Em 1854 a família se muda para São Paulo indo residir na rua da Casa Santa n°10 que tem hoje o nome de Riachuelo. Portanto, bem próxima da Faculdade de Direito e por onde passavam diariamente os estudantes a caminho das aulas.
Jean Jacques Oswald abriu um depósito de pianos e foi um dos primeiros, senão o primeiro a comercializar o instrumento, já bastante procurado nessa época, na capital da província. Como todo o início é dificil, madame Carlota auxiliava no orçamento da casa dando lições de piano, chamando alunos por anúncios colocados no Correio Paulistano.
[editar] Primeiros estudos em São Paulo
No meio de tantos pianos que o pai vendia e ouvindo as aulas dadas pela mãe, não seria estranho que o pequeno Oswald também se interessasse em aprender a tocar o tão sonoro instrumento.
Certamente recebeu de sua própria mãe as lições iniciais. Em 1860 chegou a São Paulo uma companhia francesa de teatro musicado vinda do Rio de Janeiro. Trazia como regente da orquestra Gabriel Giraudon, músico de excelente formação em seu país. Depois de algumas apresentações, a companhia se dissolveu e Giraudon resolveu permanecer na pacata cidade paulistana. Logo anunciou que dava aulas de piano, canto, harmonia e composição. Era o mestre que o progresso rápido do menino Oswald necessitava.
Henrique Oswald foi matriculado para as primeiras letras no Seminário Episcopal, situado no bairro da Luz. E mesmo na escola o gosto pela música teria campo propício para desenvolver-se. Ainda que fosse um menino, seu talento e a desenvoltura como se comportava ao piano e ao órgão, fizeram com que os padres diretores do Seminário o escolhessem para organista da igreja anexa á escola.
[editar] Primeiras aparições em público
Em 5 de abril de 1864 Giraudon organiza um espetáculo no teatrinho do Pátio do Colégio com seus alunos Antônio Ferreira de Morais, o menino prodígio de doze anos Henrique Oswald e a cantora sra. Guillemet.
Oswald tocou ao piano uma valsa de autoria de seu mestre intitulada Le Tourbillon e a peça Tema e variações de Hünten, além de acompanhar Giraudon em outras músicas.
Alguns dias depois, o crítico do Correio Paulistano declarava que "o menino Oswald admirou aos assistentes pela descomunal inteligência e estudo que revelou". E continuava o artigo com outros elogios.
Mais duas vezes o menino Oswald apresentou-se ao publico paulistano. A primeira, em 1865, num recital organizado por Giraudon, com a participação de suas várias alunas e outro jovem discípulo. Homenageou-se os soldados brasileiros que iam lutar na Guerra do Paraguai, iniciada naquele ano. Dois anos depois, voltou ao palco o jovem Henrique para um espetáculo beneficente. Segundo a crítica, foi bastante aplaudido.
Em 1° de abril de 1868 organizou-se nos salões da Sociedade Concórdia um interessante espetáculo lítero-musical. Participaram algumas personalidades que haveriam de ficar na história. Depois de danças, cantos e outros virtuosismos, tocou o acadêmico Brasílio Itiberê da Cunha, compositor de A Sertaneja, música na qual se ouve a canção popular Balaio, meu bem balaio, considerada a primeira manifestação do nacionalismo musical brasileiro. A seguir, surge a figura fulgurante do poeta Castro Alves que, como sempre, empolgou e comoveu a platéia com seus magníficos versos. Mal terminados os aplausos ao inspirado baiano, sentou-se ao piano o jovem Henrique Oswald, já bem mais amadurecido, cujas execuções agradaram à seleta assistência.
No mês de julho do mesmo ano, por sugestão de seu professor que via naquele adolescente um futuro promissor, ou por iniciativa de seus pais, Oswald resolveu continuar os estudos em algum centro onde o ambiente cultural não fosse tão acanhado. Para tanto organizou-se um espetáculo em seu benefício, como auxílio às despesas de viagem. Participou a companhia dramática de Eugênia Câmara e ouviu-se pela última vez em São Paulo o jovem pianista, agora no palco do Teatro São José. Tocou a quatro mãos com Giraudon e, mostrando desenvoltura, executou sozinho composições de Thalberg, Ravina e Ascher, autores que estavam na moda naquela época. A crítica foi-lhe amplamente favorável e, por extenção, também Giraudon recebeu elogios por ter iniciado a formação de tão prodigioso discípulo.
Até o fim do ano, tendo o pai liquidado seus negócios, partiu a família para a Europa.
[editar] Bolsista na Europa
Portanto, em 1868, quando contava com apenas dezesseis anos de idade, tendo recebido do Imperador uma bolsa que lhe permitiu transferir-se para a Italia, pôde estudar por vários anos em Florença, desenvolvendo seu inato talento, ajudado pela influência artística da famosa e bela cidade da Toscana.
Seus primeiros mestres europeus foram G. Buonamici e H. Ketten no piano, Reginaldo Graziani em harmonia e Mazzoni em contraponto, fuga e composição.
A sua peça para piano Il neige (está nevando) ganhou o primeiro prêmio do concurso patrocinado pelo jornal francês Le Figaro em 1902.
♪ Regente ♪ Músico Multi-Instrumentista e Vocalista ♪ Arranjador ♪ Compositor ♪
♫ ♫ Tradutores ♫ ♫
♫ ♫ Pesquise ♫ ♫
sábado, 7 de novembro de 2009
Glauco Velásquez
Glauco Velásquez (Nápoles, Itália, 22 de março de 1884 - Rio de Janeiro, Brasil, 1914) foi um compositor de curtíssima mas brilhante aparição no cenário musical brasileiro no início do século XX.
Era filho do barítono português Eduardo Medina Ribas e de Adelina Alambary, de importante família carioca. A gravidez inesperada da mãe obrigou o casal - que não era unido legalmente - a mudar-se para a Europa para dissimular o nascimento da criança e evitar um escândalo.
Na primeira infância, Velasquez foi confiado a uma família italiana, e desde cedo mostrou interesse pela música, cantando no coro de várias igrejas napolitanas. Trazido para o Brasil com 11 anos, foi morar com sua mãe verdadeira, instalada em um refúgio na Ilha de Paquetá, embora sendo apresentado a todos como seu filho adotivo.
Tentou ingressar no Instituto Nacional de Música para aprender violino, mas sem sucesso. Começou a compor em 1902, e finalmente conseguiu ser matriculado no Instituto por interferência de Francisco Braga, amigo da família. Lá estudou harmonia com Frederico Nascimento, de tendência liberal e progressista, e suas obras deste período mostram um emprego de técnicas wagnerianas e outras derivadas da escola de César Franck.
Em 1911 estreou publicamente como compositor, mas nesta altura já se encontrava doente de tuberculose. Diversas personalidades musicais assinaram uma petição - infrutífera - ao Congresso para que fosse enviado à Europa para aperfeiçoar-se musicalmente e também para tentar uma cura.
Foi um dos mais avançados compositores brasileiros da sua geração, com uma obra de caráter revolucionário cuja linguagem, no final de sua curta carreira, se aproximava da de Satie e empregava recursos como a politonalidade e mesmo passagens atonais, e foi um dos que retornaram ao uso do contraponto, então bastante desprezado como arcaísmo, mas fazendo isso de forma moderna.
O mérito de seu trabalho foi reconhecido ainda em vida por Luciano Gallet, Francisco Braga, Xavier Leroux, Darius Milhaud e muitos outros músicos ligados às vanguardas, e o conjunto de sua obra tem sido objeto de um renovado interesse por parte de pesquisadores e executantes contemporâneos. Logo após sua morte foi constituída uma Sociedade Glauco Velásquez para promover a divulgação de seu legado. Ele é também Patrono da Cadeira n. 37 da Academia Brasileira de Música.
Na sua produção se destacam um Quarteto de cordas, a ópera inacabada Soeur Beatrice e o Trio nº 4, que foi completado por Milhaud. Compôs ainda diversas outras peças de câmara, gênero em que conseguiu seus melhores resultados. Na música vocal deixou uma série de canções de cunho fortemente lírico e romântico, explorando variadas atmosferas e muitas vezes chegando a tons pessimistas e mórbidos, mas são interessantes pela sua linguagem harmônica ousada e pela técnica declamatória altamente expressiva, das quais merecem lembrança A fada negra, Romance, Alma minha gentil, Na capela e Mal secreto.
Era filho do barítono português Eduardo Medina Ribas e de Adelina Alambary, de importante família carioca. A gravidez inesperada da mãe obrigou o casal - que não era unido legalmente - a mudar-se para a Europa para dissimular o nascimento da criança e evitar um escândalo.
Na primeira infância, Velasquez foi confiado a uma família italiana, e desde cedo mostrou interesse pela música, cantando no coro de várias igrejas napolitanas. Trazido para o Brasil com 11 anos, foi morar com sua mãe verdadeira, instalada em um refúgio na Ilha de Paquetá, embora sendo apresentado a todos como seu filho adotivo.
Tentou ingressar no Instituto Nacional de Música para aprender violino, mas sem sucesso. Começou a compor em 1902, e finalmente conseguiu ser matriculado no Instituto por interferência de Francisco Braga, amigo da família. Lá estudou harmonia com Frederico Nascimento, de tendência liberal e progressista, e suas obras deste período mostram um emprego de técnicas wagnerianas e outras derivadas da escola de César Franck.
Em 1911 estreou publicamente como compositor, mas nesta altura já se encontrava doente de tuberculose. Diversas personalidades musicais assinaram uma petição - infrutífera - ao Congresso para que fosse enviado à Europa para aperfeiçoar-se musicalmente e também para tentar uma cura.
Foi um dos mais avançados compositores brasileiros da sua geração, com uma obra de caráter revolucionário cuja linguagem, no final de sua curta carreira, se aproximava da de Satie e empregava recursos como a politonalidade e mesmo passagens atonais, e foi um dos que retornaram ao uso do contraponto, então bastante desprezado como arcaísmo, mas fazendo isso de forma moderna.
O mérito de seu trabalho foi reconhecido ainda em vida por Luciano Gallet, Francisco Braga, Xavier Leroux, Darius Milhaud e muitos outros músicos ligados às vanguardas, e o conjunto de sua obra tem sido objeto de um renovado interesse por parte de pesquisadores e executantes contemporâneos. Logo após sua morte foi constituída uma Sociedade Glauco Velásquez para promover a divulgação de seu legado. Ele é também Patrono da Cadeira n. 37 da Academia Brasileira de Música.
Na sua produção se destacam um Quarteto de cordas, a ópera inacabada Soeur Beatrice e o Trio nº 4, que foi completado por Milhaud. Compôs ainda diversas outras peças de câmara, gênero em que conseguiu seus melhores resultados. Na música vocal deixou uma série de canções de cunho fortemente lírico e romântico, explorando variadas atmosferas e muitas vezes chegando a tons pessimistas e mórbidos, mas são interessantes pela sua linguagem harmônica ousada e pela técnica declamatória altamente expressiva, das quais merecem lembrança A fada negra, Romance, Alma minha gentil, Na capela e Mal secreto.
Leopoldo Américo Miquez
Leopoldo Américo Miguez (Niterói, 9 de setembro de 1850 — Rio de Janeiro, 6 de julho de 1902) foi um compositor, violinista e maestro brasileiro.
Aos 32 anos viajou para a Europa por sua conta a fim de aperfeiçoar-se. Regressou ao Brasil convertido ao credo wagneriano e a princípio destacou-se como regente. Era um ativo republicano e é de sua autoria o Hino da Proclamação da República, composto para o concurso realizado pelo governo da época, que não chegou a ser o hino nacional por decisão do marechal Deodoro. Mas o velho Conservatório de Francisco Manuel já há muito necessitava remodelação e, dois meses depois do 15 de Novembro, era criado o Instituto Nacional de Música, sendo Leopoldo Miguez nomeado seu diretor.
Ao comentar a música de Miguez, recordam-se os poemas sinfônicos Parisiana e Prometeu, a ópera Os Saldunes, a Sinfonia em Si bemol e as peças de câmara:Sonata para violino e piano e o Allegro appassionato, para piano solo. Foi um músico competente, excelente organizador, mas faleceu cedo, aos 52 anos apenas. Foi sobretudo o grande continuador de Francisco Manuel da Silva e o renovador do ensino da música no Brasil no início do século XX.
Aos 32 anos viajou para a Europa por sua conta a fim de aperfeiçoar-se. Regressou ao Brasil convertido ao credo wagneriano e a princípio destacou-se como regente. Era um ativo republicano e é de sua autoria o Hino da Proclamação da República, composto para o concurso realizado pelo governo da época, que não chegou a ser o hino nacional por decisão do marechal Deodoro. Mas o velho Conservatório de Francisco Manuel já há muito necessitava remodelação e, dois meses depois do 15 de Novembro, era criado o Instituto Nacional de Música, sendo Leopoldo Miguez nomeado seu diretor.
Ao comentar a música de Miguez, recordam-se os poemas sinfônicos Parisiana e Prometeu, a ópera Os Saldunes, a Sinfonia em Si bemol e as peças de câmara:Sonata para violino e piano e o Allegro appassionato, para piano solo. Foi um músico competente, excelente organizador, mas faleceu cedo, aos 52 anos apenas. Foi sobretudo o grande continuador de Francisco Manuel da Silva e o renovador do ensino da música no Brasil no início do século XX.
Alexandre Levy
Alexandre Levy (São Paulo, 10 de novembro de 1864 --- São Paulo, 17 de janeiro de 1892) foi um compositor, regente, pianista e crítico musical brasileiro.
Era filho de Henrique Luiz Levy, e irmão de Luiz Levy, ambos músicos, de quem recebeu sua primeira instrução. Aperfeiçoou seus estudos de piano com o professor russo Louis Maurice e com o francês Gabriel Giraudon, este, anteriomente mestre de outro gênio residente em São Paulo que foi Henrique Oswald.
Estreou em apresentações públicas aos oito anos de idade e foi comparado a Mozart por sua precocidade e brilhantismo.
Seu pai, fundara a Casa Levy, um dos mais tradicionais estabelecimentos comerciais de música em São Paulo em sua época, o que possibilitou que entrasse em contato com muitas figuras importantes na cena musical paulista e músicos viajantes.
A partir de 1880 começou a publicar composições próprias através de editoras européias, e em 1883 foi eleito diretor do Clube Haydn, importante associação musical da cidade que ajudou a fundar e onde regeu pela primeira vez em 1885. Dois anos depois viajou para a Europa para estudar com Émile Durand e Vincenzo Ferroni, retornando logo ao Brasil, quando começou a exercer a crítica musical na imprensa paulista, escrevendo nos jornais Província de São Paulo e Correio Paulistano sob o pseudónimo de Figarote.
Em sua obra de composição foi um nacionalista, utilizando temas do folclore brasileiro, área em que foi o precursor dentro do universo da música erudita nacional com as Variações sobre sobre um tema popular brasileiro, de 1884, baseada na melodia Vem cá, Bitu!. Seu estilo deriva das escolas de Schumann e Mendelssohn. É patrono da cadeira 29 da Academia Brasileira de Música.
Era filho de Henrique Luiz Levy, e irmão de Luiz Levy, ambos músicos, de quem recebeu sua primeira instrução. Aperfeiçoou seus estudos de piano com o professor russo Louis Maurice e com o francês Gabriel Giraudon, este, anteriomente mestre de outro gênio residente em São Paulo que foi Henrique Oswald.
Estreou em apresentações públicas aos oito anos de idade e foi comparado a Mozart por sua precocidade e brilhantismo.
Seu pai, fundara a Casa Levy, um dos mais tradicionais estabelecimentos comerciais de música em São Paulo em sua época, o que possibilitou que entrasse em contato com muitas figuras importantes na cena musical paulista e músicos viajantes.
A partir de 1880 começou a publicar composições próprias através de editoras européias, e em 1883 foi eleito diretor do Clube Haydn, importante associação musical da cidade que ajudou a fundar e onde regeu pela primeira vez em 1885. Dois anos depois viajou para a Europa para estudar com Émile Durand e Vincenzo Ferroni, retornando logo ao Brasil, quando começou a exercer a crítica musical na imprensa paulista, escrevendo nos jornais Província de São Paulo e Correio Paulistano sob o pseudónimo de Figarote.
Em sua obra de composição foi um nacionalista, utilizando temas do folclore brasileiro, área em que foi o precursor dentro do universo da música erudita nacional com as Variações sobre sobre um tema popular brasileiro, de 1884, baseada na melodia Vem cá, Bitu!. Seu estilo deriva das escolas de Schumann e Mendelssohn. É patrono da cadeira 29 da Academia Brasileira de Música.
Elias Álvares Lobo
Elias Álvares Lobo (Itu, 9 de agosto de 1834 — São Paulo, 15 de dezembro de 1901) foi um professor, regente e compositor erudito brasileiro.
Filho do Alferes José Manoel Lobo (dos Lobo de Albertim de Pernambuco) e da sua segunda mulher d. d. Tereza Xavier de Jesus.
Foi autor da ópera A Noite de São João, a primeira ópera escrita e estreada no Brasil. Foi também autor de numerosas peças sacras e música de câmara, e também professor de música, havendo lecionado nas cidades de São Paulo, Itatiba e Campinas.
Muitos de seus trabalhos musicais foram perdidos e alguns deles foram restaurados apenas recentemente, sendo que algumas peças como o Oratório de Nossa Senhora da Conceição, restaurada pelo maestro Marcos Júlio Sergl, tiveram a primeira execução pública apenas em 2004.
Foi casado com d. Isabel de Arruda, com geração.
Filho do Alferes José Manoel Lobo (dos Lobo de Albertim de Pernambuco) e da sua segunda mulher d. d. Tereza Xavier de Jesus.
Foi autor da ópera A Noite de São João, a primeira ópera escrita e estreada no Brasil. Foi também autor de numerosas peças sacras e música de câmara, e também professor de música, havendo lecionado nas cidades de São Paulo, Itatiba e Campinas.
Muitos de seus trabalhos musicais foram perdidos e alguns deles foram restaurados apenas recentemente, sendo que algumas peças como o Oratório de Nossa Senhora da Conceição, restaurada pelo maestro Marcos Júlio Sergl, tiveram a primeira execução pública apenas em 2004.
Foi casado com d. Isabel de Arruda, com geração.
Antônio Carlos Gomes
Antônio Carlos Gomes (Campinas, 11 de julho de 1836 — Belém do Pará, 16 de setembro de 1896) foi o mais importante compositor de ópera brasileiro. Destacou-se pelo estilo romântico, com o qual obteve carreira de destaque na Europa. Foi o primeiro compositor brasileiro a ter suas obras apresentadas no Teatro alla Scala[1][2]. É o autor da ópera O Guarani.
Carlos Gomes nasceu em Campinas e ficou conhecido por Nhô Tonico[1]., nome com que assinava, até, suas dedicatórias. Nasceu numa segunda-feira numa humilde casa da Rua da Matriz Nova[3], na "cidade das andorinhas". Foram seus pais Manuel José Gomes (Maneco Músico) e dona Fabiana Jaguari Gomes [4].
A vida de Antônio Carlos Gomes foi, sempre, marcada pela dor. Muito criança ainda, perdeu a mãe, tragicamente, assassinada aos vinte e oito anos[5]. Seu pai vivia em dificuldades, com diversos filhos para sustentar. Com eles, formou uma banda musical, onde Carlos Gomes iniciou seus passos artísticos. Desde cedo, revelou seus pendores musicais, incentivado pelo pai e depois por seu irmão, José Pedro de Sant'Ana Gomes, fiel companheiro das horas amargas.[5]
É na banda do pai ,que mais tarde Carlos Gomes viria a substituir[6], que ele vai fazer, em conjunto com seus irmãos, as primeiras apresentações em bailes em concertos. Nessa época, Antônio Carlos Gomes alternava o tempo entre o trabalho numa alfaiataria costurando calças e paletós, e o aperfeiçoamento dos seus estudos musicais.
Musiclass.jpg
Compositores
Lista de compositores
Períodos
Idade Média - Renascença
Barroco - Classicismo - Romantismo
Modernismo - Vanguardismo
Gêneros musicais
Sinfonia - Concerto - Sonata - Ópera
Oratório - Balé - Música sacra
Cantata - Canção - Suíte - Madrigal
Formas musicais
Abertura - Balada - Estudo
Forma-sonata - Fuga - Rondó
Variação - Chacona - Scherzo
Instrumentos
Cordas - Sopro - Percussão
Teclados - Vocal
Interpretação
Orquestras e Conjuntos Sinfônicos
Companhias de ópera - Maestro
Músicos - Canto
Ver Também
Portal da Música Erudita
Aos quinze anos de idade, compõe valsas, quadrilhas e polcas. Aos dezoito anos, em 1854, compõe a primeira Missa, Missa de São Sebastião[1], dedicada ao pai e repleta de misticismo. Na execução cantou alguns solos. A emoção que lhe embargava a voz comoveu a todos os presentes, especialmente ao irmão mais velho, que lhe previa os triunfos. Em 1857, compõe a modinha Suspiro d'Alma com versos do poeta romântico português Almeida Garrett[1].
Ao completar 23 anos, já apresentara vários concertos, com o pai. Moço ainda, lecionava piano e canto, dedicando-se, sempre, com afinco, ao estudo das óperas, demonstrando preferência por Giuseppe Verdi[7]. Era conhecido também em São Paulo, onde realizava, freqüentemente, concertos, e onde compôs o Hino Acadêmico[1], ainda hoje cantado pela mocidade da Faculdade de Direito. Aqui, recebeu os mais amplos estímulos e todos, sem discrepância, apontavam-lhe o rumo da Corte, em cujo conservatório poderia aperfeiçoar-se. Todavia, Carlos Gomes não podia viajar porque não tinha recursos.
Em 4 de setembro de 1861, foi cantada, no Teatro da Ópera Nacional, A Noite do Castelo[4], o primeiro trabalho de fôlego de Antônio Carlos Gomes, baseado na obra de Antônio Feliciano de Castilho. Constituiu uma grande revelação e um êxito sem precedentes, nos meios musicais do País. Carlos Gomes foi levado para casa em triunfo por uma entusiástica multidão, que o aclamava sem cessar. O Imperador, também entusiasmado com o sucesso do jovem compositor, agraciou-o com a Imperial Ordem da Rosa.[6]
Carlos Gomes conquistou logo a Corte. Tornou-se uma figura querida e popular. Seus cabelos compridos eram motivo de comentários, e até ele ria das piadas. Certa vez, viu um anúncio, que fora emendado: de "Tônico para cabelos", fizeram "Tonico, apara os cabelos!". Virou-se para seu inseparável amigo Salvador de Mendonça e disse, sorrindo: - Será comigo? Francisco Manuel costumava dizer, a respeito do jovem musicista: "O que ele é, só a Deus e a si o deve!"
A saudade de sua querida Campinas e de seu velho pai atormentava-lhe o coração. Pensando também na sua amada Ambrosina, com quem namorava, moça da família Correia do Lago, Carlos Gomes escreveu essa jóia que se chama Quem sabe?, de uma poesia de Bittencourt Sampaio, cujos versos "Tão longe, de mim distante... " ainda são cantados pela nossa geração.
Dois anos depois desse memorável triunfo, Carlos Gomes apresenta sua segunda ópera, Joana de Flandres, com libreto de Salvador de Mendonça, levada à cena em 15 de setembro de 1863[4].
Como corolário do êxito, na Congregação da Academia Imperial de Belas Artes, foi lido um ofício do diretor do Conservatório de Música, comunicando ter sido escolhido o aluno Antônio Carlos Gomes para ir à Europa, às expensas da Empresa de Ópera Lírica Nacional, conforme contrato com o Governo Imperial. Estava, assim, concretizada a velha aspiração do moço campineiro, que, mesmo comovido, ao ir agradecer ao Imperador a magnanimidade, ainda se lembrou do seu velho pai e solicitou para este o lugar de mestre da Capela Imperial. Dom Pedro II, enternecido ante aquele gesto de amor filial, acedeu.
[editar] Europa
O Imperador preferia que Carlos Gomes fosse para a Alemanha, onde pontificava o grande Wagner, mas a Imperatriz, Dona Teresa Cristina, napolitana, sugeriu-lhe a Itália.
A 8 de novembro de 1863[8] , o estudante partiu, a bordo do navio inglês Paraná, entre calorosos aplausos dos amigos e admiradores, que se comprimiam no cais. Levava consigo recomendações de Dom Pedro II para o Rei Fernando, de Portugal, pedindo que apresentasse Carlos Gomes ao diretor do Conservatório de Milão, Lauro Rossi. O jovem compositor passou por Paris, onde assistiu a alguns espetáculos líricos, mas seguiu logo para Milão.
Lauro Rossi, encantado com o talento do jovem aluno, passou a protegê-lo e a recomendá-lo aos amigos. Em 1866, Carlos Gomes recebia o diploma de mestre e compositor e os maiores elogios de todos os críticos e professores[4]. A partir dessa data, passou a compor. Sua primeira peça musicada foi Se sa minga, em dialeto milanês, com libreto de Antonio Scalvini, estreada, em 1 de janeiro de 1867, no Teatro Fossetti. Um ano depois, surgia Nella Luna, com libreto do mesmo autor, levada à cena no Teatro Carcano.
Carlos Gomes já gozava de merecido renome na cidade de Milão, grande centro artístico, mas continuava saudoso da pátria e procurava um argumento que o projetasse definitivamente. Certa tarde, em 1867, passeando pela Praça do Duomo, ouviu um garoto apregoando: "Il Guarany! Il Guarany! Storia interessante dei selvaggi del Brasile!" Tratava-se de uma péssima tradução do romance de José de Alencar, mas aquilo interessou de súbito o maestro, que comprou o folheto e procurou logo Scalvini, que também se impressionou pela originalidade da história. E, assim, surgiu O Guarani, que apesar de não ser a sua maior nem a melhor obra, foi aquela que o imortalizou. A noite de estréia da nova ópera foi 19 de março de 1870.[9]
Não há quem não conheça os maravilhosos acordes de sua estupenda abertura. A ópera ganhou logo enorme projeção, pois se tratava de música agradável, com sabor bem brasileiro, onde os índios tinham papel de primeiro plano. Foi representada em toda a Europa e na América do Norte.
O grande Verdi, já glorioso e consagrado, teria dito de Carlos Gomes, nessa noite memorável: "Questo giovane comincia dove finisco io!" ("Este jovem começa de onde eu termino!").
E, na noite de 2 de dezembro de 1870, aniversário do Imperador D. Pedro II, em grande gala, foi estreada a ópera no Teatro Lírico Provisório, no Rio de Janeiro. Os principais trechos foram cantados por amadores da Sociedade Filarmônica. O maestro viveu horas de intensa consagração e emoção. Depois, O Guarani foi levado à cena nos dias 3 e 7 de dezembro, sendo que, nesta última noite, em benefício do autor. Nesta data, o maestro ficou conhecendo André Rebouças. Após o espetáculo, houve uma alegre marche au flambeaux, com música, até ao Largo da Carioca, onde estava hospedado Carlos Gomes, em casa de seu amigo Júlio de Freitas. Por intermédio de André Rebouças, o compositor foi apresentado ao ministro do Império, João Alfredo Correia de Oliveira, em sua casa, nas Laranjeiras. Em 1871, a 1º de janeiro, Carlos Gomes vai a Campinas, visitar seu irmão e protetor José Pedro Santana Gomes. Em 18 de fevereiro, com André Rebouças, despede-se do Imperador, em São Cristóvão. E, no dia 23, segue para a Europa novamente.
[editar] Outras óperas, outros triunfos
Na Itália, Carlos Gomes casou-se com Adelina Péri[1], que devotou toda sua vida ao maestro. Desse consórcio, nasceram cinco filhos[5], muito amados pelo compositor. Todavia, um a um foram morrendo em tenra idade, tendo restado somente Ítala Gomes Vaz de Carvalho, que escreveu um livro, em que honrou a memória do seu glorioso pai. Na península, Carlos Gomes escreveu, a seguir, Fosca, considerada por ele sua melhor obra, Salvador Rosa e Maria Tudor.
Em 1866, recebeu Carlos Gomes, de novo no Brasil, uma justa consagração na Bahia, onde, a pedido do grande pianista português, Artur Napoleão, compôs o Hino a Camões, para o Quarto Centenário Camoniano, executado simultaneamente ali e na Corte, com grande sucesso.
Carlos Gomes, porém, não mais perseguia somente a glória. Abalado por seguidos e profundos desgostos, doente, desiludido, procurava uma situação que lhe permitisse viver em sua pátria e ser-lhe útil. Seu estado, contudo, era mais grave do que supunha.
De volta à Itália, compôs a grande ópera Lo Schiavo, que entretanto, por vários motivos, não pôde ser representada ali. Foi levada à cena, pela primeira vez, em 27 de setembro de 1887, no Rio de Janeiro, em homenagem à Princesa Isabel, a Redentora, com esplêndido sucesso.
[editar] Os últimos anos
O Teatro alla Scala de Milão
Em 3 de fevereiro, outra vez na Itália, Carlos Gomes estréia, no Scala de Milão, a ópera Condor, com grande êxito, pois, nessa peça, apresentara uma nova forma, muito mais próxima do recitativo moderno.
O mal que o levaria ao túmulo, nessa época, fazia-o sofrer dolorosamente. Todavia, as desilusões, as decepções, a ingratidão de seus compatriotas e as dores físicas ainda não lhe haviam quebrado a resistência. Ainda estava à espera de sua nomeação para o cargo de diretor do Conservatório de Música, no Brasil. Nesse tempo, infelizmente, foi proclamada a República, e seu grande amigo e protetor, Dom Pedro II, é exilado, com grande mágoa de Carlos Gomes. Compôs, ainda, Colomboem 1892[4], poema sinfônico que, incompreendido pelo grande público, não obteve êxito.
Finalmente, após tanto sofrimento, chegou-lhe um convite. Lauro Sodré, então presidente do Pará, pediu-lhe para organizar e dirigir o Conservatório daquele Estado. Carlos Gomes volta para a Itália, a fim de pôr em ordem suas coisas, despedir-se dos filhos e reunir elementos para uma obra grandiosa que, apesar de seu estado, sempre mais grave, ainda conseguiu realizar. Amigos aconselharam-no a fazer uma estação em Salso Maggiore, mas ele desejava partir, quanto antes, para sua pátria. Chegou a Lisboa, por estrada de ferro, e recebeu comovedora homenagem. A 8 de abril de 1895, nessa mesma cidade, sofre a primeira intervenção cirúrgica na língua, sem resultados animadores. Embarca, no vapor Óbidos, para o Brasil. De passagem por Funchal, tem o prazer de reabraçar seu velho amigo André Rebouças, ali exilado.
Em 14 de maio, foi recebido pelo povo paraense com enternecedoras manifestações de apreço. No entanto os últimos dias de Carlos Gomes em Belém foram de grande sofrimento. Seu mal era muito grave, e os esforços médicos não conseguiam diminuir as dores.Uma única vez ele saiu de casa, quando foi ao Conservatório de Música, que não chegou a dirigir. No dia 11 de julho, data de seu aniversário, as homenagens tributadas ao compositor davam a medida da afetividade que inspirava. Em vários pontos da cidade ouviam-se os acordes da protofonia de O Guarani, e os jornais alimentavam a dor pública com o relatório constante do agravamento do estado geral do compositor. Estava montado o cenário onde aconteceria a representação final do pathos do artista genial, do brasileiro ilustre, do consagrado testa di leone (cabeça de leão, devido à farta cabeleira), como algumas publicações italianas o chamavam. Cercado por autoridades e amigos, com o governador Lauro Sodré à cabeceira, Carlos Gomes morreu às 22 horas e 20 minutos de 16 de setembro de 1896[1]. Seu corpo foi embalsamado, fotografado e, em seguida, exposto à visitação pública, cercado de flores e objetos como partituras e instrumentos, bem de acordo com a idealizada "morte bela" do Romantismo. Descrevendo os cenários da morte, os jornais tratavam com solenidade o acontecimento, destacando o repouso, o sono intérmino, o triunfo silente do grande artista. Diziam os jornais, o maestro não morrera; antes, cruzara os umbrais da Fama!
Dois dias depois do falecimento, o corpo do maestro foi transferido para o Conservatório de Música. O cortejo varou a noite de Belém. Desatrelado das parelhas de animais, o carro funerário era conduzido pelo povo, numa insólita romaria colonial anunciada pelos acordes de O Guarani e iluminado pelas velas e archotes levados no préstito ou dispostos nas varandas das casas. De 18 a 20 de setembro de 1896, o corpo ficou exposto em câmara ardente nos salões do Conservatório de Música, que se transformou em santuário cívico e espaço para as representações do afeto coletivo pelo compositor, como registram as imagens de época. Em seguida, foi levado para o Cemitério da Soledade, um misto de panteão e cemitério-jardim, onde estavam sepultados heróis da guerra do Paraguai, como o general Henrique Gurjão, acompanhado por aproximadamente 70 mil pessoas, que levavam andores, quadros, alegorias e guirlandas. Numa Belém cujos círculos letrados eram fortemente influenciados pelo positivismo, o cortejo fúnebre tornou-se uma verdadeira procissão cívica, em grande parte por iniciativa também do governo do Pará, que instrumentalizou a morte de Carlos Gomes.
O maestro porém, não foi sepultado em Belém. A pedido do presidente do Estado de São Paulo, Campos Sales, o compositor foi levado para lá, com honras e transporte militares, a bordo do vapor Itaipu. Antes, na setecentista Catedral da Sé no Pará, foi celebrada uma missa de réquiem entoando-se uma Elegia a Carlos Gomes. Seu ataúde dominava o centro de um monumento funerário de quatorze metros de altura, em um catafalco encomendado por Lauro Sodré. O culto aos grandes homens dava forma à religião cívica do positivismo e exaltava os nomes reconhecidos pela Humanidade. Ao final das cerimônias litúrgicas e ao deixar o porto de Belém rumo a Santos, o Itaipu não transportava apenas os restos de Carlos Gomes. Também conduzia o corpo de um mito que alimentara a imaginação de um Brasil singular até mesmo em suas representações.
Diante de seu estado, pouco antes de morrer o governo de São Paulo autorizou uma pensão mensal de dois contos de réis, enquanto ele vivesse e, por sua morte, de quinhentos mil réis, aos seus filhos, até completarem a idade de 25 anos. Nessa ocasião, existiam somente dois filhos do glorioso maestro.
Dias antes de sua morte, Carlos Gomes diria, fatalista: "Qual, o mano Juca não chega... eu sou mesmo o mais caipora dos caipiras..."
Os gloriosos despojos do maestro, se encontram hoje no magnífico monumento-túmulo, em Campinas, sua terra natal, na Praça Antônio Pompeu. A duas quadras dali está o Museu Carlos Gomes, que reúne objetos e partituras do compositor.
Em 1936, em todo o País, foi comemorado o centenário de seu nascimento, com grandes solenidades.
[editar] Epílogo
Carlos Gomes faz jus também ao nosso reconhecimento pelo seu grande espírito de brasilidade, que sempre conservou, mesmo no estrangeiro. Quando da estréia O Guarani, em Milão, o famoso tenor italiano Villani, escolhido para o papel de Peri, criou um problema: ele usava barbas, e recusava-se a raspá-las. Carlos Gomes protestou: "Onde se vira índio brasileiro barbado?" mas, afinal, tudo se acomodou. O tenor era um dos grandes cartazes da época e não podia ser dispensado. Assim, acabou cantando, após disfarçar os pelos, com pomadas e outros ingredientes. A procura de instrumentos indígenas foi outro tormento para o maestro. Em certos trechos de música bárbara e nativa, eram necessários borés, tembis, maracás ou inúbias. Andou por toda a Itália, mas não os encontrou, e foi preciso mandar fazê-los, sob sua direção, numa afamada fábrica de órgãos, em Bérgamo.
[editar] Representações na cultura
* Carlos Gomes já foi retratado como personagem na televisão, interpretado por Paulo Betti na minissérie "Chiquinha Gonzaga" (1999)[10]. Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) de 1990[11] e em moedas de trezentos réis que foram emitidas em 1936 e 1937.[12]
* O livro Carlos Gomes -Documentos Comentados (2007) de Marcus Góes, da Algol Editora traz documentos históricos de Carlos Gomes e cartas.[13]
* Livro Homenagem a memoria de Carlos Gomes, organizado pela " Academia de Amadores da Música" de Lisboa, pela Editora Cia Nacional em 1897.
Carlos Gomes nasceu em Campinas e ficou conhecido por Nhô Tonico[1]., nome com que assinava, até, suas dedicatórias. Nasceu numa segunda-feira numa humilde casa da Rua da Matriz Nova[3], na "cidade das andorinhas". Foram seus pais Manuel José Gomes (Maneco Músico) e dona Fabiana Jaguari Gomes [4].
A vida de Antônio Carlos Gomes foi, sempre, marcada pela dor. Muito criança ainda, perdeu a mãe, tragicamente, assassinada aos vinte e oito anos[5]. Seu pai vivia em dificuldades, com diversos filhos para sustentar. Com eles, formou uma banda musical, onde Carlos Gomes iniciou seus passos artísticos. Desde cedo, revelou seus pendores musicais, incentivado pelo pai e depois por seu irmão, José Pedro de Sant'Ana Gomes, fiel companheiro das horas amargas.[5]
É na banda do pai ,que mais tarde Carlos Gomes viria a substituir[6], que ele vai fazer, em conjunto com seus irmãos, as primeiras apresentações em bailes em concertos. Nessa época, Antônio Carlos Gomes alternava o tempo entre o trabalho numa alfaiataria costurando calças e paletós, e o aperfeiçoamento dos seus estudos musicais.
Musiclass.jpg
Compositores
Lista de compositores
Períodos
Idade Média - Renascença
Barroco - Classicismo - Romantismo
Modernismo - Vanguardismo
Gêneros musicais
Sinfonia - Concerto - Sonata - Ópera
Oratório - Balé - Música sacra
Cantata - Canção - Suíte - Madrigal
Formas musicais
Abertura - Balada - Estudo
Forma-sonata - Fuga - Rondó
Variação - Chacona - Scherzo
Instrumentos
Cordas - Sopro - Percussão
Teclados - Vocal
Interpretação
Orquestras e Conjuntos Sinfônicos
Companhias de ópera - Maestro
Músicos - Canto
Ver Também
Portal da Música Erudita
Aos quinze anos de idade, compõe valsas, quadrilhas e polcas. Aos dezoito anos, em 1854, compõe a primeira Missa, Missa de São Sebastião[1], dedicada ao pai e repleta de misticismo. Na execução cantou alguns solos. A emoção que lhe embargava a voz comoveu a todos os presentes, especialmente ao irmão mais velho, que lhe previa os triunfos. Em 1857, compõe a modinha Suspiro d'Alma com versos do poeta romântico português Almeida Garrett[1].
Ao completar 23 anos, já apresentara vários concertos, com o pai. Moço ainda, lecionava piano e canto, dedicando-se, sempre, com afinco, ao estudo das óperas, demonstrando preferência por Giuseppe Verdi[7]. Era conhecido também em São Paulo, onde realizava, freqüentemente, concertos, e onde compôs o Hino Acadêmico[1], ainda hoje cantado pela mocidade da Faculdade de Direito. Aqui, recebeu os mais amplos estímulos e todos, sem discrepância, apontavam-lhe o rumo da Corte, em cujo conservatório poderia aperfeiçoar-se. Todavia, Carlos Gomes não podia viajar porque não tinha recursos.
Em 4 de setembro de 1861, foi cantada, no Teatro da Ópera Nacional, A Noite do Castelo[4], o primeiro trabalho de fôlego de Antônio Carlos Gomes, baseado na obra de Antônio Feliciano de Castilho. Constituiu uma grande revelação e um êxito sem precedentes, nos meios musicais do País. Carlos Gomes foi levado para casa em triunfo por uma entusiástica multidão, que o aclamava sem cessar. O Imperador, também entusiasmado com o sucesso do jovem compositor, agraciou-o com a Imperial Ordem da Rosa.[6]
Carlos Gomes conquistou logo a Corte. Tornou-se uma figura querida e popular. Seus cabelos compridos eram motivo de comentários, e até ele ria das piadas. Certa vez, viu um anúncio, que fora emendado: de "Tônico para cabelos", fizeram "Tonico, apara os cabelos!". Virou-se para seu inseparável amigo Salvador de Mendonça e disse, sorrindo: - Será comigo? Francisco Manuel costumava dizer, a respeito do jovem musicista: "O que ele é, só a Deus e a si o deve!"
A saudade de sua querida Campinas e de seu velho pai atormentava-lhe o coração. Pensando também na sua amada Ambrosina, com quem namorava, moça da família Correia do Lago, Carlos Gomes escreveu essa jóia que se chama Quem sabe?, de uma poesia de Bittencourt Sampaio, cujos versos "Tão longe, de mim distante... " ainda são cantados pela nossa geração.
Dois anos depois desse memorável triunfo, Carlos Gomes apresenta sua segunda ópera, Joana de Flandres, com libreto de Salvador de Mendonça, levada à cena em 15 de setembro de 1863[4].
Como corolário do êxito, na Congregação da Academia Imperial de Belas Artes, foi lido um ofício do diretor do Conservatório de Música, comunicando ter sido escolhido o aluno Antônio Carlos Gomes para ir à Europa, às expensas da Empresa de Ópera Lírica Nacional, conforme contrato com o Governo Imperial. Estava, assim, concretizada a velha aspiração do moço campineiro, que, mesmo comovido, ao ir agradecer ao Imperador a magnanimidade, ainda se lembrou do seu velho pai e solicitou para este o lugar de mestre da Capela Imperial. Dom Pedro II, enternecido ante aquele gesto de amor filial, acedeu.
[editar] Europa
O Imperador preferia que Carlos Gomes fosse para a Alemanha, onde pontificava o grande Wagner, mas a Imperatriz, Dona Teresa Cristina, napolitana, sugeriu-lhe a Itália.
A 8 de novembro de 1863[8] , o estudante partiu, a bordo do navio inglês Paraná, entre calorosos aplausos dos amigos e admiradores, que se comprimiam no cais. Levava consigo recomendações de Dom Pedro II para o Rei Fernando, de Portugal, pedindo que apresentasse Carlos Gomes ao diretor do Conservatório de Milão, Lauro Rossi. O jovem compositor passou por Paris, onde assistiu a alguns espetáculos líricos, mas seguiu logo para Milão.
Lauro Rossi, encantado com o talento do jovem aluno, passou a protegê-lo e a recomendá-lo aos amigos. Em 1866, Carlos Gomes recebia o diploma de mestre e compositor e os maiores elogios de todos os críticos e professores[4]. A partir dessa data, passou a compor. Sua primeira peça musicada foi Se sa minga, em dialeto milanês, com libreto de Antonio Scalvini, estreada, em 1 de janeiro de 1867, no Teatro Fossetti. Um ano depois, surgia Nella Luna, com libreto do mesmo autor, levada à cena no Teatro Carcano.
Carlos Gomes já gozava de merecido renome na cidade de Milão, grande centro artístico, mas continuava saudoso da pátria e procurava um argumento que o projetasse definitivamente. Certa tarde, em 1867, passeando pela Praça do Duomo, ouviu um garoto apregoando: "Il Guarany! Il Guarany! Storia interessante dei selvaggi del Brasile!" Tratava-se de uma péssima tradução do romance de José de Alencar, mas aquilo interessou de súbito o maestro, que comprou o folheto e procurou logo Scalvini, que também se impressionou pela originalidade da história. E, assim, surgiu O Guarani, que apesar de não ser a sua maior nem a melhor obra, foi aquela que o imortalizou. A noite de estréia da nova ópera foi 19 de março de 1870.[9]
Não há quem não conheça os maravilhosos acordes de sua estupenda abertura. A ópera ganhou logo enorme projeção, pois se tratava de música agradável, com sabor bem brasileiro, onde os índios tinham papel de primeiro plano. Foi representada em toda a Europa e na América do Norte.
O grande Verdi, já glorioso e consagrado, teria dito de Carlos Gomes, nessa noite memorável: "Questo giovane comincia dove finisco io!" ("Este jovem começa de onde eu termino!").
E, na noite de 2 de dezembro de 1870, aniversário do Imperador D. Pedro II, em grande gala, foi estreada a ópera no Teatro Lírico Provisório, no Rio de Janeiro. Os principais trechos foram cantados por amadores da Sociedade Filarmônica. O maestro viveu horas de intensa consagração e emoção. Depois, O Guarani foi levado à cena nos dias 3 e 7 de dezembro, sendo que, nesta última noite, em benefício do autor. Nesta data, o maestro ficou conhecendo André Rebouças. Após o espetáculo, houve uma alegre marche au flambeaux, com música, até ao Largo da Carioca, onde estava hospedado Carlos Gomes, em casa de seu amigo Júlio de Freitas. Por intermédio de André Rebouças, o compositor foi apresentado ao ministro do Império, João Alfredo Correia de Oliveira, em sua casa, nas Laranjeiras. Em 1871, a 1º de janeiro, Carlos Gomes vai a Campinas, visitar seu irmão e protetor José Pedro Santana Gomes. Em 18 de fevereiro, com André Rebouças, despede-se do Imperador, em São Cristóvão. E, no dia 23, segue para a Europa novamente.
[editar] Outras óperas, outros triunfos
Na Itália, Carlos Gomes casou-se com Adelina Péri[1], que devotou toda sua vida ao maestro. Desse consórcio, nasceram cinco filhos[5], muito amados pelo compositor. Todavia, um a um foram morrendo em tenra idade, tendo restado somente Ítala Gomes Vaz de Carvalho, que escreveu um livro, em que honrou a memória do seu glorioso pai. Na península, Carlos Gomes escreveu, a seguir, Fosca, considerada por ele sua melhor obra, Salvador Rosa e Maria Tudor.
Em 1866, recebeu Carlos Gomes, de novo no Brasil, uma justa consagração na Bahia, onde, a pedido do grande pianista português, Artur Napoleão, compôs o Hino a Camões, para o Quarto Centenário Camoniano, executado simultaneamente ali e na Corte, com grande sucesso.
Carlos Gomes, porém, não mais perseguia somente a glória. Abalado por seguidos e profundos desgostos, doente, desiludido, procurava uma situação que lhe permitisse viver em sua pátria e ser-lhe útil. Seu estado, contudo, era mais grave do que supunha.
De volta à Itália, compôs a grande ópera Lo Schiavo, que entretanto, por vários motivos, não pôde ser representada ali. Foi levada à cena, pela primeira vez, em 27 de setembro de 1887, no Rio de Janeiro, em homenagem à Princesa Isabel, a Redentora, com esplêndido sucesso.
[editar] Os últimos anos
O Teatro alla Scala de Milão
Em 3 de fevereiro, outra vez na Itália, Carlos Gomes estréia, no Scala de Milão, a ópera Condor, com grande êxito, pois, nessa peça, apresentara uma nova forma, muito mais próxima do recitativo moderno.
O mal que o levaria ao túmulo, nessa época, fazia-o sofrer dolorosamente. Todavia, as desilusões, as decepções, a ingratidão de seus compatriotas e as dores físicas ainda não lhe haviam quebrado a resistência. Ainda estava à espera de sua nomeação para o cargo de diretor do Conservatório de Música, no Brasil. Nesse tempo, infelizmente, foi proclamada a República, e seu grande amigo e protetor, Dom Pedro II, é exilado, com grande mágoa de Carlos Gomes. Compôs, ainda, Colomboem 1892[4], poema sinfônico que, incompreendido pelo grande público, não obteve êxito.
Finalmente, após tanto sofrimento, chegou-lhe um convite. Lauro Sodré, então presidente do Pará, pediu-lhe para organizar e dirigir o Conservatório daquele Estado. Carlos Gomes volta para a Itália, a fim de pôr em ordem suas coisas, despedir-se dos filhos e reunir elementos para uma obra grandiosa que, apesar de seu estado, sempre mais grave, ainda conseguiu realizar. Amigos aconselharam-no a fazer uma estação em Salso Maggiore, mas ele desejava partir, quanto antes, para sua pátria. Chegou a Lisboa, por estrada de ferro, e recebeu comovedora homenagem. A 8 de abril de 1895, nessa mesma cidade, sofre a primeira intervenção cirúrgica na língua, sem resultados animadores. Embarca, no vapor Óbidos, para o Brasil. De passagem por Funchal, tem o prazer de reabraçar seu velho amigo André Rebouças, ali exilado.
Em 14 de maio, foi recebido pelo povo paraense com enternecedoras manifestações de apreço. No entanto os últimos dias de Carlos Gomes em Belém foram de grande sofrimento. Seu mal era muito grave, e os esforços médicos não conseguiam diminuir as dores.Uma única vez ele saiu de casa, quando foi ao Conservatório de Música, que não chegou a dirigir. No dia 11 de julho, data de seu aniversário, as homenagens tributadas ao compositor davam a medida da afetividade que inspirava. Em vários pontos da cidade ouviam-se os acordes da protofonia de O Guarani, e os jornais alimentavam a dor pública com o relatório constante do agravamento do estado geral do compositor. Estava montado o cenário onde aconteceria a representação final do pathos do artista genial, do brasileiro ilustre, do consagrado testa di leone (cabeça de leão, devido à farta cabeleira), como algumas publicações italianas o chamavam. Cercado por autoridades e amigos, com o governador Lauro Sodré à cabeceira, Carlos Gomes morreu às 22 horas e 20 minutos de 16 de setembro de 1896[1]. Seu corpo foi embalsamado, fotografado e, em seguida, exposto à visitação pública, cercado de flores e objetos como partituras e instrumentos, bem de acordo com a idealizada "morte bela" do Romantismo. Descrevendo os cenários da morte, os jornais tratavam com solenidade o acontecimento, destacando o repouso, o sono intérmino, o triunfo silente do grande artista. Diziam os jornais, o maestro não morrera; antes, cruzara os umbrais da Fama!
Dois dias depois do falecimento, o corpo do maestro foi transferido para o Conservatório de Música. O cortejo varou a noite de Belém. Desatrelado das parelhas de animais, o carro funerário era conduzido pelo povo, numa insólita romaria colonial anunciada pelos acordes de O Guarani e iluminado pelas velas e archotes levados no préstito ou dispostos nas varandas das casas. De 18 a 20 de setembro de 1896, o corpo ficou exposto em câmara ardente nos salões do Conservatório de Música, que se transformou em santuário cívico e espaço para as representações do afeto coletivo pelo compositor, como registram as imagens de época. Em seguida, foi levado para o Cemitério da Soledade, um misto de panteão e cemitério-jardim, onde estavam sepultados heróis da guerra do Paraguai, como o general Henrique Gurjão, acompanhado por aproximadamente 70 mil pessoas, que levavam andores, quadros, alegorias e guirlandas. Numa Belém cujos círculos letrados eram fortemente influenciados pelo positivismo, o cortejo fúnebre tornou-se uma verdadeira procissão cívica, em grande parte por iniciativa também do governo do Pará, que instrumentalizou a morte de Carlos Gomes.
O maestro porém, não foi sepultado em Belém. A pedido do presidente do Estado de São Paulo, Campos Sales, o compositor foi levado para lá, com honras e transporte militares, a bordo do vapor Itaipu. Antes, na setecentista Catedral da Sé no Pará, foi celebrada uma missa de réquiem entoando-se uma Elegia a Carlos Gomes. Seu ataúde dominava o centro de um monumento funerário de quatorze metros de altura, em um catafalco encomendado por Lauro Sodré. O culto aos grandes homens dava forma à religião cívica do positivismo e exaltava os nomes reconhecidos pela Humanidade. Ao final das cerimônias litúrgicas e ao deixar o porto de Belém rumo a Santos, o Itaipu não transportava apenas os restos de Carlos Gomes. Também conduzia o corpo de um mito que alimentara a imaginação de um Brasil singular até mesmo em suas representações.
Diante de seu estado, pouco antes de morrer o governo de São Paulo autorizou uma pensão mensal de dois contos de réis, enquanto ele vivesse e, por sua morte, de quinhentos mil réis, aos seus filhos, até completarem a idade de 25 anos. Nessa ocasião, existiam somente dois filhos do glorioso maestro.
Dias antes de sua morte, Carlos Gomes diria, fatalista: "Qual, o mano Juca não chega... eu sou mesmo o mais caipora dos caipiras..."
Os gloriosos despojos do maestro, se encontram hoje no magnífico monumento-túmulo, em Campinas, sua terra natal, na Praça Antônio Pompeu. A duas quadras dali está o Museu Carlos Gomes, que reúne objetos e partituras do compositor.
Em 1936, em todo o País, foi comemorado o centenário de seu nascimento, com grandes solenidades.
[editar] Epílogo
Carlos Gomes faz jus também ao nosso reconhecimento pelo seu grande espírito de brasilidade, que sempre conservou, mesmo no estrangeiro. Quando da estréia O Guarani, em Milão, o famoso tenor italiano Villani, escolhido para o papel de Peri, criou um problema: ele usava barbas, e recusava-se a raspá-las. Carlos Gomes protestou: "Onde se vira índio brasileiro barbado?" mas, afinal, tudo se acomodou. O tenor era um dos grandes cartazes da época e não podia ser dispensado. Assim, acabou cantando, após disfarçar os pelos, com pomadas e outros ingredientes. A procura de instrumentos indígenas foi outro tormento para o maestro. Em certos trechos de música bárbara e nativa, eram necessários borés, tembis, maracás ou inúbias. Andou por toda a Itália, mas não os encontrou, e foi preciso mandar fazê-los, sob sua direção, numa afamada fábrica de órgãos, em Bérgamo.
[editar] Representações na cultura
* Carlos Gomes já foi retratado como personagem na televisão, interpretado por Paulo Betti na minissérie "Chiquinha Gonzaga" (1999)[10]. Também teve sua efígie impressa nas notas de Cr$ 5.000,00 (cinco mil cruzeiros) de 1990[11] e em moedas de trezentos réis que foram emitidas em 1936 e 1937.[12]
* O livro Carlos Gomes -Documentos Comentados (2007) de Marcus Góes, da Algol Editora traz documentos históricos de Carlos Gomes e cartas.[13]
* Livro Homenagem a memoria de Carlos Gomes, organizado pela " Academia de Amadores da Música" de Lisboa, pela Editora Cia Nacional em 1897.
Francisco Manuel da Silva
Francisco Manuel da Silva (Rio de Janeiro, 21 de fevereiro de 1795 — Rio de Janeiro, 18 de dezembro de 1865) foi um compositor, maestro e professor brasileiro.
Foi aluno do padre José Maurício Nunes Garcia, talvez o maior nome da música colonial brasileira, e de Sigismund von Neukomm, aprendendo violino, violoncelo, órgão, piano e composição. Ainda um jovem escreveu um Te Deum para o então príncipe Dom Pedro, que prometeu-lhe financiar seu aperfeiçoamento na Europa, mas não chegou a cumprir a promessa. Em vez disso, nomeou-o para a Capela Real, onde foi bastante ativo como diretor musical.
Em 1833 fundou a Sociedade Beneficente Musical, que teve um papel importante na época e funcionou até 1890. Contando com a simpatia do novo imperador Dom Pedro II, foi nomeado para o posto de compositor da Imperial Câmara em 1841 e no ano seguinte assumiu como mestre-de-capela. Talvez seu maior mérito seja a fundação do Conservatório do Rio de Janeiro, a origem da atual Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Também foi regente do Teatro Lírico Fluminense, depois transformado na Ópera Nacional.
Sua obra de composição não é considerada de grande originalidade, embora sejam interessantes a Missa Ferial e a Missa em mi bemol, mas foi o autor de uma única peça que se tornou célebre, a melodia do atual Hino Nacional Brasileiro, considerado por muitos como um dos mais belos do mundo.
Faleceu com 70 anos de idade, cercado da admiração e respeito gerais. Seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério de São Francisco de Paula, no Catumbi, na cidade do Rio de Janeiro.
Foi aluno do padre José Maurício Nunes Garcia, talvez o maior nome da música colonial brasileira, e de Sigismund von Neukomm, aprendendo violino, violoncelo, órgão, piano e composição. Ainda um jovem escreveu um Te Deum para o então príncipe Dom Pedro, que prometeu-lhe financiar seu aperfeiçoamento na Europa, mas não chegou a cumprir a promessa. Em vez disso, nomeou-o para a Capela Real, onde foi bastante ativo como diretor musical.
Em 1833 fundou a Sociedade Beneficente Musical, que teve um papel importante na época e funcionou até 1890. Contando com a simpatia do novo imperador Dom Pedro II, foi nomeado para o posto de compositor da Imperial Câmara em 1841 e no ano seguinte assumiu como mestre-de-capela. Talvez seu maior mérito seja a fundação do Conservatório do Rio de Janeiro, a origem da atual Escola de Música da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Também foi regente do Teatro Lírico Fluminense, depois transformado na Ópera Nacional.
Sua obra de composição não é considerada de grande originalidade, embora sejam interessantes a Missa Ferial e a Missa em mi bemol, mas foi o autor de uma única peça que se tornou célebre, a melodia do atual Hino Nacional Brasileiro, considerado por muitos como um dos mais belos do mundo.
Faleceu com 70 anos de idade, cercado da admiração e respeito gerais. Seu corpo encontra-se sepultado no Cemitério de São Francisco de Paula, no Catumbi, na cidade do Rio de Janeiro.
João de Deus Castro Lobo
João de Deus de Castro Lobo (Vila Rica,16 de março de 1794 - Mariana,1832) foi um músico brasileiro ativo no início do século XIX. Era filho de Gabriel de Castro Lobo, também músico, e Quitéria da Costa e Silva.
Estudou música no Seminário de Mariana, e ali ordenou-se padre. Foi organista da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e mestre-de-capela da catedral. Em Vila Rica foi organista junto à Ordem Terceira do Carmo, e atuou ainda como regente de coro e orquestra do Teatro de Ópera. Seu catálogo de obras compreende 23 peças, aproximadamente, entre Matinas, Responsórios Fúnebres e Novenas, e das quais se destacam a Missa a 8 vozes, a Missa em Ré Maior, as Matinas de Natal, todas para solistas, coro e orquestra, além de uma Abertura em Ré Maior para orquestra.
Estudou música no Seminário de Mariana, e ali ordenou-se padre. Foi organista da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência e mestre-de-capela da catedral. Em Vila Rica foi organista junto à Ordem Terceira do Carmo, e atuou ainda como regente de coro e orquestra do Teatro de Ópera. Seu catálogo de obras compreende 23 peças, aproximadamente, entre Matinas, Responsórios Fúnebres e Novenas, e das quais se destacam a Missa a 8 vozes, a Missa em Ré Maior, as Matinas de Natal, todas para solistas, coro e orquestra, além de uma Abertura em Ré Maior para orquestra.
Padre José Maurício
José Maurício era filho de Apolinário Nunes Garcia, branco, e Victória Maria da Cruz, filha de escravos. Desde cedo revelou-se talentoso para a música, tendo composto sua primeira obra em 1783, aos 16 anos. Teria aprendido música com Salvador José de Almeida Faria, músico mineiro.
Em 1792 é ordenado padre e, em 1798, torna-se mestre-de-capela da Sé Catedral do Rio de Janeiro, que nessa época funcionava na Igreja da Irmandade do Rosário e São Benedito. Como mestre-de-capela, Padre José Maurício Nunes Garcia compunha novas obras e dirigia os músicos e cantores nas cerimônias da Sé, além de atuar ele mesmo como organista.
Em 1808, a chegada da Família Real Portuguesa ao Rio de Janeiro muda o panorama artístico da cidade. Nunes Garcia cai nas graças do Príncipe-Regente D. João VI, grande admirador de música, que o nomeia mestre da Capela Real, recém-criada nos moldes da que existia na corte lisboeta e formada por músicos locais e europeus. A Capela Real funcionava na Igreja do Carmo da cidade, que passou a ser também a catedral.
O período entre 1808 e 1811 é o mais produtivo de Nunes Garcia, durante o qual ele compõe cerca de setenta obras. Em 1809, D. João VI condecora-o com o Hábito da Ordem de Cristo, sinal da grande estima que tinha pelo músico. Não escapou porém do preconceito de alguns membros da corte, que se referiam à sua cor de pele como um "defeito visível".
Em 1811 chega à corte Marcos Portugal, o compositor português mais célebre do seu tempo, que tinha suas obras apresentadas por toda a Europa de então. A fama do recém-chegado leva D. João VI a pôr Marcos Portugal à frente da Capela Real, substituindo Nunes Garcia. O brasileiro continua, porém, a ser custeado pelo governo e a compor esporadicamente novas obras para a Capela Real.
Em 1816 dirige na Igreja da Ordem Terceira do Carmo um Requiem, de sua autoria, em homenagem à rainha portuguesa D. Maria I, morta naquele ano no Rio. Em 1816 chega à corte o compositor austríaco Sigismund Neukomm, que estabelece uma grande amizade com o brasileiro. Mais tarde Nunes Garcia dirige as estréias brasileiras do Requiem de Mozart (1819) e de A Criação de Haydn (1821).
O empobrecimento da vida cultural após o retorno de D. João VI a Portugal e a crise financeira depois da Independência do Brasil (1822) causaram uma diminuição da atividade de Nunes Garcia, agravada pelas más condições de saúde do compositor. Em 1826 compôs sua última obra, a Missa de Santa Cecília, para a irmandade de mesmo nome. Morreu em 18 de abril de 1830. Apesar de ser padre, teve cinco filhos, dos quais reconheceu um.
[editar] Contexto cultural [1]
O padre José Maurício floresceu numa época crítica para a história brasileira. O Rio de Janeiro, pouco antes da chegada da corte portuguesa, culturalmente em nada se distinguia dos demais grandes centros nacionais - Salvador, Recife, Minas Gerais, São Paulo. A presença real no Rio mudou esta situação radicalmente e de improviso, atraindo todas as atenções e passando a ser o centro de irradiação de estéticas novas, nomeadamente o neoclassicismo, com o abandono da tradição barroca que até então continuava a exercer grande influência em todo país. É certo que esta tradição ancestral não feneceu imediatamente, mas, dali em diante, o patrocínio oficial à vertente neoclássica foi o golpe mortal nela infligido, e do Rio irradiou-se uma visão diferente que aos poucos dominaria em todo o território, em particular pela atuação da Missão Francesa e de outros artistas que chegaram da Europa.
José Maurício tinha luzes surpreendentes para alguém de sua origem e condição social. Pobre, mulato, perdendo o pai cedo e sendo educado com grande dificuldade, até hoje não se sabe exatamente como conseguiu adquirir a cultura que seus primeiros bíógrafos reiteradamente alegam ter-lhe pertencido. Seu progresso na Igreja foi muito rápido, a ponto de ser dispensado de formalidades e pré-requisitos, onde a ascendência de sangue escravo era um estorvo considerável para uma carreia eclesiástica e mesmo mundana bem sucedida naquela sociedade escravocrata e preconceituosa. Mais tarde foi indicado Pregador Régio da Capela Real, e o bispo seu superior declarou que ele era um dos mais ilustrados sacerdotes de sua diocese.
Antes do período cortesão suas composições se ressentem da escassez de recursos humanos e técnicos do ambiente, a diversas peças suas traem a indisponibilidade de instrumentistas, forçando-o a adotar soluções fora da ortodoxia como acompanhamentos reduzidos ao órgão, ou às madeiras. Durante bom tempo as aulas de teoria e prática musical que ministrava tinham de ser realizadas apenas com a viola de arame, não podendo contar sequer com um cravo ou pianoforte.
Indicado Mestre de Capela da corte, e seu arquivista, teve acesso à importante biblioteca musical da Casa de Bragança que Dom João trouxe consigo, contribuindo para sua instrução geral, para uma maior variedade de gêneros musicais trabalhados e para o conhecimento da obra de grandes mestres europeus como Mozart e Haydn. Os muitos músicos e cantores altamente qualificados contratados pelo rei em sua chegada, que formaram uma orquestra considerada por todos os conhecedores e os viajantes estrangeiros como uma das melhores do mundo em seu tempo, possibilitaram que aprofundasse sua técnica de instrumentação e escrita vocal.
Os seis filhos que teve com Severiana Rosa de Castro eram um fato embaraçoso para um padre que subira a uma alta posição, e isso possivelmente contribui para o gradual ostracismo a que foi submetido a partir da chegada ao Rio de Marcos Portugal, celebrado operista português neoclássico que logo caiu nas graças da nobreza. O estilo vocal profusamente ornamentado derivado da ópera napolitana que passou a ser privilegiado na corte, mais sua inapetência para a música profana, foram outras pedras de tropeço para o padre tímido e ingênuo que desenvolvia um estilo direto e de melodismo simples e sincero que ainda tinha raízes plantadas na tradição rococó, e logo sua música caiu de moda. Suas tentativas de adaptação ao gosto vigente foram uma violência que exerceu contra si mesmo e sua música, em busca da aprovação do monarca que admirava, e as composições que escreveu depois da chegada de Marcos Potugal já não possuem o fervor religioso espontâneo e tocante que mostram suas obras anteriores, como a série de motetos a capella das Matinas de Finados, de 1809, intensamente expressivos, embora tenham evidenciado sensíveis avanços técnicos que possibiltaram a criação de obras de grande envergadura como a Missa de Santa Cecília, de 1826.
Seu declínio se acentuou com a partida de Dom João e com o vazio que isso produziu na cena musical carioca. Seu sucessor Dom Pedro I, apesar de amante da música e simpático ao padre, não pôde manter a pensão do compositor, e ele teve de fechar sua escola. Um de seus filhos, escrevendo sobre o pai nesta fase de obscurecimento, fala de sua frustração, de um evelhecimento precoce e de doenças crônicas que perturbaram sua produção e paz de espírito.
A apreciação contemporânea o considera o maior compositor brasileiro de seu tempo, mas critica suas concessões aos modismos que não encontravam eco verdadeiro em sua natureza, e certa contenção excessiva em sua escrita, que nunca mostra rasgos mais audazes ou experimentalismos. Sua produção conhecida chega a cerca de 240 obras, muitas delas redescobertas ou restauradas em meados do século XX por Cleofe Person de Mattos, musicólogo que teve papel fundamental na revalorização da música do período colonial brasileiro. Hoje em dia suas composições voltaram às salas de concertos e recitais em igrejas, já tendo diversas delas gravadas e publicadas.
Em 1792 é ordenado padre e, em 1798, torna-se mestre-de-capela da Sé Catedral do Rio de Janeiro, que nessa época funcionava na Igreja da Irmandade do Rosário e São Benedito. Como mestre-de-capela, Padre José Maurício Nunes Garcia compunha novas obras e dirigia os músicos e cantores nas cerimônias da Sé, além de atuar ele mesmo como organista.
Em 1808, a chegada da Família Real Portuguesa ao Rio de Janeiro muda o panorama artístico da cidade. Nunes Garcia cai nas graças do Príncipe-Regente D. João VI, grande admirador de música, que o nomeia mestre da Capela Real, recém-criada nos moldes da que existia na corte lisboeta e formada por músicos locais e europeus. A Capela Real funcionava na Igreja do Carmo da cidade, que passou a ser também a catedral.
O período entre 1808 e 1811 é o mais produtivo de Nunes Garcia, durante o qual ele compõe cerca de setenta obras. Em 1809, D. João VI condecora-o com o Hábito da Ordem de Cristo, sinal da grande estima que tinha pelo músico. Não escapou porém do preconceito de alguns membros da corte, que se referiam à sua cor de pele como um "defeito visível".
Em 1811 chega à corte Marcos Portugal, o compositor português mais célebre do seu tempo, que tinha suas obras apresentadas por toda a Europa de então. A fama do recém-chegado leva D. João VI a pôr Marcos Portugal à frente da Capela Real, substituindo Nunes Garcia. O brasileiro continua, porém, a ser custeado pelo governo e a compor esporadicamente novas obras para a Capela Real.
Em 1816 dirige na Igreja da Ordem Terceira do Carmo um Requiem, de sua autoria, em homenagem à rainha portuguesa D. Maria I, morta naquele ano no Rio. Em 1816 chega à corte o compositor austríaco Sigismund Neukomm, que estabelece uma grande amizade com o brasileiro. Mais tarde Nunes Garcia dirige as estréias brasileiras do Requiem de Mozart (1819) e de A Criação de Haydn (1821).
O empobrecimento da vida cultural após o retorno de D. João VI a Portugal e a crise financeira depois da Independência do Brasil (1822) causaram uma diminuição da atividade de Nunes Garcia, agravada pelas más condições de saúde do compositor. Em 1826 compôs sua última obra, a Missa de Santa Cecília, para a irmandade de mesmo nome. Morreu em 18 de abril de 1830. Apesar de ser padre, teve cinco filhos, dos quais reconheceu um.
[editar] Contexto cultural [1]
O padre José Maurício floresceu numa época crítica para a história brasileira. O Rio de Janeiro, pouco antes da chegada da corte portuguesa, culturalmente em nada se distinguia dos demais grandes centros nacionais - Salvador, Recife, Minas Gerais, São Paulo. A presença real no Rio mudou esta situação radicalmente e de improviso, atraindo todas as atenções e passando a ser o centro de irradiação de estéticas novas, nomeadamente o neoclassicismo, com o abandono da tradição barroca que até então continuava a exercer grande influência em todo país. É certo que esta tradição ancestral não feneceu imediatamente, mas, dali em diante, o patrocínio oficial à vertente neoclássica foi o golpe mortal nela infligido, e do Rio irradiou-se uma visão diferente que aos poucos dominaria em todo o território, em particular pela atuação da Missão Francesa e de outros artistas que chegaram da Europa.
José Maurício tinha luzes surpreendentes para alguém de sua origem e condição social. Pobre, mulato, perdendo o pai cedo e sendo educado com grande dificuldade, até hoje não se sabe exatamente como conseguiu adquirir a cultura que seus primeiros bíógrafos reiteradamente alegam ter-lhe pertencido. Seu progresso na Igreja foi muito rápido, a ponto de ser dispensado de formalidades e pré-requisitos, onde a ascendência de sangue escravo era um estorvo considerável para uma carreia eclesiástica e mesmo mundana bem sucedida naquela sociedade escravocrata e preconceituosa. Mais tarde foi indicado Pregador Régio da Capela Real, e o bispo seu superior declarou que ele era um dos mais ilustrados sacerdotes de sua diocese.
Antes do período cortesão suas composições se ressentem da escassez de recursos humanos e técnicos do ambiente, a diversas peças suas traem a indisponibilidade de instrumentistas, forçando-o a adotar soluções fora da ortodoxia como acompanhamentos reduzidos ao órgão, ou às madeiras. Durante bom tempo as aulas de teoria e prática musical que ministrava tinham de ser realizadas apenas com a viola de arame, não podendo contar sequer com um cravo ou pianoforte.
Indicado Mestre de Capela da corte, e seu arquivista, teve acesso à importante biblioteca musical da Casa de Bragança que Dom João trouxe consigo, contribuindo para sua instrução geral, para uma maior variedade de gêneros musicais trabalhados e para o conhecimento da obra de grandes mestres europeus como Mozart e Haydn. Os muitos músicos e cantores altamente qualificados contratados pelo rei em sua chegada, que formaram uma orquestra considerada por todos os conhecedores e os viajantes estrangeiros como uma das melhores do mundo em seu tempo, possibilitaram que aprofundasse sua técnica de instrumentação e escrita vocal.
Os seis filhos que teve com Severiana Rosa de Castro eram um fato embaraçoso para um padre que subira a uma alta posição, e isso possivelmente contribui para o gradual ostracismo a que foi submetido a partir da chegada ao Rio de Marcos Portugal, celebrado operista português neoclássico que logo caiu nas graças da nobreza. O estilo vocal profusamente ornamentado derivado da ópera napolitana que passou a ser privilegiado na corte, mais sua inapetência para a música profana, foram outras pedras de tropeço para o padre tímido e ingênuo que desenvolvia um estilo direto e de melodismo simples e sincero que ainda tinha raízes plantadas na tradição rococó, e logo sua música caiu de moda. Suas tentativas de adaptação ao gosto vigente foram uma violência que exerceu contra si mesmo e sua música, em busca da aprovação do monarca que admirava, e as composições que escreveu depois da chegada de Marcos Potugal já não possuem o fervor religioso espontâneo e tocante que mostram suas obras anteriores, como a série de motetos a capella das Matinas de Finados, de 1809, intensamente expressivos, embora tenham evidenciado sensíveis avanços técnicos que possibiltaram a criação de obras de grande envergadura como a Missa de Santa Cecília, de 1826.
Seu declínio se acentuou com a partida de Dom João e com o vazio que isso produziu na cena musical carioca. Seu sucessor Dom Pedro I, apesar de amante da música e simpático ao padre, não pôde manter a pensão do compositor, e ele teve de fechar sua escola. Um de seus filhos, escrevendo sobre o pai nesta fase de obscurecimento, fala de sua frustração, de um evelhecimento precoce e de doenças crônicas que perturbaram sua produção e paz de espírito.
A apreciação contemporânea o considera o maior compositor brasileiro de seu tempo, mas critica suas concessões aos modismos que não encontravam eco verdadeiro em sua natureza, e certa contenção excessiva em sua escrita, que nunca mostra rasgos mais audazes ou experimentalismos. Sua produção conhecida chega a cerca de 240 obras, muitas delas redescobertas ou restauradas em meados do século XX por Cleofe Person de Mattos, musicólogo que teve papel fundamental na revalorização da música do período colonial brasileiro. Hoje em dia suas composições voltaram às salas de concertos e recitais em igrejas, já tendo diversas delas gravadas e publicadas.
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Banda do Colégio Piamarta
Fundada em 2 de julho de 1972, pelo missionário italiano Padre Luiz Rebuffini, a Banda Juvenil Dona Luíza Távora é composta de 85 crianças e adolescentes na faixa etária dos 11 aos 20 anos.
É, provavelmente, o projeto social, artístico e educacional que vem apresentando os melhores resultados em todo o Brasil, comprovados por seu histórico:
• Foi ouvida por autoridades nacionais e estrangeiras como pelos presidentes brasileiros Emílio Médice, Ernesto Geisel, João Figueiredo, Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso; pelo presidente da Itália Francesco Cossiga, em Roma, no Palazzo Quirinale – 1987; pelos papas Paulo VI, em 1977, e João Paulo II, em 1980, 1987, 1988 e 1997; por personalidades do mundo artístico como Bibi Ferreira e Roger Moore (que personificou James Bond, o agente 007).
• É tri-campeã cearense, vencendo com galhardia todos os concursos dos quais participou; foi proclamada a quarta melhor banda de música do Brasil – entre profissionais e amadores – em concurso realizado em 1978, promovido pelo Instituto Nacional de Música, Fundação Nacional da Arte - FUNARTE e Rede Globo de Televisão;
• Empreendeu 11 excursões culturais à Europa nos anos 1977, 1980, 1987, 1988, 1990, 1992, 1994, 1997, 2000, 2004 e 2007 exibindo-se nas principais cidades de Portugal, Espanha França, Itália, Suíça, Alemanha e Áustria;
• Em 1979, nos Estados Unidos, representou o Brasil no Foreing Languages Festival (Festival Internacional de Língua Estrangeira) em Roanoke - Estado da Vírgínia, e a América Latina, no Festival Internacional promovido pela International House of Road Island, na cidade de Providence, capital do Estado de Road Island;
• Além dos inúmeros prêmios e medalhas recebidos no Brasil, foi agraciada com o troféu de participação, como representante estrangeira, no FUNNY FILM FESTIVAL, em 1988 – Itália, em solenidade na qual também foram homenageadas e igualmente premiadas personalidades do mundo cinematográfico como NATASHA HOVEY, MÔNICA VITTI e a consagrada GINA LOLLOBRÍGIDA.
O repertório apresentado é dos mais variados, indo do clássico à marcha militar, privilegiando o cancioneiro popular de vários países, com ênfase especial no Jazz, onde são destacados compositores memoráveis como Benny Goodman, Gershwin, Glenn Miller, Count Basie, Woody Herman, entre outros, e música popular brasileira de vários autores e períodos.
Se o Centro Educacional da Juventude Padre João Piamarta, entidade filantrópica à qual pertence a Banda, tem por missão promover a educação geral e profissional de crianças e adolescentes na faixa de risco social, a Banda Juvenil Dona Luíza Távora sempre perseguiu o objetivo de educar seus estudantes mediante a música inserindo, também, noções práticas de cidadania e capacitando-os para o mercado de trabalho musical.
Os resultados musicais e sociais obtidos pela Banda, ao longo de 32 anos de sua existência, são dos mais animadores:
• Musicalmente, há inúmeros registros de seus egressos exercendo as mais diversas atividades profissionais como instrumentistas, regentes (de banda, coral e orquestra), arranjadores e produtores musicais em estúdios de gravação. Muitos deles atravessaram as fronteiras do Estado do Ceará para se aperfeiçoarem em centros maiores como nos Estados do Rio de Janeiro e São Paulo, ou mesmo para se colocarem profissionalmente. A título de ilustração, pode-se citar o caso de Johnson Joanesburg de Alcântara Machado que, concluindo sua participação na Banda, obteve o certificado de graduação superior em São Paulo, o Mestrado de Clarinete na Universidade da Flórida (USA), regeu a Orquestra Sinfônica de Nova Iorque e hoje é professor de Clarinete na Universidade Estadual do Espírito Santo; o caso de Roberto Sthefesson, que atualmente é professor de saxofone, flauta e canto coral na Universidade Gama Filho - Rio de Janeiro, trabalha como compositor, flautista, clarinetista e saxofonista, além de ser arranjador de cantores brasileiros famosos como Elba Ramalho e Morais Moreira; ou caso de Antônio Carlos Ferreira Lima, arranjador, compositor, clarinetista, saxofonista e produtor musical de um dos principais estúdios de gravação de Fortaleza; de Francisco Carlos, tubista da Orquestra Sinfônica de Sorocaba - São Paulo, ou de Gerônimo Sousa, 1º trompetista da Orquestra Sinfônica de Botucatu - São Paulo e da Orquestra de Sopros de Tatuí – São Paulo.
• Socialmente, talvez seja o campo onde a Banda obtém os melhores resultados. Seguindo o princípio de primeiro educar o homem, torná-lo cidadão digno e cônscio de seus deveres e obrigações no contexto da sociedade para, somente depois, pensar na formação do profissional, a banda tem inserido no mercado de trabalho profissionais que, não obstante oriundos das camadas sociais mais humildes têm se mostrado dignos, competentes e confiáveis. É o caso de Mardônio Salmito (ex-trompista), um dos mais conceituados médicos ortopedistas do Ceará e Luiz Sérgio Machado (ex-bombista), diretor de assuntos estratégicos do Banco do Nordeste do Brasil, apenas para citar alguns entre as mais diversas atividades profissionais. Esta filosofia educacional rendeu ao Centro Educacional da Juventude Padre João Piamarta e a sua Banda de Música, o reconhecimento da sociedade cearense que os vê como referências no trabalho desenvolvido com as crianças e adolescentes situadas na faixa de risco social no Estado do Ceará.
A Banda Juvenil Dona Luíza Távora é regida pelo Prof. Ms. Francisco José Costa Holanda.
Assinar:
Postagens (Atom)
♫ ♫ Educação Musical ♫ ♫
Educação Musical é a educação que oportuniza ao indivíduo o acesso à música enquanto arte, linguagem e conhecimento. A educação musical, assim como a educação geral e plena do indivíduo, acontece assistematicamente na sociedade, por meio, principalmente, da industria cultural e do folclore e sistematicamente na escola ou em outras instituições de ensino.