"Um pouco sobre minhas próprias composições para orquestra de câmara"
Compor uma peça para orquestra de câmara é algo realmente muito prazeroso e nostálgico. A medida que as ideias vão ganhando formas, a sensação sinestésica que me remete à época de estudante, no Centro de Formações de Instrumentista do SESI, é algo realmente muito bom!
É como se pudesse sentir o cheiro e clima das salas de estudos. Além do frio na barriga que sempre aparecia nos ensaios quando o grande mestre, Vasken Fermanian, não estava muito bem humorado. Foi naquele ano de 1993 que estudei pela primeira vez "A Primavera de As Quatro Estações" de Vivaldi, e ouvi o espala da câmerata, o qual não recordo mais o nome, executando brilhantemente todos os solos que a peça exigia.
Por várias vezes em minha adolescência tentei fazer minha própria obra abordando esse tema e nunca cheguei a lugar nenhum, por pura preguiça e desculpas de falta de tempo. Hoje minha obra está terminada e só agora vejo o quanto tempo eu perdi por não tê-la feito antes.
É uma obra que me satisfez e pela qual recebi bons elogios aos que apresentei.
1º A primavera
Um retrato imaginário sobre como deveria ser a primavera, ao meu ponto de vista levando em consideração que nosso país não tem estações regulares, sobre tudo o Nordeste. Mas, nada que não possa ser decodificado ao se estudar outras peças com o mesmo tema, ou, ter uma noção básica da observação de quadros, como: "A Primavera" do mestre, Botticelli. A música segue em tom maior de maneira alegre e cativante. Explorando sempre o fraseado dos violinos, acompanhados em intervalos de terças e quintas por segundos violinos e violas. A parte final sofre modulações de cadências perfeitas e conclusivas para acentuar todas as cores com as quais a primavera nos presenteia.
2º O Verão
A temática principal é a agitação! Como a alegria pode ser realçada com uma manhã de sol brilhante. Como as cores pode serem acentuadas e suas tonalidades e como podem variar durante o dia inteiro... A música tentar passar essa ideia com seu andamento presto e sua tonalidade vibrante de Si Maior. Os fraseados são finalizados sempre com semibreve para enfatizar o quanto valorizamos mais nosso descanso no verão do que nas demais estações.
3º O Outono
A noção do outono como uma estação triste é aguçada por uma sonoridade grave e de tom menor. A música começa a ganhar conceitos minimalista para esboçar uma certa período de reflexão, causada pelo ar de melancolia causado pelas quedas das folhas no jardim.
4º O Inverno
O conceito minimalista se confirma com a repetição continua da frase principal, para causar a definitiva reflexão na mente humana ao observar a chuva batendo nos vidros na janela. A variações musicais são ouvidas pelas vozes de acompanhamento que vão juntando-se a voz principal do violoncello, que abre a peça com a frase musical grave e de conclusão perfeita. Os últimos compassos sofrem modulação pra um tom maior, mostrando a alegria, que também, vem trazida com a chuva para muitas pessoas.
♪ Regente ♪ Músico Multi-Instrumentista e Vocalista ♪ Arranjador ♪ Compositor ♪
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quarta-feira, 5 de maio de 2010
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