Oscar Castro Neves, Egberto Gismonti, Paulinho da Costa, Cláudio Roditi, Airton Moreira, Naná Vasconcellos, Leo Gandelman, Helio Delmiro, Toninho Horta, Ivo Perelman, Dori Caymmi, Ricardo Silveira, Romero Lubambo, vem ganhando o mundo. Festivais no mundo todo apresentam músicos, instrumentistas, solistas brasileiros entre suas atrações. E foi o exterior que viabilizou carreiras como as de Wagner Tiso, Antonio Adolfo, Grupo Azimuth, Sebastião Tapajós, Marcio Montarroyos, Saul Barbosa, Cesar Camargo Mariano e Gilson Peranzetta. Infelizmente, os músicos mais internacionalmente conhecidos e aceitos não o são dentro do país. Felizes de compositores que conseguiram impor-se em regime de iniciativa privada como Djavan, Ivan Lins, Milton Nascimento, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e João Bosco.
Novos nomes apareceram, mesclando influências e assumindo experiências das mais simbióticas. Vítimas da AIDS, Cazuza e Renato Russo mal tiveram tempo de se lançar internacionalmente, mas o repertório que deixaram tem uma longa estrada pela frente. Chico Science, revelação pernambucana, morreu em acidente. E formações como OS TITÃS, OS PARALAMAS DO SUCESSO, SKANK , além de Lulu Santos, são significativos da música jovem que se faz hoje no Brasil. Entre os novos compositores, estão Cássia Eller, Chico Cesar, Carlinhos Brown e Guinga. Este, parceiro de Aldir Blanc, é autor de CHÁ DE PANELA, ganhadora do Prêmio Sharp de melhor música de 1996.