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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Oboé



O oboé é um instrumento musical de sopro de palheta dupla da família das madeiras. O corpo do oboé é feito normalmente de madeira (ébano, jacarandá) e tem formato ligeiramente cônico - alguns instrumentos mais recentes têm sido feitos de plástico. Tem uma palheta dupla. Uma pequena e delgada tira de uma cana especial é dobrada em dois e um pequeno tubo de metal (staple) é colocado entre os dois lados da tira dobrada, a qual é então passada em volta do tubo e firmemente amarrada a ele. A parte dobrada da tira é cortada e as duas extremidades, delicadamente desbastadas, constituindo então a palheta dupla. O tubo de metal encaixa-se em uma base de cortiça que é firmemente fixada na extremidade superior do oboé.
O músico que toca o oboé é denominado "oboísta". Coloca-se a extremidade da palheta dupla entre seus lábios, retraindo-os levemente para dentro da boca sem tocar nos dentes. O instrumentista deve manter um sopro contínuo entre as duas extremidades da palheta dupla, colocando-as assim em vibração, uma contra a outra (da mesma maneira que as bordas de uma folha dobrada vibram quando apertadas entre os dedos e sopradas). A vibração das duas canas coloca a coluna de ar existente dentro do oboé também em vibração, produzindo deste modo as notas. O oboé é considerado um dos instrumentos de sopro de técnica mais difícil de respiração, já que requer um volume de ar muito maior do que o realmente utilizado para produzir a nota, para produzir a pressão necesária.
As notas graves do oboé são densas e ricas; as mais agudas, rarefeitas e penetrantes. O som do oboé é nasalado, característicamente mais áspero (mais palheta) quando comparado com o timbre claro e aberto da flauta.
O oboé tem uma extensão de notas menor que os outros principais instrumentos de sopro, mas é capaz de grande variedade de timbres e de estilos de tocar. Em melodias lentas, o oboé tende a soar melancólico. Mas o oboé pode executar melodias alegres e chilriantes, com um timbre cortante e mordaz. Devido ao seu timbre penetrante e ao fato de que é o único instrumento de sopro que não depende de regulagem para afinação, é o oboé que toca a nota Lá, antes de um concerto começar, para que todos os outros instrumentistas afinem seus instrumentos.
Os oboés foram incorporados à orquestra em meados do século XVII, onde desfrutou de grande popularidade entre compositores como Bach, Vivaldi e Handel, do período barroco.
Oboé vem do nome francês haut bois, que significa madeira alta, devido ao seu registro agudo. Embora a pronúncia atual de haut bois se assemelhe a oboá, até o século XVII a pronúncia era oboé. Como o instrumento já havia se espalhado pelo mundo quando esta mudança ocorreu, o nome permaneceu assim em português e em algumas outras línguas. Pela mesma razão, em algumas línguas o instrumento é chamado de oboa.
Outros instrumentos da família do oboé, são o oboé piccolo em Fá, o oboé d'amore em Lá, o oboé baixo em Dó (chamado oboé barítono em França) e o oboé contrabaixo em Dó.
Aparentados com o oboé são o corne inglês (que integra regularmente as orquestras desde o século XIX) e o Heckelphone.

Tuba


O Eufónio é frequentemente confundido com o Bombardino. Contudo, o Bombardino pertence à classe das Saxotrompas (tubo mais estreito, bocal mais semi-esférico), enquanto o Eufónio pertence à classe das Tubas (tubo mais largo, bocal mais profundo).
O nome do instrumento provém da palavra Euphonium que significa “som bonito”. Assim é chamado por ter o timbre mais suave e “redondo” que o do trombone. Usualmente tem 4, 5 ou 6 válvulas e também é conhecido como tuba tenor. A sua extensão é semelhante à do trombone e à do fagote, alcançando 4 oitavas.
O eufónio é caracterizado por um timbre escuro, suave e delicado. O som do eufónio não consegue se destacar no meio de uma orquestra, por sua característica suave e madura. Além disso, a posição da campânula virada para cima, tendo a peculiaridade de misturar seu som com o dos outros instrumentos.
Geralmente os eufónios estão afinados em Si b e em Dó, tendo o eufónio em Dó um som mais áspero e brilhante. Este eufónio foi fabricado quase exclusivamente para Portugal.
Até à segunda metade do século XVII, os instrumentos de metal tinham uma grande limitação, era o facto de terem uma única série de sinfónicas em cada instrumento, se um musico tivesse de tocar uma peça que estivesse na tonalidade de Sol Maior, ele teria que utilizar um instrumento estivesse afinado na tonalidade de Sol Maior, para evitar que os músicos tivessem de carregar com os instrumentos nas várias tonalidades ou com dispositivos que alternassem a tonalidade, Helnrick Stozel e Friedrick Blushmel, inventaram o sistema de válvulas, podendo num só instrumento tocar uma escala cromática e podendo fazer transposições. A válvula é um dispositivo que quando premido, desvia o ar, passando-o por um pequeno tubo extra, que baixa o registo do instrumento, a 2ª válvula baixa no registo meio tom, a 1ª válvula baixa um tom e a 3ª baixa um tom e meio. Com a série de três válvulas apenas, foi possível tocar uma escala cromática, a baixo representada, premindo as válvulas em sete combinações diferentes.
A 4ª válvula tem duas funções, a principal é o registo grave, a partir do Fá# o eufonista tem que usar a 4ª válvula, esta também ajuda na afinação do Ré2 e Réb2.
O sistema compensado foi inventado pelo britânico David Blaikey em 1874, para que, no caso do eufónio, se possa tocar uma escala cromática afinada ao utilizar o registo grave. Nos eufónios de sistema não compensado a 4ª válvula é a mais desafinada, sobretudo nas notas mais graves, em que esta chega a estar meio tom mais alta. Nos eufónios com sistema compensado é possível tocar uma escala cromática afinada. Esse sistema entra em acção quando o eufonista usa uma combinação da 4ª válvula com outra(s). Ao premir a 4ª válvula o ar é canalizado de forma a passar por uma pequena extensão de tubo, baixando ligeiramente a afinação, e assim, resolvendo o problema da afinação das notas graves.

Fagote


A origem do fagote é bastante remota. Os instrumentos de palhetas duplas já eram utilizados na antigüidade, sobretudo no Egito, no Oriente Médio e na Ásia. No entanto, é na Idade Média que se encontra o precursor do fagote moderno, o dulcian. As origens do dulcian são obscuras, mas no século XVI ele estava disponível em pelo menos oito tamanhos diferentes, e ele continuou sendo usado até o século XVIII, por Bach e outros. Apesar das semelhanças entre o fagote e seu ancestral, como a forma do cone de madeira, o timbre grave, e o uso de furos e chaves, evidências indicam que o fagote barroco foi uma invenção completamente nova, com uma semelhança apenas superficial ao dulcian.
Até 1650, um grande número de instrumentos diferentes coexistiam, sem que, no entanto, possuíssem nomes precisos ou pertencessem a categorias definidas. Alguns estudiosos afirmam que o principal responsável pelo desenvolvimento do fagote foi Martin Hotteterre (?-1712), que pode ter sido também o inventor da flauta transversal de três peças, e do oboé barroco. Por volta de 1650, Hotteterre teria concebido o fagote em quatro seções, além de ter estendido sua extensão até Bb, com a adição de duas chaves (Lange e Thomson, 1979). Uma teoria alternativa indica que Hotteterre foi apenas um dos vários artesãos responsáveis pela criação do instrumento.
Aproximadamente em 1700 o fagote passou por mais uma transformação, tendo uma quarta chave (G#) acrescentada, e foi este instrumento que cativou compositores como J. S. Bach, Haendel e Telemann, e mais tarde também Mozart e Weber. Uma quinta chave, para o grave Eb, foi acrescentada durante a primeira metade do século 18. Alguns dos fabricantes dos fagotes barrocos de 4 e 5 chaves foram J.H. Eichentopf (1678-1769), J. Poerschmann (1680-1757), Thomas Stanesby Jr. (1668-1734), G.H. Scherer (1703-1778) e Prudent Thieriot (1732-1786).
Neste período, numerosas sonatas e concertos são escritos. Vivaldi, por exemplo, dedica ao instrumento cerca de quarenta peças. O claveamento ainda não havia sido inventado, mas começava-se a refletir sobre sua evolução e a se impor um posicionamento das mãos.
O século XIX é, certamente, a grande época da fabricação dos instrumentos de sopro. Numerosos fabricantes procedem a modificações no instrumento. No entanto, a evolução do fagote é freada pelos próprios músicos, por ser o fagote um instrumento de complicado manuseio e difícil aprendizado. As mudanças de dedilhado demandam dos músicos um grande esforço de adaptação. Nessa época começa a diferenciação entre os dois sistemas existentes atualmente: o Heckel e o Buffet.
Hoje, existem dois tipos de fagotes: o fagote do sistema francês e o do sistema alemão. As principais diferenças entre os instrumentos dos dois sistemas residem na madeira utilizada em sua confecção, a furação e o chaveamento, e conseqüentemente, os diferentes dedilhados etc. São duas as principais fabricantes do fagote francês Buffet-Crampon e Selmer. Heckel, Püchner, Moosmann, Schreiber, Adler, Mönnig, Sonora, Hüller, Amati, Fox e Yamaha estão entre os maiores fabricantes de fagotes do sistema alemão.
O sistema alemão encontrou mercado em todo o mundo, até mesmo na França e em certos países latinos onde o fagote francês já estava fortemente consolidado. Também, com a internacionalização da música e da busca de um som orquestral uniforme, certos maestros preferem o fagote alemão, porque seu timbre é mais redondo e se funde melhor à massa orquestral. Hoje, os dois instrumentos coexistem, embora poucos músicos iniciem seus estudos no sistema francês. A França é um dos raros países a propor a especialização nos dois instrumentos.
O design do fagote moderno deve-se ao professor e compositor Carl Almenräder, que, assistido por Gottfried Weber, desenvolveu o fagote de 17 chaves, cuja extensão atinge quatro oitavas. Almenräder publicou em 1823 um primeiro tratado, onde descreve maneiras de melhorar a entonação, a resposta e a facilidade técnica através do aumento e da mudança das chaves. Em 1831 Almenräder fundou sua própria fábrica de instrumentos, junto com Johann Adam Heckel.
Heckel e duas gerações de descendentes continuaram a refinar o fagote, e foi o seu instrumento que se tornou o modelo a que os demais fabricantes deveriam seguir. O próprio Johann A. Heckel chegou a fabricar mais de 4000 instrumentos. O sistema alemão chegou ao século XX dominando o mercado de fabricação de fagotes. Exceto por uma rápida conversão a uma fábrica de armamentos durante o período da guerra, na década de 40, a Heckel continua produzindo seus instrumentos até hoje.
O fagote do sistema francês, estabelecido pouco antes do sistema alemão, se transformou de forma mais conservadora. Enquanto o desenvolvimento do fagote Heckel pode se caracterizar como um recondicionamento completo do instrumento sob uma perspectiva acústica e do sistema de chaves, o sistema Buffet se centrou, sobretudo, em melhorias no sistema de chaves. Essa abordagem menos radical priva o sistema francês da consistência melhorada, e logo, da comodidade de uso. Entretanto, apesar de o sistema alemão apresentar em seu timbre mais energia que o Buffet, este último é considerado por muitos como tendo uma qualidade mais vocal e mais expressiva. A esse respeito, o maestro Juan Foulds comentou em 1934 que lamentava o domínio do fagote Heckel, que em sua opinião tinha sons demasiado homogêneos e semelhantes ao som do corne.
Comparados ao sistema Heckel, os fagotes do sistema Buffet têm um mecanismo de certa forma simplificado, requerendo dedilhados diferentes para muitas notas. Os instrumentos Buffet também atingem com mais facilidade os registros mais altos, demandando menos pressão do ar. Ainda que o sistema francês tenha sido extensamente difundido na Inglaterra, seus instrumentos só eram fabricados em Paris, e por volta dos anos 80 os músicos ingleses começaram a abandonar o sistema. Os instrumentos são fabricados hoje por apenas duas empresas: a Buffet-Crampon e a Selmer.
Nas orquestras modernas é comum haver de dois a quatro fagotes, para que haja um contrafagote quando necessário, e um outro seja solista. Seu timbre o torna adequado para peças líricas ou cômicas. O fagote combina muito bem com os outros instrumentos de palheta dupla, e costuma acompanhar solos de oboé ou corne inglês. Geralmente executa pequenos solos, ou forma duetos com outros instrumentos de sopro. Na música de câmara normalmente se usa o fagote como baixo para quase qualquer combinação de sopros de madeira. Hoje, inclusive, vêm conquistado espaço os quartetos de fagote.
O fagote foi usado inicialmente nas orquestras para reforçar a linha de baixo, e agir como o baixo da família dos instrumentos de palheta dupla. O compositor barroco Jean-Baptiste Lully incluiu em seu Les Petits Violons oboés e fagotes, junto às cordas, em um conjunto de dezesseis peças (e, mais tarde, 21 peças), transformando-o em uma das primeiras orquestras a tocar com os recém-inventados instrumentos de palheta dupla. O compositor Antonio Cesti incluiu um fagote na sua ópera de 1668, Pomo d'oro. No entanto, o uso do fagote nos concertos de orquestra foi muito esporádico até o final do século 17. O uso crescente do fagote como instrumento basso continuo (baixo contínuo) significou sua inclusão nos corpos orquestrais, primeiramente na França, e mais tarde na Itália, Alemanha e Inglaterra. Enquanto isso, compositores como Boismortier, Corrette, Galliard, Zelenka, Fasch e Telemann escreveram para o instrumento músicas de conjunto e solos. Antonio Vivaldi tornou o fagote bastante proeminente ao compor 37 concertos para o instrumento.
Na metade do século, a função do fagote na orquestra ainda era limitada a um instrumento contínuo — uma vez que as partituras do período não mencionavam especificamente o fagote, seu uso estava associado especialmente às partes dos oboés e outros instrumentos de sopro. No começo da era rococó, compositores como Haydn, J.C. Bach, Sammartini e Johann Stamitz passaram a incluir em suas partituras trechos que exploravam o timbre especial do fagote, mais que sua habilidade para dobrar a linha de baixo. No entanto, trabalhos orquestrais com partes inteiramente dedicadas ao fagote só se popularizaram com a chegada do período clássico.A sinfonia "Jupiter" de Mozart é um bom exemplo, com seus famosos solos de fagote no primeiro movimento. Outro importante uso do fagote durante a era Clássica foi no Harmonie, um conjunto de câmara formado por pares de oboés, trompas e fagotes; mais tarde, dois clarinetes foram acrescentados, formando um octeto. O Harmonie era um conjunto mantido por nobres alemães e austríacos para realização de concertos particulares, além de ser uma alternativa mais barata às grandes orquestras. Haydn, Mozart, Beethoven e Krommer escreveram consideráveis quantidades de peças para o Harmon
As orquestras sinfônicas modernas possuem, tipicamente, dois fagotes, com um terceiro fazendo o contrafagote. Alguns trabalhos exigem quatro ou mais fagotistas. O primeiro músico é geralmente o solista nas passagens para o fagote. Seu timbre peculiar o torna usável tanto em solos líricos, dramáticos, como no Bolero de Ravel, e também em trechos cômicos, como no tema do avô em Pedro e o lobo, de Sergei Prokofiev. Sua agilidade permite que toque passagens como a famosa linha corrida (dobrada pelas violas e cellos) na abertura de As Bodas de Figaro, de Wolfgang Amadeus Mozart.
La Fiesta Mexicana, de H. Owen Reed, dá grande destaque ao instrumento, assim como a transcrição de Four Scottish Dances de Malcolm Arnold, que se tornou um marco no repertório dos conjuntos de concerto. O fagote também faz parte do quinteto de sopros, junto à flauta, ao oboé, ao clarinete e à trompa. Ele também pode ser combinado de diferentes maneiras aos demais instrumentos de sopro. Richard Strauss, em seu "Duet-Concertino", torna-o personagem principal, ao lado do clarinete, enquanto a orquestra de cordas acompanha a dupla.
O quarteto de fagotes têm conquistado mais visibilidade nos últimos tempos, com o Neo Bubonic Bassoon Quartet sendo um dos mais notáveis grupos do gênero. O "Último tango em Beirute" de Peter Schickele (baseado no tema de Tristan und Isolde) é um trabalho bastante popular; O alter ego ficcional de Schickele, "P. D. Q. Bach", explora as faces mais humorísticas no instrumento com seu quarteto "Lip My Reeds", que em certo momento convoca todos os seus músicos a tocarem apenas com as palhetas.

Bombardino


Tal como toda a familia das saxotrompas, o bombardino tem como base a trompa de postilhão, à qual foi adicionada um sistema de pistões.
A invenção das válvulas/pistões, atribuida a Heinrick Stozel e a Friederich Blushmel, por volta de 1815, revolucionou o desing dos metais. O sitema de válvulas foi um sucesso pois facilitou na afinação e na extensão do instrumento. Este sistema foi utilizado pela primeira vez em 1623 no tenorbasshorn que era uma trompa idêntica ao eufónio[carece de fontes?].
Entre 1842 e 1845 Adolph Sax produz a familia das saxtrompas. Estes instrumentos de válvulas compreendem, entre outros, o bombardino (baritone saxhorn) em Si b e o bombardão (bass saxhorn) em Mi b.
Em 1859 e posteriormente em 1870 o professor Phasey, professor de Eufónio e Barítono, melhorou o bombardino alargando o tubo.É a partir da década de 1870 que o bombardino assuma a sua estrutura actual

Trompa




























A história da trompa começa há milhares de anos, quando o homem aprendeu a usar chifres de animais como instrumento. Quando se passou a forjar metais, o instrumento deixou de ser feito de chifre, passando ao metal. O tubo ganhou extensão, ficando enrolado para ser mais compacto.
Na idade média, a trompa de caça (corno di caccia) era usada pelos caçadores como uma forma de comunicação e sinalização dentro florestas. O instrumento não passava de um tubo metálico enrolado, com um pavilhão numa extremidade e o bocal na outra. Mais tarde, descobriu-se por acaso que, ao por a mão obstruindo parcialmente a campana, todos os sons baixavam de meio tom, ampliando a gama de sons possíveis a trompa na época (que por não possuir chaves ou pistos, tinha os sons limitados à série harmônica de sua fundamental.
Bach e Handel incluíram corni di caccia nas partituras dos seus concertos.
No século XIX o engenheiro alemão chamado Stoetzel teve a idéia de adicionar válvulas que modificavam o caminho percorrido pelo ar dentro do instrumento, alterando a nota emitida. Essa mudança demorou a ser acatada pelos compositores, que preferiam a trompa de caça, de som mais puro. A trompa moderna é capaz tocar todas as notas da escala cromática dentro de sua extensão.
Instrumentos da familia da trompa têm sido encontrados por arqueólogos. Os judeus ainda hoje usam o shofar, um chifre de carneiro oco e com um orifício a servir de bocal, que eles usam nas ocasiões solenes, como para anunciar o Yom Kippur ou o Rosh Hashana (ano novo judaico), e cujo som tem um significado religioso para os hebreus. As palavras que traduzem "trompa" em outras línguas, como corno (em italiano e espanhol), cor (em francês), horn (em inglês e alemão), hoorn (em holandês), significam "chifre" nas respectivas línguas

Trombone


Da trompa primitiva importada do Egito à construção em cobre, em prata e mais tarde na Idade Média "Oricalchi" (liga especial idêntica ao latão) onde o nome dos "Oricalchis" aos instrumentos de metais e de sopros trazem às origens: o trombone de vara. A antiga trompa era de forma reta, com uma boquilha em sua extremidade superior enquanto que, em sua extremidade inferior se formava uma campana, representando a cabeça de um animal.
De acordo com documentações e pinturas de Peregrino, que se conservam no Escorial (Palácio dos Reis) em Madrid, ficou estabelecido que primeiro o trombone de vara foi inventado e usado por Spartano Tyrstem no final do século XV.
Comumente da família dos sopranos aos baixos, não se têm provas concretas a não ser a partir do século XVI como era chamado o trombone de vara. O "Sacabucha" chamado na Itália de "trombone à tiro" (trompa spezzata), na Alemanha "Zugpousane", na Inglaterra “Sackbut” e, na França "trombone à coulisse", foi o primeiro instrumento de cobre que mediante a vara móvel dispôs dos harmônicos nas sete posições e, por conseguinte da escala cromática, tal como, os atuais instrumentos à mecanismos, pelo qual foi considerado como o mais perfeito instrumento de boquilha. Pois colocando a vara em sete diferentes posições segundo a ordem da escala cromática descendente, se obtém os sons harmônicos correspondentes a cada uma das sete longitudes assumidas pela vara.
Da família do trombone, o soprano foi rapidamente abandonado porquanto não era uma trompa talhada no registro agudo, pelo qual não ficaram senão o trombone contralto em mib, o tenor em sib e o baixo em fá. Porém, não faltam composições para trombone contralto em mib, tenor em sib e baixo em fá com corneta na parte de soprano. Existe uma Sonata de Giovanni Gabrieli (1597) composta para quarteto, donde uma das partes de corneta se tem substituído pelo violino.
Com o desuso do trombone soprano, logo em seguida houve também do trombone contralto e do trombone baixo, ficando somente o trombone tenor em sib que Berlioz chama o melhor sem contradição. O qual mediante a aplicação de uma bomba mestra colocada em ação por um quarto pistom no trombone de pistom e uma válvula rotatória posta em ação pelo polegar esquerdo no trombone tenor em substituição do trombone baixo. Sabe-se que o trombone contrabaixo ou "Cimbasso" de forma igual a do trombone tenor, a uma oitava inferior deste, foi construído por Giuseppe Verdi para obter maior homogeneidade na família dos trombones.
Na segunda metade do século XVII não se podia trazer preocupações para o trombone de vara, a insuficiência dos outros instrumentos que se manifestava sempre mais evidente, principalmente depois do insucesso de HALTERNOF com a aplicação da bomba coulisse primeiro ao corno e depois à trompa em cerca do ano de 1780, donde a razão para chegar-se a uma solução, vem dotar esses instrumentos de escala cromática. E desde as cinco ou seis chaves que funcionavam sobre o mesmo número de buracos mediante alavancas como nos clarinetes e as flautas do austríaco Weidinger e do inglês Halliday e, a "encastre a risorte" sucessivamente aplicado à trompa pelo francês Legrain, se chegou aos pistons inventados por Bluhmel e aplicados à trompa pela primeira vez por Stölzel em 1813. Esta invenção consiste em três longitudes de tubos suplementares chamados de bombas comunicadas com o tubo principal por meio de pistons que funcionavam como válvulas e da bomba geral que é a parte intrínseca do tubo principal e por isso independentes dos pistons. Tanto as três bombas como os três pistons se distinguem com a progressão numérica de 1-2-3. Do jeito parcial destas últimas se consegue baixar a tonalidade na qual o instrumento está construído na medida seguinte: de um semitom com o pistom que se encontra em meio dos outros dois e denominado segundo; de um tom com o pistom um; de um tom e meio com o pistom três; de dois tons baixando ao mesmo tempo os pistons dois e três; e de três tons baixando os três ao mesmo tempo.
Em 1829, o fabricante vienense Riedl inventou os duplos pistons (dois pistons para cada bomba, por meio das alavancas que ficavam fixas) aplicando-lhe como pedais da harpa para trocar rapidamente de tonalidade. O novo mecanismo foi logo bem substituído pelo mesmo Riedl por cilindros ou válvulas rotatórias acionadas por através de alavancas com muito pouca diferença do mecanismo que se aplica hoje em dia. O tal mecanismo tomou o nome de instrumento à máquina.
O fabricante Adolf Sax elevou a seis o número de pistons, chamando "sistema dos instrumentos a seis pistons independentes", a fim de obter melhor afinação, especialmente nas notas que requerem o emprego simultâneo de dois e três pistons. Mas, a inovação não teve êxito, por seu complicado mecanismo que provocara um manejo muito incômodo dos instrumentos e logo foi abandonado. Por superioridade pertence sem lugar às dúvidas, a invenção de Riedl.
Apesar de todas estas transformações e inovações, atualmente o trombone à máquina (pistons) caiu em desuso quase completamente, enquanto que o trombone de vara foi aperfeiçoado cada vez mais a ponto de não ser preciso utilizar mecanismos ou registro para mudança de sua perfeição.
Assim chegamos hoje ao atual trombone de vara tenor em sib usado em todos os países, tendo preferências nas Jazz-bands, bandas sinfônicas, orquestras de estações de rádios, orquestras de salão, orquestras sinfônicas e filarmônicas, o qual, pela exata proporção das medidas entre suas várias partes e a ótima qualidade do metal empregado em sua fabricação, permite obter afinação precisa e formosa qualidade de som, realizando assim todas as exigências da orquestração moderna.
Os modelos mais utilizados hoje em dia são:
Trombone Tenor Bb calibre fino (.508" vara e 7-1/2" na campana), sem rotor para música popular (jazz). Tambem conhecido como Trombone Jazz ou "Cabeça de Gato".
Trombone Tenor Bb calibre largo (.547" vara e 8.5" na campana), com ou sem rotor em F para música erudita. Tambem conhecido como Trombone Tenor Sinfonico.
Trombone Baixo Bb Calibre largo (.562" vara e 9.5" na campana), com 2 rotores sendo um em F e o outro em Gb, e é ultilizado em ambos os estilos.
Os calibres acima podem variar de acordo com o fabricante. Apesar dos três modelos acima serem em Bb, eles são bem diferentes por causa do seu calibre. O calibre muda e muito o timbre do instrumento. O Trombone Baixo hoje em dia é fabricado em Bb, porém com um calibre maior que o Tenor Sinfônico, e com dois rotores que afinam em Bb, Gb e quando os dois acionados juntos afinam em D.
Outro fato é que apesar do trombone ser conhecido por ter a afinação em Bb, a sua escrita é realizada em C, portanto o trombone não é um instrumento transpositor, como o trompete é por exemplo

Trompete


Os primeiros trompetes eram feitos de um tubo de cana, bambu, madeira ou osso e até conchas, e só mais tarde se fizeram de metal. Embora os trompetes sejam instrumentos de tubo essencialmente cilíndrico, há trompetes extra-europeus (por exemplo, as do antigo Egipto) que são nitidamente cónicos. Os mais primitivos eram usados à maneira de um megafone, para fins mágicos ou rituais: cantava-se ou gritava-se para dentro do tubo para afastar os maus espíritos. A partir da Idade do Bronze os trompetes passaram a ser usados sobretudo para fins marciais. Na Idade Média os trompetes eram sempre feitos de latão, usando-se também outros metais, marfim e cornos de animais. No entanto, tinham uma embocadura já semelhante à dos instrumentos actuais: um bocal em forma de taça. Este bocal era muitas vezes parte integrante do instrumento e não uma peça separada, como acontece actualmente. Até fins da Renascença predomina ainda o trompete natural, ou trombeta natural (aquela que produz os harmónico naturais). As trombetas menores eram designadas por clarino. Era habitual, ao utilizar várias trombetas em conjunto, cada uma delas usar só os harmônicos de uma determinada zona. Durante o período Barroco os trombetistas passaram a se especializar em cada um destes registos, sendo inclusive remunerados em função disso. O registo clarino, extremamente difícil, era tocado apenas por virtuosos excepcionais, capazes de tocar até ao 18.º harmônico. A trombeta natural no registo de clarino tem um timbre particularmente belo, bastante diferente do timbre do trompete atual. O desaparecimento, após a Revolução Francesa, de pequenas cortes que mantinham músicos foi uma das razões que fizeram com que os executantes de clarino desaparecessem também no fim do séc. XVIII. A impossibilidade de produzir mais sons para além de uma única série de harmônicos era a maior limitação dos instrumentos naturais. Já no principio do Barroco este problema começa a ser encarado seriamente, surgindo os trompetes de varas. Existe em Berlim uma trombeta de 1615 em que o tubo do bocal pode ser puxado para fora 56cm, aumentando o comprimento do tubo o suficiente para o som baixar uma terceira. Vários instrumentos, hoje obsoletos, foram construídos como resultado de invenções e tentativas, até ao aparecimento dos pistões em 1815. Surge então uma nova era, não só para o trompete como também para outros metais.
Hoje os modelos mais usados são os trompetes em Dó e Si bemol. As suas extensões, em notas reais, são no primeiro caso: #2 / 5 e em segundo caso: Mi2 / 5
Em ambos os modelos podem-se distinguir três registos distintos:
No registo grave (#2 / Si2, notas escritas) a sonoridade é sombria.
O registo médio (3 / 3) é muito claro e brilhante.
As notas mais agudas (Si4 1 5) são também brilhantes, mas estridentes.
Existem ainda outros tipos de trompete menos usados:
Mais agudos:
Trompete em Ré - (à 2ª M sup; sol#2 - mi5) Trompete em Mi b - (à 3º m sup; lá2 - Fá5) Trompete piccolo em Sib - ( à 7ª m sup; mi3 - sol5)
Mais graves:
Trompete baixo em Mi b - (à 6ª M inf; láb 1 mib4) Trompete baixo em Dó - (à 8ª P inf; fá# 1 dó4) Trompete baixo em Sib - (à 9ª M inf; mi 1 sib3)

Saxofone


Ao contrário da maioria dos instrumentos populares hoje em dia, que para chegar ao seus formatos atuais foram evoluídos de instrumentos mais antigos, o saxofone foi um instrumento inventado. O pai do saxofone foi o belga Antonie Joseph Sax, mais conhecido pela alcunha de Adolphe Sax. Filho de um fabricante de instrumentos musicais, Adolphe Sax aos 25 anos foi morar em Paris, e começou a trabalhar no projeto de novos instrumentos. Ao adaptar uma boquilha semelhante à do clarinete a um oficleide, Sax teve a idéia de criar o saxofone, que foi concluído em 1840 e patenteado logo em seguida, em 1844.
Embora seja feito de metal, o saxofone pertence à família das madeiras, pois seu som é emitido a partir da vibração de uma palheta de madeira que fica fixada à boquilha.
Por ter um som único, com propriedades tanto dos instrumentos de madeira, quanto dos de metal, o saxofone logo foi adotado por muitos músicos. O sax tem a capacidade de ter o poder de execução de instrumentos como o clarinete, ao mesmo tempo que tem uma potência sonora quase tão grande quanto à das cornetas. Além disso seu timbre é um dos que mais se assemelham ao da voz humana.
O saxofone é um instrumento fabricado em metal, geralmente latão, com uma mecânica semelhante à do clarinete e à da flauta. É composto basicamente por um tubo cônico com 26 orifícios que têm as aberturas controladas por 23 chaves vedadas com sapatilhas geralmente de couro (nas versões mais modernas) e uma boquilha onde se acopla uma palheta geralmente de bambu (instrumento de palheta simples). A família dos saxofones é bem extensa, mas o desenho é semelhante em todos, sendo de forma similar a um cachimbo ou ainda reto, dependendo do tamanho. As excepções são o sopranino e o soprano, construídos geralmente sem curvatura (à semelhança do oboé).
A boquilha é a peça que se encaixa na ponta do saxofone e na qual é fixada a palheta. Seu funcionamento é semelhante ao de um apito, que gera as vibrações que irão percorrer o corpo do instrumento e as quais se tornarão o som típico do saxofone. As boquilhas podem ser fabricadas dos mais diversos materiais: massa plástica, metais, acrílico, madeira, vidro e até mesmo osso, contudo as de massa plásticas e de metais são as mais utilizadas.
O formato das boquilhas também pode variar bastante, tanto externamente quanto internamente. Alterações nos formatos implicam em alterações significativas do som produzido, e devido a este fato, a escolha da boquilha é uma decisão muito pessoal para cada saxofonista. Não existe um padrão entre as fábricas. A grosso modo, duas medidas internas são definidas: a altura da abertura e a sua profundidade. Quanto maior for a abertura e menor a profundidade, mais estridente será o som produzido, já o contrário resulta num som abafado e pequeno.
A palheta está para o saxofone assim como a corda está para o violão. Ela é a responsável pela emissão do som pelo instrumento. Ao soprarmos a boquilha é gerada uma coluna de ar que faz vibrar a palheta, produzindo o som.
As palhetas são fabricadas com madeira, geralmente cana ou bambu, existindo porém palhetas sintéticas criadas pela engenharia moderna. Existem numerações para determinar o nível de dureza de uma palheta, mas esta numeração não é padronizada, varia de fabricante para fabricante. Quanto mais dura é a palheta, maior é o esforço para a emissão da nota, contudo menor é o esforço para manter o controle da afinação.
Os saxofones são instrumentos transpositores, ou seja, a nota escrita não é a mesma nota que ouvimos (som real ou nota de efeito). Assim, para podermos ouvir uma nota equivalente ao dó de um piano é necessário escrever notas diferentes dependendo em qual tonalidade o saxofone é armado. A família dos saxofones mais utilizada atualmente é composta por:
Soprano, armado em Si♭
Alto ou contralto, em Mi♭
Tenor, em Si♭
Barítono, em Mi♭

Sopranino, em Fá e Mi♭
Soprano, em Dó (não transpositor)
Mezzo-soprano, em Fá
"Melody", em Dó (transpositor à oitava)
Baixo, em Si♭
Contrabaixo, em Mi♭
Contrabaixo(Tubax), em Mi♭
Sub-contrabaixo (Tubax), em Si♭
Duas características comuns à família dos saxofones são o sistema de digitação e a escrita. A diferença básica entre os saxofones é o tamanho: o tubo pode variar de centímetros, como no sopranino, a vários metros, como no contra-baixo.

Flauta


A flauta é um dos instrumentos mais antigos que se conhece, tendo sido sempre muito utilizado, pela sua facilidade de construção e pelo som melodioso, de timbre doce e suave que produz.
Até o barroco, a flauta transversal dividia igualmente o campo da instrumentação com as flautas retas, como a flauta doce. A partir do século XVIII, passou a ser mais importante.
A flauta transversal como a conhecemos hoje (ou "flauta de concerto"), data de 1871, a partir de um aperfeiçoamento feito pelo flautista e pesquisador de instrumentos Theobald Boehm, que descreveu seu modelo de flauta no livro "The Flute and Flute playing".Dentro de uma orquestra sinfônica há, geralmente três flautistas no naipe. É comum que as flautas na orquestra dobrem a melodia dos violinos, acrescentando-lhes suavidade e brilho. A Flauta é particularmente usada em passagens rápidas e salteadas - aliás, o virtuosismo na flauta se mostra também na agilidade. Diz-se que é o instrumento mais ágil da orquestra.'
A extensão normal da flauta é de três oitavas, do Dó3 (Dó central no piano) ao Dó6. Estudos acústicos levaram os flautistas a conseguir obter um maior alcance no instrumento, podendo chegar até o Sol6 e, dependendo do flautista, até ao Dó7.
Segundo o maestro Sérgio Magnani, o som da flauta possui característica muito próprias em cada registro.
O grave é aveludado, sensual e misterioso.
O registro central é sonhador e pastoril, evocando atmosferas de pureza.
O agudo é brilhante e penetrante, pode soar estridente se tocado sem cuidado.

Flautim ou Piccolo - Soa uma oitava acima da flauta soprano.
Flauta soprano em Sol - Afinada uma quinta acima da flauta padrão.
Flauta soprano - É a flauta transversal mais utilizada, padrão para o desenvolvimento das outras.
Flauta alto ou em Sol - Flauta tranpositora afinada em Sol, soando assim, uma quarta justa abaixo da flauta soprano. Pode ser reta ou em forma de "J".
Flauta baixo - Soa uma oitava abaixo da flauta soprano, possuindo uma sonoridade mais aveludada. Pela grande dimensão, possui o corpo curvo, em "j".
Flauta contralto - Raríssima, em Sol, soa uma quarta abaixo da flauta baixo.
Flauta contrabaixo - Também raríssima, em Dó, soa duas oitavas abaixo da flauta.
Na flauta, a emissão do som é relativamente fácil, levando ao virtuosismo quase espontâneo no que diz respeito à velocidade. Não tão fácil é obter um som vibrante sem ser vulgar no forte ou inconsistente no piano. As dificuldades de execução apresentam-se também pela natureza heterogénea dos registros, tanto tem timbre, quanto em volume de som. O agudo é potente e brilhante, e o grave, aveludado e de difícil emissão. O controle da embocadura, por se tratar de um instrumento de embocadura livre, deve ser minucioso, já que pequenas alterações no ângulo do sopro interferem bastante no equilíbrio da afinação.

Vibrato - introduzido pela escola francesa, é feito a partir do diafragma, semelhantemente ao vibrato vocal. Existe também a possibilidade de realizar o vibrato utilizando-se das chaves em forma de anel presentes em algumas flautas. O abuso do vibrato por parte de flautistas leva a interpretações erradas, tocando em vibrato passagens que deveriam soar limpas e serenas.
Glissando - consiste em "deslizar" entre as notas, seja por meio das chaves ou por alterações na embocadura.
Harmônicos - feito ao mudar a embocadura e a direção da coluna de ar, obtendo uma nota diferente da que seria a da digitação fundamental. O timbre é mais doce e etéreo do que o da nota "real".
Multifonia - consiste em cantar e tocar ao mesmo tempo, o resultado é um som cortante e agressivo.
Frullato - pronuncia-se a letra "R" (sem voz) enquanto toca, dando à nota uma intermitência.
Polifonia - através de pesquisa foram descobertos alguns intervalos de notas possíveis de se emitir na flauta usando digitação especial e de um sopro mais "difuso".
O instrumento era feito originalmente de madeira, passando-se posteriormente a fabricá-lo em prata ou outro metal, que confere uma maior intensidade do som, melhor afinação, mais facilidade de uso das chaves. Ainda há orquestras na Alemanha que utilizam flautas de madeira, justificando-se pela beleza timbrística inigualável.
A flauta é composta por Bocal, Corpo e Pé.
O bocal possui um orifício com as bordas em formato adequado para que o instrumentista apoie comodamente o lábio inferior (porta-lábio). Numa extremidade, há uma peça móvel formada cortiça com um ressonador de metal, movendo-se-a, ajusta-se a afinação da flauta (geralmente as flautas vêm com um bastão indicando a distância correta do ressonador ao centro do orifício. Na outra extremidade, encaixa-se o corpo.
O corpo possui diversas perfurações e um sistema complexo de chaves e outros mecanismos.
O pé é uma extensão do corpo, possuindo três ou quatro chaves. Termina geralmente na chave de Dó, mas há flautas que se estendem até o Si2.

Limpar sempre com flanela, por dentro e por fora, guardando-a sempre seca.
Ter cuidado com o bocal.
Ter leveza nos dedos ao acionar as chaves.
Guardar sempre a flauta no estojo e na bolsa.
Encaixar delicadamente as partes da Flauta.
Higienizar a boca e as mãos antes de tocar.
Tocar sempre com a postura correta.

Clarinete


O clarinete é um descendente da charamela, instrumento bastante popular na Europa pelo menos desde a Idade Média. Em 1690 Johann Christoph Denner, charamelista alemão, acrescentou à sua charamela uma chave para o polegar da mão esquerda para que assim pudesse tocar numa abertura, o que lhe trouxe mais possibilidades sonoras. Surgiu assim o clarinete contemporâneo. Introduzido nas orquestras em 1750, foi um dos últimos instrumentos de sopro incorporados na formação orquestral moderna.
Os clarinetes são tradicionalmente feitos de ébano, granadilho e também ebonite, sendo as boquilhas geralmente construídas com este último material. O som é produzido devido à vibração da palheta (uma lâmina feita de cana), provocada pelo sopro do clarinetista. O corpo do instrumento é, na sua maior parte, de espessura uniforme, com um alargamento (campânula) no fim do tubo.
O sistema de chaves mais comum é o sistema Boehm, projetado por Hyacinthe Klosé. Outro sistema, chamado Oehler é usado principalmente na Alemanha e Áustria.Com relação ao numero de chaves/registos pode ter 13 chaves (Pode ser Sistema Mueller ou Sistema Oehler) 17 chaves (sistema Boehm) 21 chaves ou outros menos comuns de 27 e 31 chaves
A clarineta possui semelhanças com o oboé, mas difere deste no que tange a sua forma (o oboé é cônico, e a clarineta, cilíndrica), no timbre (o oboé é rascante, anasalado e penetrante, enquanto a clarineta é mais aveludada que penetrante, menos rascante e mais encorpada), e na extensão de notas (o oboé possui a menor extensão de notas dentre os sopros, enquanto a clarineta, a maior). Essas diferenças se dão principalmente pela forma cilíndrica da clarineta e do uso de apenas uma palheta, enquanto que o oboé e o fagote (também membros das madeiras) se utilizam de uma palheta dupla.
Os clarinetistas atualmente compram suas palhetas, e fazem os ajustes necessários artesanalmente, afim de corrigir as imperfeições destas para adequá-las a sua própria anatomia e necessidade de som. A palheta é fixada na boquilha por meio da braçadeira, que funciona como um prendedor, onde o clarinetista manipula a força e intensidade com que a palheta está presa na boquilha. Via de regra a palheta não pode estar demasiadamente frouxa e nem excessivamente apertada!
Embora o processo descrito acima, sobre o uso da palheta nas clarinetas, também seja usado no saxofone, não podemos confundi-lo! O saxofone nasceu da clarineta, e por isso apresenta mecanismos semelhantes, mas a embocadura da clarineta é muito mais tensa e trabalhosa do que a embocadura exigida no saxofone. E isso é muito nítido ao comparar a execução de um saxofone e de uma clarineta, e inclusive muitos músicos que querem aprender a tocar saxofone também optam por aprender primeiramente, ou paralelamente, a clarineta.
Clarineta, um instrumento transpositor
A clarineta pertence a um grupo de instrumentos chamados transpositores, que em poucas palavras pode ser resumido da seguinte forma: A nota escrita (na partitura) é diferente da nota verdadeira, isso por causa da afinação própria do instrumento; sendo assim é necessário que haja uma transposição de notas para que o clarinete toque no tom real da música. Isso facilitou aos músicos, pois, a clarineta possui uma extensão de notas muito grande. Os clarinetes mais comuns são os instrumentos em Si bemol e em Lá. O instrumento em Dó, raramente usado hoje, era muito utilizado na orquestra clássica e pré-romântica (Mozart e Beethoven). Há também os clarinetes mais agudos, também conhecidos como requinta em Mi bemol, raramente encontrados em Ré (Richard Strauss e Stravinsky) e os clarinetes mais graves como os clarinetes alto em Mi bemol, o clarinete baixo em Si bemol e o clarinete contrabaixo em Si bemol. Aparentado com o clarinete é o cor de basset, afinado em Fá. Enquanto que as bandas militares dão preferência ao clarinete alto, as orquestras sinfónicas dão preferência ao cor de basset.
O prestígio da clarineta
As possibilidades harmônicas, o grande controle de dinâmicas que o instrumento permite, a grande agilidade, a grande extensão de notas, a sua natureza de timbres e o poder sonoro dão ao clarinete uma posição de destaque nas orquestras atuais. Alguns dizem que é o "violino das madeiras" em razão das virtudes mencionadas acima. No entanto a clarineta ainda não é um instrumento perfeito e algumas notas ainda apresentam sérios problemas de afinação, mesmo com todo trabalho iniciado pelo flautista Boehm, que foi adaptado posteriormente para os demais sopros. O sistema Oehler é hoje considerado o mais apropriado para a clarineta, já que resolveu a maior parte dos problemas deste instrumento, mas ainda sim não é perfeito pois acarretou uma perda de brilho no timbre natural do clarinete. Enquanto que o sistema Boehm, que apesar de manter alguns desses problemas, mantém o brilho particular deste instrumento.
O controle dessas imperfeições cabe ao músico, e isso ajuda a tornar a clarineta um instrumento desafiador. Quem se interessa a tocar clarineta, saiba que precisará de muito empenho e dedicação, mas saiba também que irá se encantar com a beleza desse instrumento.
A natureza do timbre e onde escutar a clarineta
O timbre da clarineta é muito diversificado. Na região grave, chamada de chalumeau o timbre é aveludado, cheio e obscuro; no registro médio há uma mudança fantástica pois o timbre se torna brilhante e expressivo, e conforme o registro vai se tornando agudo, o timbre vai se tornando cada vez mais brilhante, e ganhando uma natureza humorística, sarcástica.
A grande capacidade de expressão do clarinete o tornou um instrumento de grande prestígio em diversos tipos de estilos. No Jazz é que podemos as vezes ouvir os solos mais sarcásticos e "humorísticos" deste instrumento. No Brasil esse instrumento é bastante utilizado na execução de choros e em grupos de samba, serestas e na própria MPB.

Violino

























O violino é um instrumento musical, classificado como cordofone ou instrumento de cordas friccionadas. É o mais agudo dos instrumentos de sua família, correspondendo ao Soprano da voz humana. Possui quatro cordas (Mi5, Lá4, Ré4, Sol3). O timbre do violino é agudo, brilhante e estridente, mas, dependendo do encordoamento utilizado, pode-se produzir timbres mais aveludados e mornos. O som geralmente é produzido pela ação de friccionar a crina de um arco de madeira sobre as cordas. Também pode ser executado beliscando ou dedilhando as cordas (pizzicato), pela fricção da parte de madeira do arco (col legno), ou mesmo por percussão com os dedos ou com a parte de trás do arco.
Assim como outros instrumentos de cordas, os violinos também podem ser amplificados eletronicamente. Sua utilização mais comum é nos naipes de cordas das orquestras. O gênero mais comum é a música erudita. Existem no entanto diversos músicos que o utilizam na música folclórica, jazz, rock e outros gêneros populares.
Na orquestra, o líder do naipe de primeiros-violinos é chamado de spalla. Depois do maestro, ele é o comandante da orquestra. O spalla fica à esquerda do maestro, logo na primeira estante do naipe dos primeiros-violinos. Esticada na parte inferior do arco está a crina, que é feita de vários fios de crina de cavalo, ou de material sintético.
Os primeiros violinos foram feitos na Itália entre os meados do fim do século XIV e o início do século XV, evoluindo de antecessores como a rebec, a vielle e a lyra da braccio. Durante duzentos anos, a arte de fabricar violinos de primeira classe foi atributo de três familias de Cremona: Amati, Guarneri e Stradivari (com a latinização deu-se Stradivarius, Guarnerius).
O violino propriamente dito manteve-se inalterado por quatrocentos anos. A partir do século XIX modificou-se apenas a espessura das cordas, o uso de um cavalete mais alto e um braço mais inclinado. Inclusive, a forma do arco consolidou-se aproximadamente nessa época. Originalmente com um formato côncavo, o arco agora tem uma curvatura convexa, o que lhe permite suportar uma maior tensão das crinas, graças às mudanças feitas pelo fabricante de arcos François Tourte, a pedido do virtuose Giovanni Battista Viotti, em 1782.
O violino tem longa história na execução de músicas de raiz popular, que vem desde os seus antecessores (como a vielle). A sua utilização tornou-se mais expressiva a partir da segunda metade do século XV.
Os violinos Stradivarius são os mais valiosos do mundo. Foram feitos mais de mil instrumentos, entre eles violinos, violas, violoncelos e outros instrumentos de cordas pelo mestre Antonio Stradivari (1644-1737), mas atualmente restam poucos instrumentos feitos por ele no mundo. Um Stradivarius de 1720, não dos mais famosos, foi comprado num leilão em novembro de 1990 por 1,7 milhão de dólares.
Um dos vários segredos da beleza estética dos violinos de Stradivari reside em que o seu construtor desenhava-os utilizando a Secção Áurea. A Secção Áurea representa um elemento de equilíbrio estético. Já a sua qualidade sonora, mesmo com as tecnologias existentes, nunca foi superada. É bastante provável que seja apenas fruto da idade dos instrumentos.
Como outros instrumentos de cordas, os violinos são construídos por luthiers. A luthieria ou liuteria é uma profissão artística que engloba a produção artesanal de instrumentos musicais de corda com caixa de ressonância. Tais palavras tiveram origem da construção do alaúde, que em italiano se chama liuto; portanto, liutaio significa aquele que faz alaúdes.
Tradicionalmente são instrumentos puramente acústicos, cujo som é amplificado naturalmente pela caixa de ressonância de madeira. No entanto, existem instrumentos amplificados eletronicamente, através de captadores ou microfones. Assim como as guitarras elétricas, os violinos eletrificados não necesitam de caixa de ressonância. Alguns possuem corpo maciço e outros nem possuem corpo, mas apenas molduras para a sustentação das cordas.

Ouvidos, Efes ou Aberturas acústicas são os orifícios que permitem aos sons (vibrações), amplificados pelo corpo do instrumento, atingir o espaço externo e finalmente nossos ouvidos.
Cravelhas são as peças de madeira (quatro, uma para cada corda), onde se fixam as cordas, e são usadas para afinar o instrumento girando-as em sentido horário ou anti-horário, a fim de retesar ou afrouxar as cordas. Os violinos desafinam com facilidade, especialmente com mudanças de temperatura, ou em viagens longas. Um violino precisa ser afinado muitas vezes até que as cordas novas se acomodem.
Cavalete é a peça na qual se apóiam as 4 cordas distendidas. A parte inferor do cavalete - dois pequenos pés - fica apoiada no plano harmônico do violino (seu tampo superior - o inferior chama-se fundo). Pequenas ranhuras no cavalete mantêm as cordas no lugar. O cavalete tranforma as vibrações horizontais em verticais e depois transmite as vibrações das cordas para o corpo do violino.
Cordas: Antigamente eram feitas de tripa de carneiro. Hoje são de aço cromado ou de material sintético, revestidas com uma fita metálica de alumínio, níquel, ou, as melhores, de prata. A 1ª corda - mi - a mais aguda, é um fio de aço cromado, sem revestimento.
Estandarte é uma peça aproximadamente triangular que fixa as cordas na extremidade oposta ao braço.
Micro-afinador é um pequeno acessório metálico que se prende no estandarte, no furo correspondente às cordas. Possui um parafuso que ao girá-lo, permite precisão na afinação da corda.
Queixeira: Peça anatômica que serve para o violinista acomodar de maneira mais confortável o violino ao queixo. Foi inventada pelo alemão Ludwig Spohr.
O Arco é feito de madeira (os melhores em Pau-Brasil pernambucano). Fios de crina de cavalo (ou de plástico tipo nylon) são ajustados às duas extremidades desta peça de madeira, longa e curva, com cerca de 75 cm de comprimento. A crina de cavalo dá uma maior qualidade ao som. A crina tem ajuste de tensão feito por um parafuso colocado no talão, a parte segura pela mão direira do violinista. A outra extremidade do arco denomina-se ponta. O arco do violino é como a respiração para os cantores ou os instrumentistas de sopro. Seus movimentos e sua articulação constituem a dicção dos sons e a articulação das células rítmicas e melódicas. Todas as nuanças sonoras, colorido e dinâmica musical do violino estão intimamente ligadas à relação existente entre a condução do arco e a precisão dos movimentos sincronizados da mão esquerda junto com a mão direita.
O Violino requer muitos cuidados, já que é um instrumento "sensível" às variações de temperatura e humidade, além de ser muito frágil. Recomenda-se sempre passar por ele uma flanela limpa e seca após tocá-lo e, sempre, guardá-lo em local longe do sol, poeira e humidade. E sempre afrouxar o arco após o uso, para que o mesmo não fique torto.
A crina deve ser afrouxada quando o arco não está sendo usado. Afrouxar a crina ajuda a preservar a flexibilidade da madeira.
A execução mais comum é a fricção do arco nas cordas. Antes de tocar o instrumento, o violinista passa sobre a crina uma resina chamada breu, que tem o efeito de produzir o atrito entre os fios da crina e as cordas, gerando o som. O som produzido pelas cordas é transmitido ao corpo oco do violino, denominado caixa de ressonância, pela alma, um cilindro de madeira que fica dentro do corpo do violino, mais ou menos embaixo do lado direito do cavalete. A alma liga, mecânica e acusticamente, o tampo superior ao inferior do violino, fazendo com que o som vibre por todo o seu corpo.
Corpo ereto e busto para frente. As pernas devem ficar um pouco abertas para estabilizar o equilíbrio do corpo. A perna direita pode ser recuada um pouco para trás. Motivo: Quando o movimento do arco for rápido, o braço direito terá maior facilidade para executar as notas. O peso do corpo fica mais apoiado na perna esquerda.
O violino deve ser colocado em cima da clavícula esquerda e apoiado de leve no ombro esquerdo. O braço esquerdo deve estar na mesma direção do pé esquerdo.
Inclinar o violino para o lado direito. Puxar a queixeira e encostá-la no queixo, para manter o violino horizontalmente. Não levantar nem abaixar o ombro esquerdo; deixá-lo solto. A técnica do violino é muito delicada. Forçando-se o ombro, o movimento dos braços será impedido. Se o ombro for baixo, usar espaleira, para não forçar o pescoço nem o ombro. A espaleira é para adaptar o instrumento ao corpo do aluno. Há pessoas que não precisam usar espaleira, pois seu corpo já é adequado ao violino. A queixeira deve ser adequada a cada pessoa para que o violinista fique bem à vontade.
Quando segurar o violino a posição tem de ser natural, isto é, sentir o violino como se fosse uma parte do corpo. Observadas as posições acima explicadas e o arco tocado com leveza, liberdade, harmonia de movimentos e perpendicular em relação à corda, fica mais fácil de se tocar o instrumento.
O cotovelo esquerdo deve situar-se por baixo do tampo do violino, sendo a melhor posição o cotovelo encontrar-se mais para a direita do violino. Para facilitar a movimentação dos dedos esquerdos, o pulso deve estar na mesma direção do antebraço e completamente relaxado.
A juntura dos dedos esquerdos deve estar na altura das cordas. Os 4 dedos (indicador, médio, anular e mínimo) devem estar encurvados. Colocá-los na direção da corda para depois pousá-los. O polegar deve estar apoiado de leve no braço do violino, na direção entre os dois primeiros dedos (indicador e médio). O polegar deve estar assim para que os 4 dedos restantes se apóiem com a mesma força nas cordas. Se alguém tiver o polegar maior, este sobressairá para cima do braço do violino ao apertar à corda sol.Quando as cordas forem abaixadas pelos dedos, cuidado para não endurecer as falanges dos dedos, nem o cotovelo. Os dedos devem ser colocados sem força, de modo leve sobre as cordas. Quando os dedos não estão sendo usados, deixá-los na posição natural, isto é, curvos
Deixar o braço direito solto, como se estivesse andando. Pegar no arco com a mão direita livre, sem modificar sua posição. Isto facilitará a movimentação do arco nas cordas.
(Deixar todo o peso do braço sobre o arco,como se o braço estivesse morto).
Forma igual à anterior, com as duas falanges do polegar um pouco curvadas. A extremidade do polegar deve estar na extremidade do talão, deixando o polegar metade para a madeira do arco e metade para o talão. O polegar deve estar perpendicular em relação ao arco.
Segurar o arco entre a 1ª e 2ª falanges do indicador e na 1ª falange do médio; deixar o dedo mínimo na forma arredondada e perto do botão do arco. O dedo anular é deixado naturalmente. O polegar deve estar no meio do dedo indicador e do médio, só que do outro lado do arco.
Segurar o arco corretamente é muito importante para uma boa execução. O indicador direito controla a pressão do arco nas cordas, o que afeta o volume e o timbre do instrumento. O violinista precisa manter todo o corpo relaxado, à vontade.
É importante dizer que o dedo indicador e o dedo mínimo promovem funções importantes na intensidade do som obtido. Estas funções são chamadas de pronação e supinação,que são feitos através do ´´rotacionamento´´ do ´´antebraço´´.
Pronação
A pronação é o movimento de pressionar o dedo indicador no arco (rotacionar o antebaço para o lado esquerdo gerando pressão no dedo indicador), aliviando a pressão exercida pelo dedo mínimo (dedinho). Este movimento acarretará em uma maior intensidade do som.
Supinação
Já a supinação é o movimento de pressionar o dedo mínimo no arco (rotacionar o antebraço para o lado direito) aliviando a pressão do dedo indicador, fazendo com que o som seja menos intenso.NOTA: Não é necessário fazer pressão com o dedo Mínimo (dedinho),pois o próprio peso do talão ja é suficiente para com a intensidade do som.
Observação: Ponta do arco: Pronação. Talão do arco: Supinação.
É importante para o violinista dominar estas técnicas, aliadas com outras, gerando uma melhor qualidade nas execuções.

Pizzicato (beliscado): Os violinistas nem sempre usam o arco quando tocam. O pizzicato consiste em tocar as cordas com os dedos, dando pequenos puxões ou beliscadas. Raramente o pizzicato se estende pela melodia inteira, e quando se lê na partitura a palavra arco os executantes interrompem o pizzicato e voltam a usar o arco.
Col legno (com a madeira): O arco é segurado de lado, de forma que a madeira do arco roce nas cordas, produzindo um curioso efeito rangente. Aparece no começo de Marte, o Mensageiro da Guerra, da suíte de Holst Os Planetas.
Vibrato (vibrado): Uma das importantes técnicas de instrumentos de cordas. Existem 3 tipos de vibrato: o de dedo, o de punho e o de braço. Consiste em fazer o som vibrar, formando uma flutuação mínima na afinação da nota, para cima e para baixo. O vibrato de dedo é para passagens mais rápidas. O de punho é o mais comum, e o de braço é para expressar com certa força, paixão, drama no trecho. É usado sobretudo em notas longas.
Corda dupla: Significa tocar, ao mesmo tempo, em duas ou três cordas, e consequentemente duas ou três notas, de uma só vez. No violino não é possível tocar simultaneamente mais do que três notas.
Harmônicos ou Flautado: Notas suaves produzidas pelo toque muito leve com a polpa dos dedos em pontos estratégicos sobre a corda. Assemelham-se às notas da flauta e são usadas com mais freqüência na música moderna.
Glissando (deslizando): O violinista escorrega o dedo sobre a corda, tocando todas as notas dentro do intervalo tocado, o que permite que todos os sons interpostos sejam ouvidos. Os glissandi aparecem quase exclusivamente nas músicas do século XX.
Sul ponticello (na pontezinha): Indica que o violinista deve passar o arco próximo ao cavalete, o que origina um som de timbre agudo, de arranhudura.

Viola



































A viola é um instrumento musical da família do violino (de arco e quatro cordas), sendo mais grave que este (uma quinta), e se caracterizando por um som mais doce e menos estridente que o do violino. Comparando com as vozes a viola seria o contralto. Além destes dois instrumentos, completam a família o violoncelo e o contrabaixo.
Afinada nos tons Dó, Sol, Ré e Lá, a viola é caracterizada pelo seu som melancólico e suave.
A viola foi criada entre os séculos XIV e XV. A primeira Publicação relativa foi: Régola Rubertina em 1543 por Ganassi del Fontego.
A viola como a conhecemos hoje possivelmente surgiu da Viola D'amore



Viola D'amore
A viola é um dos poucos instrumentos que utilizam a clave de Dó. A clave de Dó é mais comumente usada na terceira linha da pauta musical.
Extensão: de 128 Hz à 1.280 Hz.
Representação das notas das cordas soltas:

A palavra viola foi utilizada por muito tempo (antes do Século XVI) para identificar genericamente qualquer instrumento de arco.
As diferenças entre os timbres da viola e do violino são claramente audíveis na Sinfonia Concertante (K.364) de Mozart.

Contra - Baixo



































O contrabaixo é um cordofone tocado ao friccionar um arco de crina contra as cordas ou ainda pinçando-as com os dedos (pizzicato). Dentre as cordas da orquestra, é o instrumento maior e de registro mais grave por isso situa-se mais comumente na lateral da orquestra e em quantidades razoáveis.
Suas cordas, da mais aguda à mais grave, possuem a seguinte afinação: Sol2, Re2, La1, Mi1. Há também baixos de cinco cordas, possuindo uma corda mais grave afinada em Do1 (ou, mais raramente, Si0).
Na orquestra o contrabaixo, pelo seu registro extremamente grave, raramente possui uma função solística. Sua função é principalmente a de preenchimento dos graves e de dar coesão à harmonia. Muitas vezes, são dedicadas ao baixo melodias paralelas à melodia principal.
No jazz seu uso rítmico é profundamente explorado, por exemplo, com o walking bass. Nesse estilo é predominante a técnica do pizzicato.
Em diversos estilos de música popular do século XX, é comum a utilização do baixo eléctrico em vez do contrabaixo tradicional.
O surgimento do contrabaixo originalmente remonta no século XV. A partir do século XVIII, Domenico Dragonetti especializou-se na introdução da orquestra com o contrabaixo de três cordas e ensinou suas vantagens.
No século XIX, começou a ser usado o contrabaixo de quatro cordas, o que fez com que o instrumento desse um efeito mais virtuoso em momentos dramáticos e de revoltas.

Violoncello


Violoncelo
O violoncelo, também conhecido como cello, é um instrumento da família dos instrumentos de corda. Possui quatro cordas e se diferencia dos outros instrumentos pelo tamanho grande, fazendo com que tenha que se apoiar ao chão por meio do espigão, uma haste de metal em sua extremidade.
A primeira citação sobre o violoncelo foi numa coleção de sonatas italianas anônimas, datada de 1665. Seu antecendente é a viola da gamba, ou viola-de-perna. Tornou-se popular como instrumento solista nos séculos XVII e XVIII.
A característica padrão do instrumento foi estabelecida por Stradivarius, em 1680. A partir dos Concertos Espirituais de Boccherini, o violoncelo passou a ser tratado como solista, e não somente como um instrumento para compor o naipe de cordas.
Para tocá-lo, o músico deve estar sentado, com o instrumento entre os joelhos. As quatro cordas são afinadas em , Sol, e , como na viola, mas uma oitava mais grave. As composições para violoncelo são escritas fundamentalmente na clave de na quarta linha. O alcance do violoncelo é de duas oitavas abaixo do dó médio(Dó1).
Sua sonoridade é considerada bastante expressiva, sendo conhecido como o "rei" dos instrumentos de cordas. Entretanto, seu uso está mais presente na música erudita. As grandes orquestras utilizam entre oito e doze instrumentistas de violoncelo no naipe.

História da Música Popular Brasileira


Quando os portugueses embarcaram aqui, já encontraram os índios e sua música, mas a rigor considera-se o início da música popular a partir do ano de 1550. Francisco de Vacas, morador da Capitania do Espírito Santo, foi nomeado provedor da Fazenda e juiz da Alfândega em 1550.Nascido em Portugal em 1530, morreu por volta do ano de 1590. Vacas foi considerado "o primeiro músico de renome e da maior importância na evolução da música popular brasileira". Ele foi citado por Duarte da Costa, em 1555, como "cantor eclesiástico e metido em confusões policiais, tendo inclusive agredido um aluno..."Era bandurrista , viola renascentista, em forma de oito, com cravelha própria.



Portugal deu ao Brasil, o sistema harmônica tonal, desconhecido dos índios , e as primeiras danças européias ( a dança de roda infantil, o reisado e o bumba-meu-boi, entre elas ). Além de ter trazido para cá os instrumentos como a flauta, o cavaquinho e o violão.
Trouxe também para cá o negro da África a partir de 1538. Com os negros, vieram novas danças ( jongo, lundu, batuque e diversas outras ) e a polirritmia. Aos outros instrumentos se somou o agogô, o ganzá, o agê , o xerê e outros.
Mas foram os jesuítas, os verdadeiros responsáveis pela mistura de influências, através da catequese da Companhia de Jesus. Ainda nesta mistura há outras influências como o espanhol ( repertório gaúcho ) e do francês ( cantos infantis ).

CHORO
A partir do século XVIII, os modinheiros encantavam a corte com sua melodias suaves e sentimentais. A modinha, de origem portuguesa , foi abrasileirada por gente como o mulato Domingos Caldas Barbosa, o maestro Carlos Gomes, Xisto Bahia, o padre negro José Maurício e , mais tarde Catulo da Paixão. A partir de 1870, nas reuniões musicais, os violões e cavaquinhos começaram a dar um tom abrasileirado às influências européias.
E surge o choro, como gênero. Os principais artistas desta fase de implantação e consolidação do choro como linguagem musical foram os cariocas JOAQUIM ANTONIO CALADO ( Flor Amorosa ), ERNESTO NAZARETH ( Oden, Apanhei-te Cavaquinho ) e Chiquinha Gonzaga ( Atraente, Lua Branca ).
Costumes Paulistas, Rugendas, 1824
Outros instrumentistas vieram se juntar a eles no início do século XX, tais como o virtuose da flauta PATAPIO SILVA, o mestre de banda ANACLETO DE MEDEIROS , o pianista paulista ZEQUINHA DE ABREU ( Tico - tico no Fubá ) e o violonista e compositor JOÃO PERNAMBUCO ( Sons de Carrilhões E surge o choro, como gênero.

Os principais artistas desta fase de implantação e consolidação do choro como linguagem musical foram os cariocas JOAQUIM ANTONIO CALADO ( Flor Amorosa ), ERNESTO NAZARETH ( Oden, Apanhei-te Cavaquinho ) e CHIQUINHA GONZAGA ( Atraente, Lua Branca ).
Outros instrumentistas vieram se juntar a eles no início do século XX, tais como o virtuose da flauta PATAPIO SILVA, o mestre de banda ANACLETO DE MEDEIROS , o pianista paulista ZEQUINHA DE ABREU ( Tico - tico no Fubá ) e o violonista e compositor JOÃO PERNAMBUCO ( Sons de Carrilhões . PIXINGUINHA que era tenor, compositor, arranjador, saxofonista e flautista. Aos 20 anos, PIXINGUINHA já era autor de Rosa e Sofres porque Queres. Suas músicas,entre centenas: Carinhoso, Lamentos, 1X0, Ainda me recordo, Naquele tempo, Vou vivendo e Marreco quer água.
Surgem outros nomes como:
Turunas Pernambucanos, Bonfiglio de Oliveira ( pistão ), Luiz Americano ( clarinete ) , Abel Ferreira ( saxofone ), Altamiro Carrilho ( flauta transversal ), Waldir Azevedo ( cavaquinho ) , Garoto ( multi - instrumentista ), Luperce Miranda ( bandolim ), Jacob do Bandolim ( bandolim ), etc.

Donga, João da Baiana e Pixinguinha
Os grupos de choro tinham uma estrutura harmônica típica de suporte, o que chamamos de regional: um cavaquinho no centro, um ou dois violões de base e um de sete cordas, um pandeiro e um ou dois instrumentos solistas.
Os mais famosos grupos foram os de Benedito Lacerda e Pixinguinha. Também o ÉPOCA DE OURO ( com Jacob do Bandolim ) e o de Claudionor Cruz.
Foi também nos anos 30 que surgiu, em João Pessoa, a Orquestra Tabajara, de Severino Araújo. Uma orquestra de sonoridade jazzística que misturava uma típica big-band de textura americanizada ( foxes e baladas ) com o choro, sambas e frevos.
O choro ficou esquecido nas décadas de 50 e 70. Mas, a partir de 1975 o choro reviveu, surgindo novos grupos.

SAMBA
Maxixe: A dança proibida
O samba é a própria identidade nacional brasileira. Desde 1870, o cruzamento de influências entre o lundu ( origem africana ), a polca, a habanera, o maxixe e o tango começou a produzir um tipo de música que tendia ritmicamente para o samba.
Lundu dançado pelos negrosRugendas, 1835
Nos fins do século XIX, costumava-se designar como samba as festas de dança de negros escravos. Foi nessa época que começaram a se tornar tradicionais as reuniões nas casas das velhas baianas que haviam emigrado para o Distrito Federal
E destas festas surgem os maiores talentos musicais da época: HEITOR DOS PRAZERES, PIXINGUINHA, DONGA, JOSÉ BARBOSA DA SILVA, JOÃO DA BAIANA e muitos outros.
Surgem novos nomes com os progressos do rádio e do disco. Além de Ismael Silva, Nilton Bastos, Armando Marçal surge FRANCISCO ALVES, como o mais importante cantor da época. Chamado "O REI DA VOZ ", foi durante duas décadas uma espécie de Gardel brasileiro. Sua morte num acidente automobilístico comoveu o país, nos anos 50.
Nos anos 30 surgem nomes como Henrique Foréis ( o Almirante ), Carlos Alberto Braga ( João de Barro ) e Noel Rosa, um menino com o queixo defeituoso e que largou da medicina para se tornar um dos maiores sambistas de todos os tempos. Rádio, música, samba e violão não eram atividades de gente decente, daí os apelidos.
Capa do primeiro samba gravado por Donga
Noel de Medeiros Rosa ( 1910 / 1937 ) deixou mais de 250 músicas em somente 7 anos como compositor. Começou a gravar aos 19 anos e morreu de tuberculose aos 26 anos.
Ary Barroso e Carmem Miranda
De um encontro entre Noel e Ismael surge uma nova forma de fazer samba, que misturava o morro e a cidade. Noel contribuiu para uma estruturação do que podemos chamar de samba urbano, que influenciaria compositores como Ary Barroso ( Minas ), Dorival Caymmi ( Bahia ) e mais tarde Chico Buarque, Paulinho da Viola e Martinho da Vila.
Do Estácio surgem nomes como Ataulfo Alves, Wilson Batista e Geraldo Pereira.
Dos anos 30 aos anos 50, o samba experimentou outras nuances,com os nomes de Ary Barroso ( AQUARELA DO BRASIL ) e Dorival Caymmi e Moreira da Silva com o Samba-de-breque, propositalmente concebido com alguns "buracos " a serem preenchidos por um tipo malandro de improviso. A maior parte dos compositores não gravavam suas próprias músicas, ficando a cargo de cantos e intérpretes a divulgação de suas músicas. Temos então nomes como : MÁRIO REIS, ORLANDO SILVA, SILVIO CALDAS, CYRO MONTEIRO, ROBERTO SILVA, JAMELÃO, ARACY DE ALMEIDA, CARMEM MIRANDA E ELISETE CARDOSO.
No final dos anos 50, o samba já surge com uma nova vertente que é a BOSSA - NOVA . Neste período a juventude brasileira embarcou em duas viagens: uma na direção do ROCK e outra na direção do JAZZ e das preocupações existenciais e sociais. Nomes como Carlos Lyra e Sergio Ricardo entenderam que era preciso abrir um canal que ligasse a Bossa Nova ao samba. Esta ligação já começara a existir com CARTOLA, um dos fundadores da Mangueira, a mais tradicional de todas as escolas de samba cariocas. Com Cartola, outros veteranos, como Nelson Cavaquinho, voltam à cena.
No bar simples, no centro do Rio, com a boa cozinha de dona Zica, esposa de Cartola e os sambas de Cartola, surge o ZICARTOLA, espaço que proporcionou o aparecimento de uma nova geração de sambistas. Estes aproximaram o samba de acordes dissonantes e alterados, com sofisticações harmônicas influenciadas pelo Jazz norte-americano. Surgem nomes como Paulinho da Viola, Elton Medeiros , Martinho da Vila e Zé Keti.
Em 1964, Armando Costa, Vianninha e Paulo Pontes reuniram num único palco o espetáculo OPINIÃO, com a cantora NARA LEÃO, musa da Bossa Nova, o sambista Zé Keti e o maranhense João do Vale. Mais tarde Nara foi substituída pela estreante Maria Bethania ( irmã de Caetano Veloso ).
Nos anos 70, em meio a festivais de MPB, os talentos do Zicartola consolidaram suas carreiras. Novos nomes surgem beneficiados pela mídia: João Nogueira, Paulo César Pinheiro, Candeia, Nelson Sargento e Monarco. E novos intérpretes: Beth Carvalho, Alcione e os já falecidos Roberto Ribeiro e Clara Nunes.

BOSSA NOVA
CHEGA DE SAUDADE , João Gilberto, 1958. Foi considerado o início da Bossa Nova. Mas, muitas influências ocorreram para o despontar deste grande movimento. Por exemplo: o arranjo de Radamés Gnatalli para o samba COPACABANA, gravado por Dick Farney. As composições de Garoto, Johnny Alf e Dorival Caymmi. Os violões de Laurindo de Almeida e Valzinho. O elepê Canção de Amor Demais, de Elizeth Cardoso, com músicas de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. Foi no ano de 1957 e foi nele que se ouviu pela primeira vez a batida diferente do violão de João Gilberto.
A vida no Rio se deslocava para o beira mar, de Copacabana e Ipanema. E uma nova geração de autores e intérpretes reunia-se nos night-clubs de inspiração americana. DICK FARNEY, LÚCIO ALVES, JOHNNY ALF, JOÃO DONATO, MAYSA, RIBAMAR, SYLVIA TELLES , ANTONIO MARIA, TITO MADI, DOLORES DURAN, NORA NEY E DÓRIS MONTEIRO.
Depois do 78 rpm CHEGA DE SAUDADE, João Gilberto gravou 3 elepês que definiriam o receituário estético do movimento. Segundo Caetano Veloso, aprendemos ali a "pra sempre ser desafinados".
João Gilberto

Antonio Carlos Jobim
Neste primeiro momento, Bossa Nova eram os compositores Carlos Lyra, Roberto Menescal, Oscar Castro Neves, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Luiz Bonfá, Ronaldo Bôscoli, Marcos e Paulo Sergio Valle, Sergio Ricardo e Durval Ferreira, os cantores João Gilberto, Sylvia Telles e Nara Leão e Astrud Gilberto e músicos como Luizinho Eça , Tenório Jr. e Maurício Einhorm. Mas, logo surgiram novos nomes como: Johnny Alf, Leny Andrade, Jorge Ben, Wilson Simonal, Paulinho Nogueira, Quarteto Novo ( de Hermeto Paschoal ), os Cariocas, Sergio Mendes , o coreógrafo americano Lennie Dale e o modinheiro e comediante Juca Chaves. Outros talentos se somaram: Aloysio de Oliveira lançou os primeiros trabalhos de Edu Lobo, Baden Powell, Nana Caymmi e Maria Bethania. Surge em 1966, Chico Buarque de Holanda.
O surgimento de Elis Regina e a proliferação de trios à semelhança de Tamba ( piano, baixo e bateria ), com Luiz Eça, Bebeto e Ohana, depois Helcio Milito, como o Zimbo Trio ( Amilson Godoy, Rubens Barsotti e Luiz Chaves ), Sambalanço ( liderado por Cesar Camargo Mariano ), Bossa Três e dezenas de outros, abriram as portas da televisão para a Bossa Nova. Os programas O FINO DA BOSSA e DOIS NA BOSSA confirmavam o acerto da parceria TV - BOSSA NOVA, que desaguaria no período dos festivais de MPB, onde se afirmaram nomes como MIILTON NASCIMENTO, GERALDO VANDRÉ, CAETANO VELOSO, GILBERTO GIL, DORI CAYMMI, GONZAGUINHA, EGBERTO GISMONTI, IVAN LINS, SERGIO SAMPAIO, RAUL SEIXAS, ALDIR BLANC, MARIA ALCINA, GUTEMBERG GUARABIRA, JARDS MACALÉ, CAPINAN, NELSON MOTTA, TOQUINHO, PAULINHO DA VIOLA E DANILO CAYMMI, entre tantos compositores e intérpretes.

TROPICALISMO
O Tropicalismo surgiu como uma ruptura contra a Bossa Nova, tanto quanto esta rompeu com a estrutura do samba de morro. Entre 1967 e 1970, o Tropicalismo traz irreverência e informalidade, mas com uma teoria de fundo: a possibilidade de incorporação de tudo que era e foi considerado de mau-gosto, resgatando-o e transformando- o . Num primeiro momento, abaixo o banquinho e o violão. Depois, Caetano Veloso e Gilberto Gil, os principais nomes deste movimento, muitas vezes se apresentaram desta forma, estendendo um tapete vermelho para João Gilberto passar.

Bethânia e Caetano
A teoria se apoiava em Oswald de Andrade, no MANIFESTO PAU BRASIL, na Semana Modenista de 1922 e na influência dos irmãos Campos, Augusto e Haroldo , mais Décio Pignatary e o maestro Rogério Duprat. O grupo baiano se completava com Capinam, Gal Costa, Tomzé, Torquato Neto, Julio Medaglia, Nara Leão, Macalé e os Mutantes, o grupo de Rita Lee.
Gal Costa
Os tropicalistas queriam convencer os intelectuais brasileiros de que CHACRINHA, o velho guerreiro, líder de audiência da televisão naquele período, era o próprio substrato da nacionalidade brasileira e que não fazia sentido a Bossa Nova não ouvir Roberto Carlos. Trocou-se o violão pelas guitarras e as roupas sociais por batas africanas coloridíssimas. Tudo isso ocorria num clima de repressão política severa em 1968. Caetano e Gil foram presos e ficaram dois anos no exílio, em Londres.
Caetano nasceu em Santo Amaro da Purificação, Bahia em 1942. Após um período em Salvador, desembarcou no Rio, em 65, adicionando a música É DE MANHÃ , ao repertório de Maria Bethania, no show Opinião. Em 67, no Festival da Record, supreende o país com a colagem poética de ALEGRIA ALEGRIA ( "o sol nas bancas de revista/ me enche de alegria e preguiça/ quem lê tanta notícia?/ eu vou/ por entre fotos e nomes/ sem livros e sem fuzil/ sem fome, sem telefone/ no coração do Brasil" ). No ano anterior, tinha sido o melhor letrista com a bem comportada BOA PALAVRA.
Gil também é de 42. Suas primeiras canções têm sabor nordestino e usam temáticas de músicas de protesto ( Roda, Procissão, etc ). Em São Paulo busca espaço para mostrar seu violão no reduto da Bossa Nova. É quando Elis Regina e Jair Rodrigues conhecem e gravam LOUVAÇÃO , em 1965, que sua carreira começa oficialmente. Em 67, no mesmo festival de ALEGRIA ALEGRIA, Gil juntou-se aos MUTANTES e subiu ao palco com DOMINGO NO PARQUE, crônica sangrenta de 2 operários em torno do mesmo amor.
Chacrinha e Caetano Veloso
Foi em 1968, na eliminatória paulista do Festival Internacional da Canção, que tanto Gil, quanto Caetano resolvem tornar evidentes suas propostas de ruptura. Gil cantou QUESTÃO DE ORDEM e foi vaiado e desclassificado. Caetano entrou com É PROIBIDO PROIBIR, alusão ao movimento estudantil na França. Não conseguiu levar a música até o fim. Soterrado de vaias, trocou os versos por um discurso: "Nós tivemos coragem de entrar em todas as estruturas e sair de todas. E vocês? Se vocês em política forem como são em estética, estamos feitos. E, quanto ao júri, é muito simpático mas é incompente". Gil fez sua música AQUELE ABRAÇO, antes de ir para o exílio.

PANORAMA ATUAL E NOVAS TENDÊNCIAS
Incorformados com as guerras, os jovens criaram a partir dos anos 50 o rock'n roll; música dos brancos revoltados influenciados pela rítmica negro-americana. Em 1958 surgem os irmãos Celly e Tony Campello, os primeiros roqueiros que abrasileiraram os hits do gênero dos EUA.
Em 1960 surge Roberto Carlos e seu parceiro Erasmo Carlos, reproduzindo de forma empobrecida, a baladização do rock'n roll norte-americano, influenciados pelo grupo inglês The Beatles. Roberto declarava-se alheio à política, absolutamente individualista e alienado do momento de forte poderio e repressão militar. Com o sucesso de seu programa JOVEM GUARDA DA TV-RECORD,as vendas de discos de iê-iê-iê, os esforços conjuntos dos produtores de discos, rádio, cinema e TV, oportunamente Roberto Carlos conseguiu promoção global.
Personificando o estereótipo do ídolo de uma massa de jovens, ainda não politizada, e que veio a calhar para os objetivos do novo poder militar instaurado recentemente em 1964. A oposição da massa estudantil universitária, conscientizada e politicamente ativa precisava ser contida.
A indústria do som estimulada pelas novidades dos festivais de rock ao ar livre direcionou seus investimentos para a área do instrumental eletrônico e para os equipamentos sonoros. Os efeitos de ocupação dos meios de comunicação pelas modas musicais produzidas fora, tornaram-se mais fortes ainda após os festivais de rock feitos no Brasil, a partir de 1985. Dominado o mercado brasileiro por ritmos e estilos internacionais , aparecem o reggae e o funk da virada das décadas de 1960-70, o heavy-metal, o punk e
o new wave dos anos 70, e, já na década de 1980, o tecno-pop, o break, o rap e o hip hop. Com exceção dos gêneros chamados sertanejos, as músicas de época, como as de Natal, São João e de Carnaval, e sambas urbanos da periferia, chamados de pagode ou eventuais explosões de um ou outro gênero de música brasileira genuína, as criações da década de 1980, principalmente durante o carnaval baiano, vem comprovar a penetração de ritmos internacionais no cenário nacional ;os ritmos caribenhos como o merengue , a salsa e o reggae, e mesmo a lambada, a dança da galinha ou do pezinho.
O tropicalismo teve papel importante, aceitando a JOVEM GUARDA na mesa de debates. Roberto e Erasmo Carlos, Wanderléa e outros artistas puderam, enfim, ser admirados longe dos preconceitos da classe pensante. Influenciada pelo tropicalismo, a geração que se lançou depois incluía Fagner, Alceu Valença, Elba Ramalho, Zizi Possi, Fafá de Belém, Luiz Melodia, Suely Costa, Simone,Zé Ramalho,
Geraldo Azevedo, Fátima Guedes, Xangai e Elomar, entre outros.
A música instrumental, com o aval americano a nomes como Laurindo de Almeida, Bola Sete, Raul de Souza, Eumir Deodato, Donato, Sivuca, Hermeto Paschoal, Oscar Castro Neves, Egberto Gismonti, Paulinho da Costa, Cláudio Roditi, Airton Moreira, Naná Vasconcellos, Leo Gandelman, Helio Delmiro, Toninho Horta, Ivo Perelman, Dori Caymmi, Ricardo Silveira, Romero Lubambo, vem ganhando o mundo. Festivais no mundo todo apresentam músicos, instrumentistas, solistas brasileiros entre suas atrações. E foi o exterior que viabilizou carreiras como as de Wagner Tiso, Antonio Adolfo, Grupo Azimuth, Sebastião Tapajós, Marcio Montarroyos, Saul Barbosa, Cesar Camargo Mariano e Gilson Peranzetta. Infelizmente, os músicos mais internacionalmente conhecidos e aceitos não o são dentro do país. Felizes de compositores que conseguiram impor-se em regime de iniciativa privada como Djavan, Ivan Lins, Milton Nascimento, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil e João Bosco.
Novos nomes apareceram, mesclando influências e assumindo experiências das mais simbióticas. Vítimas da AIDS, Cazuza e Renato Russo mal tiveram tempo de se lançar internacionalmente, mas o repertório que deixaram tem uma longa estrada pela frente. Chico Science, revelação pernambucana, morreu em acidente. E formações como OS TITÃS, OS PARALAMAS DO SUCESSO, SKANK , além de Lulu Santos, são significativos da música jovem que se faz hoje no Brasil. Entre os novos compositores, estão Cássia Eller, Chico Cesar, Carlinhos Brown e Guinga. Este, parceiro de Aldir Blanc, é autor de CHÁ DE PANELA, ganhadora do Prêmio Sharp de melhor música de 1996.

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♫ ♫ Educação Musical ♫ ♫

♫ ♫ Educação Musical ♫ ♫
Educação Musical é a educação que oportuniza ao indivíduo o acesso à música enquanto arte, linguagem e conhecimento. A educação musical, assim como a educação geral e plena do indivíduo, acontece assistematicamente na sociedade, por meio, principalmente, da industria cultural e do folclore e sistematicamente na escola ou em outras instituições de ensino.